sábado, 26 de março de 2016

A Bruma Assassina



Antonio Bay, uma cidade construída na infâmia; 100 anos depois, os maltratados voltam para receber tudo que lhes é devido. Eis um tema tipicamente caro a John Carpenter: uma sociedade bonita, orgulhosa e bem-ordenada, criada a partir de um pacto sinistro e injusto, é ameaçada quando o grupo de excluídos - leprosos há 100 anos tornados fantasmas às vésperas dos festejos de centenário - retorna a Antonio Bay para devolver aos herdeiros da cidade um pouco do mal que lhes foi inflingido e reclamar o ouro com o qual toda a cidade foi erigida. Um relato perfeito para Carpenter destilar sua desconfiança diante da auto-arrogada perfeição dos Estados Unidos, assim como mostrar em que condições um "acordo de cavalheiros" é possível: sempre discutindo para remanejar a mais-valia de outros não-desejados pelo status quo. Daí que A Bruma Assassina é, mais que um filme de terror, a história de um acerto de contas revolucionário - uma revolução dos maltrapilhos - com os senhores hipócritas de outrora.

Fonte: Almas Corsárias

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