sábado, 23 de fevereiro de 2008

Para variar um pouco: um pobre em ato contra a pobreza


Carlos Fábio de Macedo está desempregado, sem fonte de renda e vive num acampamento do MST em Sobradinho, no Distrito Federal, na noite desta quarta feira admirava na imponente Biblioteca Nacional- Projetada pelo escritório do nada mais que Oscar Niemeyer- as fotografias da britânica\ israelense Carolina Benshemesh, flagrantes da vida femenina em diversas partes do mundo, de Cuba à Palestina .


Com o paletó e a camiseta sujas, destoava do público tradicional de eventos relacionados ao combate à pobreza e à desigualdade social. Negro, 32 anos, surpreendeu-se ao ser abordado pela reportagem, mas não arredou o pé e aos poucos foi se soltando. Sabia que era uma exceção, num coquetel regado a vinhos argentinos e salgadinhos decididamente saborosos.


"A vida é uma sucessão de possibilidades", resumiu ao ser questionado sobre o fato de estar ali- num típico palco e de classe média politicamente concientizada. Ele cursou até a quarta série do ensino fundamental. Não costuma ler livros. Mas em placa um vocabulário correto, frutos de suas leituras de revistas e- ele morou em outros estados- de atenção a TV Cultura, Rede Educativa de São Paulo.


"A pobreza vai se reduzir com mais investimentos em Educação, melhoria dos serviços públicos em saúde, saneamento básico e meio ambiente, de "recuperar áreas degradadas". Considera que o meio ambiente está relacionado a educação. "Aprendi tudo isso assistindo documentários da cultura", explicou.


"Não tenho profissão definida", comentou Carlos. "Gostaria de trabalhar na terra".


Ele não titubeou ao ser perguntado quais os destinos prioritários, na sua opinião, para as verbas governamentais. " No Brasil as instituições estão consolidadas" referindo-se a divisão obrigatória do bolo orçamentário. " Acredito eu que devam ser melhoradas as escolas, os hospitais. E o meio ambiente, o saneamento básico".


Por isso eu queria que vcs tomassem conhecimento desta reportagem que me chamou muita atenção sobre o aspecto que as pessoas tem de isolar o menos favorecido, o mal trapilho, sem ao menos darem uma oportunidade para ele se expor perante a sociedade como um cidadão igual a todos que estão neste estado que se diz por inúmeros anos como um exemplo de DEMOCRACIA. Que aos olhares de todo aqueles intelectuais que ali estavam justamente para observarem as desigualdades de outros países. E não percebiam que aquele que ali estava naõ era um estranho no ninho( isolado num canto da exposição, olhado com estranheza por alguns dos presentes) e ( como pobre , negro e desempregado) ele era um Brasileiro. Era o alvo do debate que ali se mostrava, mas eles ali regados a vinhos, e a ego elevadíssimos . Simplesmente o ignoraram.

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