terça-feira, 15 de abril de 2008

Plabo Neruda


Hoje deitei-me junto a uma jovem pura

como se na margem de um oceano branco

como se no centro de uma estrela ardente

de lento espaço.


Do seu olhar largamente verde

a luz caía como uma água seca,

em transparentes e profundos círculos

de fresca força.


Seu peito como um fogo de duas chamas

ardia em duas regiões levantado,

e num duplo rio chegava a seus pés,

grandes e claros.


Um clima de ouro madrugava apenas

as diurnas longitudes do seu corpo

enchendo-o de frutas estendidas

e oculto fogo.

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