Por que, diante de tanta injustiça, o proletariado não se rebela contra sua exploração? Para explicar isso deve-se analisar os meios de supressão que o estado, representante maior dos interesses burgueses, utiliza contra o povo. Existe o Aparelho Ideológico de Dominação e o Aparelho Repressivo. Este último tem o papel de difundir as ideias, princípios e valores burgueses através da violência. Com a força bruta a classe dominante passa ao povo o modo como quer que a sociedade caminhe. Esse aparelho também reprime qualquer tentativa proletária de justiça social.
Porém, o uso da violência, em alguns casos, tem um papel adverso aos interesses da burguesia, unindo o povo ainda mais. Assim sendo há utilização do Aparelho Ideológico. Este busca neutralizar o conflito entre classes ( mantendo os privilégios burgueses) Atráves da propagação da Ideologia da Classe Dominante, que é o conjunto de ideias, crenças e princípios dessa classe. Através de instituições como a igreja, a escola, a mídia, a universidade, o estado e a família a classe dominante procura introjetar os valores burgueses nos proletários. Os capitalistas almejam a propagação do " pensamento único", da uniformização dos seres humanos. Buscam neutralizar as justas revoltas dos trabalhadores bombardeando-os massivamente com a inverossímil ideia de que a sociedade atual é a ideal e assim deve continuar. Taxam os que almejam a igualdade social como retrógados e aculturados, ou então de neobobos, cassandristas e fracasso maníacos.
Os patrões capitalistas induzem os proletários a ver seu salário como justo. E o fato do pobre morrer de fome deve-se apenas ao desventurado, por não procurar emprego e não se dedicar. A culpa da passividade proletária, portanto, não é dos trabalhadores. A saída para mudar tal situação é educar e politizar o povo. Mas o estado, representante da burguesia, não oferece educação crítica 'as pessoas porque um povo consciente e politizado passa a lutar pelos seus direitos, que vão de encontro com a exploração capitalista. Portanto temos de ler e estudar incessantemente. Invés de ficarmos assistindo a uma telenovela ou a um filme alienígena paupérrimo culturalmente, abramos um livro, vamos nos inteirar com a nossa comunidade, conhecer os anseios de nossa sociedade. Não podemos ter nossa vida regida pela Ideologia da Classe Dominante.
Devemos ter a consciência de que , para termos igualdade social, não basta dar uma esmola a um mendigo da esquina e dormir o sono dos justos. É necessária uma mudança profunda nas relações sociais e a correta divisão dos meios de produção.
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