Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, com ampla cobertura do órgão oficial da direita reacionária brasileira - a revista Veja - nos infernizou a vida, em passado recente, com a denúncia de que uma conversa entre ele e o senador Demóstenes, do PFL (esse partido, formado por acólitos da ditadura, não pode ser tratada pela sigla que recentemente adotou) , havia sido gravada, a mando da operação Satiagraha, conduzida pelo delegado Protógenes Queiroz.
Foi uma alaúza geral. Imediatamente, todos os órgãos principais da imprensa diária fizeram a repercussão do fato, com imensos espaços. O mesmo ocorrendo com telejornais e programas jornalísticos radiofônicos.
Lula, do alto da sua subalternidade às classes dominantes, pressionado formalmente por Gilmar Mendes, não hesitou em enviar o diretor da Abin Paulo Lacerda - envolvido como cúmplice do "crime" - para um posto honorífico no exterior. E chegando a insinuar "condenações" a métodos não recomendáveis de investigação.
Pois bem. Dia 1º de julho, está lá escondido na página 11 da Folha de S.Paulo, e inencontrável nas páginas do Globo, a informação que deveria estar na primeira página: a Polícia Federal não conseguiu municiar o inquérito com a prova material do caso. Não foi encontrada nenhuma fita com gravações da referida conversa, entre os dois palestrantes. "Gravação", aliás, pela qual só tinham que agradecer, tal o teor de alto nível civilizatório, de homens públicos probos, das formulações ali explicitadas. Arquivou o processo sem indiciar os "suspeitos".
Ficam, então, duas questões sérias a elucidar.
1 - A atitude do ministro do Supremo não tem nada a ver com falsidade ideológica? É absolutamente permitido à Sua Excelência, que até hoje não apresentou nenhuma contestação digna contra a acusação de chefe de capangas a ele feita pelo ministro Joaquim Barbosa, denunciar um crime, e seu executor, que não existiu? Nascido exclusivamente de sua capacidade ficcional e de sua enorme disponibilidade para a mídia conservadora?
2 - A revista Veja vai fazer algum pedido de desculpas - com o destaque dado à matéria quando de sua publicação - quanto à divulgação de uma suposta gravação que nunca teve em mãos? Vai informar quem deu a falsa informação, não verificada pelo medíocre e desonesto quadro de jornalistas que abriga?
A cidadania espera que as respostas surjam para que ambos, Gilmar Mendes e a revista, não tenham ainda mais desgastada a má imagem de que hoje desfrutam.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ao visitante
entre.
leia.
comente.
sugira.
não faça nada.
enfim, sinta-se a vontade.
leia.
comente.
sugira.
não faça nada.
enfim, sinta-se a vontade.
Postagens populares
-
Numa FOLHA qualquer a OPOSIÇÃO e o PIG escrevem um monte de asneiras E com uma VEJA qualquer é fácil incrementar o tamanho das besteiras Ai ...
-
“Não podemos entender a discussão do agronegócio sem primeiro compreender o que ele estabeleceu do ponto de vista produtivo e qual foi s...
-
A "História do Racismo" é um documentário produzido e realizado pela British Broadcasting Corporation (BBC) - que aborda o leg...
-
Combater o mito da genialidade, a perversidade dos pequenos poderes e os “donos de Foucault” é fundamental para termos uma universidade mel...
-
"Mais que uma aliança, um compromisso contínuo!" Quan do me pediram para escrever sobre o “anel preto”, meu Deus...
-
Como a substituição do ‘trabalhador’ pelo ‘empreendedor’ afeta a esquerda Discurso do PT passa por transformação profunda, com queda...
-
Entrevista com o economista e presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC, Nildo Ouriques sobre a conjuntura econômica...
-
Na foto acima um dos navios da empresa transporta pelo oceano um gigantesco “bag” de água doce Navio tanque É assustador o tráfico de á...
-
Conferência de Virgínia Fontes, na Aula magna do IELA, em 24 de abril de 2017. Fonte: IELA
Nenhum comentário:
Postar um comentário