Na República dos Malafaias qualquer coisa vai ser
pecado. Um short mais curto, um olhar sensual, o prazer de uma relação
entre gêneros iguais, ou diferentes. Nesta república imaginária, mas
factível, baseada na pregação
do pastor Silas Malafaia, outros credos e religiões, mesmo permitidos,
passarão sobre o crivo dos "novos" valores, pela "régua" do Pastor
Malafaia.
Na República dos Malafaias, ser católico será também suportar críticas ferozes. Ser espírita, será assumir de vez que está com o "diabo no corpo". Judeus e Mulçumanos, serão bem-vindos, desde que aceitem a alcunha de blasfemos. Ateus então, sem piedade, serão expulsos do Reino dos Céus. E sempre haverá um trecho, um capítulo, uma linha, uma palavra, uma vírgula, uma letra para justificar os novos conceitos da sociedade, formada por "homens de bem", com seus ternos com cheiro de naftalina, sorrisos amarelados, convicções medievais e superficialidade mórbida.
É este o novo Brasil que os Malafaias querem. Uma brasil que coloca brasileiro contra brasileiro. E o país da tolerância, da alegria e, por que não?, do futebol e do Carnaval, será o país dos castos, dos profetas, dos cânticos beatos às 6 da tarde, com todas as maldições dos céus caindo sobre aqueles que não seguirem os "desígnios" do nosso Pastor, aleluia!
A metáfora República dos Malafaias, seria uma ótima criação literária se não fosse real. Estamos sempre flertando com este "paraíso" do "Edén", da "glória celestial". Onde só verão o retorno do salvador os "homens de valor", com todos os outros renegados à moradia de Lúcifer.
Esta é a República dos Malafaias, cada vez mais forte, ano a ano: onde a fé racional não terá lugar, onde a espiritualidade íntima será renegada, onde a convicção humanista acima de deuses, templos e religiões será perseguida. Para colocar valor na busca de altares, sacrifícios em nome de salvadores, Santo Nome. O "Eu" que substitui o "Nós". O individualista que substitui a coletividade. A República dos Malafaias quer a histeria que santifica "o preparo de toda uma vida", mas que renega a ciência e a lógica. A coerência. O Brasil multicultural. De variadas tonalidades e gostos; que erra e acerta, mas prossegue; que ama e deixa amar; que vibra em todas as cores e ritmos, com diz Chico: .
Não existe pecado do lado de baixo do equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor
Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho
Um riacho de amor
Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo
Que eu sou professor
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se me usa, me abusa, lambuza
Que a tua cafuza
Não pode esperar
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se esgota, me bota na mesa
Que a tua holandesa
Não pode esperar
A República dos Malafaias não terá lugar no coração dos rebeldes e dos simples.
Por: Manoel Fernandes Neto
Na República dos Malafaias, ser católico será também suportar críticas ferozes. Ser espírita, será assumir de vez que está com o "diabo no corpo". Judeus e Mulçumanos, serão bem-vindos, desde que aceitem a alcunha de blasfemos. Ateus então, sem piedade, serão expulsos do Reino dos Céus. E sempre haverá um trecho, um capítulo, uma linha, uma palavra, uma vírgula, uma letra para justificar os novos conceitos da sociedade, formada por "homens de bem", com seus ternos com cheiro de naftalina, sorrisos amarelados, convicções medievais e superficialidade mórbida.
É este o novo Brasil que os Malafaias querem. Uma brasil que coloca brasileiro contra brasileiro. E o país da tolerância, da alegria e, por que não?, do futebol e do Carnaval, será o país dos castos, dos profetas, dos cânticos beatos às 6 da tarde, com todas as maldições dos céus caindo sobre aqueles que não seguirem os "desígnios" do nosso Pastor, aleluia!
A metáfora República dos Malafaias, seria uma ótima criação literária se não fosse real. Estamos sempre flertando com este "paraíso" do "Edén", da "glória celestial". Onde só verão o retorno do salvador os "homens de valor", com todos os outros renegados à moradia de Lúcifer.
Esta é a República dos Malafaias, cada vez mais forte, ano a ano: onde a fé racional não terá lugar, onde a espiritualidade íntima será renegada, onde a convicção humanista acima de deuses, templos e religiões será perseguida. Para colocar valor na busca de altares, sacrifícios em nome de salvadores, Santo Nome. O "Eu" que substitui o "Nós". O individualista que substitui a coletividade. A República dos Malafaias quer a histeria que santifica "o preparo de toda uma vida", mas que renega a ciência e a lógica. A coerência. O Brasil multicultural. De variadas tonalidades e gostos; que erra e acerta, mas prossegue; que ama e deixa amar; que vibra em todas as cores e ritmos, com diz Chico: .
Não existe pecado do lado de baixo do equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor
Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho
Um riacho de amor
Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo
Que eu sou professor
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se me usa, me abusa, lambuza
Que a tua cafuza
Não pode esperar
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se esgota, me bota na mesa
Que a tua holandesa
Não pode esperar
A República dos Malafaias não terá lugar no coração dos rebeldes e dos simples.
Por: Manoel Fernandes Neto
Um comentário:
já está acontecendo isso caro.graças a essa imprensa e seu José Serra.e a tendencia é piorar!
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