terça-feira, 30 de agosto de 2011

OPORTUNIDADES

Alguns anos atrás apareceu nas livrarias de todo o país, um livro que tinha o sugestivo título de " Pai Rico,Filho Nobre e Neto Pobre" de Fernando Verissimo, que falava do sucesso financeiro e era escrito para o meio empresarial.
  Morando em bairro e caminhando nas ruas tenho encontrado muitas histórias de vida de superação e até de derrotas, que me fazem meditar um pouco, como á que aconteceu alguns meses atrás.
   Um perigoso deliqüente me interceptou na rua e pediu para conversar comigo, entre o receio e parar para o escutar, fiquei na dúvida, se deveria parar para lhe dar atenção ou  não.Pois como vivemos num tempo de medo e insegurança, o receio se torna cada vez mais forte,além do mais quando se está junto de alguém que goza de má fama diante da população indefesa e dos órgãos de segurança pública.
 Ele me pediu um santinho ou um rosário,me falava que no bairro todos olham para ele e para a sua familia com desprezo, que procura ajudar os outros,e que é desprezado por ser bom.No meio da conversa usei a psicologia de Jesus de Nazaré:
  "o que o povo diz de mim?" e " vós o que dizeis de mim?"( Mt 18,13-15), ele  me respondeu:" tu és de Deus e não fazes mal a ninguém,ninguém fala mal de ti", enquanto a ele a resposta foi negativa pois trilha no mundo do crime.
  Olhando a pessoa, em questão,após conversarmos descontraidamente,continuei a caminhar, como escreve o poeta Antônio Machado:" caminhar se faz caminho", fiquei pensando sobre a pessoa em questão e também sobre uma jovem amiga.
  Nas Santas Missões Populares de 1996, visitei um casebre de madeira e chão batido, uma menina humilde que cuidava de cinco crianças receosa me recebeu e conversamos, ao passar do tempo,começamos a trabalhar juntos na comunidade e pastorais sociais, assim como várias pessoas humildes em que passaram na minha vida e que as vezes nos encontramos nas quebradas da vida.
  A pessoa que me interceptou poderia estar num outro patamar, de familia burguesa, militares,avó general,casa boa,poderia estar galgando uma  boa carreira militar e acabou jogando tudo por terra nos vícios das drogas.
 A menina condenada pela situação de pobreza, miséria a cair no submundo, hoje trabalha num bom emprego, boa esposa e mãe de familia.Como ela muitos pobres, falam em sair da vulmerabilidade, lutar contra o sistema que os condenou a viverem na secular vida de pobreza, lotando o precário e falido sistema prisional e as redes de prostituição.
  Mas acabaram não se vendendo as garras destes dragões e lutam com garra e valentia para derrubar as barreiras que os dominam e não se deixam dominar e muitas vezes sabem aproveitar as oportunidades  que a vida lhes dá e dão valor.
  Como canta a canção popular," QUEM NÃO CHORA DORME COM FOME, MAS QUEM TEM NOME JOGA PRATA NO AR". Pois, quem nasce em berço esplêndido não sabe valorizar o que tem, as oportunidades e joga tudo ao leo.Enquanto que aqueles que nada possuem,os deserdados, dão valor ao pouco o que tem, as suas conquistas, pois sabem o que é o sacrifício da vida, vão a luta faz valer as conquistas, do seu dia a dia.pois quem nunca lutou ou recebeu de mãos beija das não dá valor as oportunidades em que a vida lhe dá.
  Os pobres nos ensinam a ser perseverantes e dar valor as pequenas conquistas obtidas no seu dia a dia, pois sabem mais do que ninguém o que é o sofrimento e a privação, diferente de quem tem tudo, mas que na verdade não tem nada.
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Por: Júlio Lázaro Torma
Colaborador deste blog

O que é a Consulta Popular?

Surgimos em 1997, impulsionados pelos movimentos sociais, especialmente o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
Nos setores populares e movimentos sociais que não perderam o seu horizonte de esperança, iniciou-se um novo processo de retomada do trabalho de base, da formação e das lutas de massas, recusando-se a se adaptar a uma lógica que transformou a política na “arte do possível”. Isso permitiu que não fossem absorvidos pela lógica eleitoral que hegemonizou o pensamento de esquerda e unificou centenas de militantes pela defesa de uma alternativa popular para o Brasil em contraposição á ao Neoliberalismo.
A ofensiva neoliberal desencadeada na década de 90 deixou marcas profundas nos projetos revolucionários em todo o mundo. Seu impacto mais duradouro foi no terreno da ideologia e, conseqüentemente na capacidade de acreditar nas revoluções. Diante de uma crise ideológica tão poderosa e de circunstâncias históricas tão desfavoráveis, parecia que só era possível cair na vala da descrença, rebaixando a política ou no sectarismo.
Recusamos essa falsa disjuntiva. Na Consulta Popular se aglutinaram militantes de movimentos sociais que não aceitavam a lógica da política imposta pela esquerda eleitoral, que gradativamente foi rebaixando seu programa e se contentado com a perspectiva de serem apenas gerentes da máquina administrativa. Em outras palavras, abandonando a perspectiva de lutar pela conquista real do Estado. Militantes que não mais aceitavam uma militância paroquial e medíocre.
Também recusamos uma prática sectária que transforma partidos de esquerda em pequenas seitas que pretendem encaixar a realidade em seus manuais. Com isso, aglutinamos lutadores populares que buscavam retomar os ensinamentos revolucionários acumulados pela classe trabalhadora, mas se recusavam a um pensamento eurocêntrico e formalista em que a humanidade está condenada a ser, no máximo, coadjuvante de sua própria história, definida estritamente pela economia.
Nossa proposta principal é contribuir na construção de um Projeto Popular para o Brasil. Defendemos que o povo brasileiro, deve construir um projeto que organize o uso de sua capacidade criativa e produtiva, tendo em vista atingir um futuro desejado. O Projeto Popular é a força social organizada do povo brasileiro lutando para executar seu programa político de mudanças estruturais na sociedade.
Estudando os autores que pensaram profundamente o Brasil, em cursos que chamamos de “Realidade Brasileira”, aprendemos que a burguesia pela natureza capitalista da formação social e econômica de nosso país se mantém umbilicalmente atada à burguesia internacional e ao projeto político do imperialismo. Portanto, não tem interesse e não pode implementar qualquer medida que atenda aos problemas estruturais que conformam o programa de um Projeto Popular. São projetos distintos e incompatíveis.
Em última instância, o elemento definidor desse conflito será o resultado da luta pelo poder entre estes dois projetos. Como nos ensina Florestan Fernandes, as tarefas da revolução nacional, democrática e popular somente podem ser o resultado da ação dos “de baixo”, dirigida pelo proletariado, que envolve seus aliados estratégicos no enfrentamento “contra a ordem”, na luta pelo poder.

Este não é um dilema apenas do povo brasileiro. A crise econômica em curso, que se mostrará profunda e prolongada, coloca o mundo e especialmente a América Latina num dilema: as políticas macroeconômicas desenvolvimentistas aplicadas atualmente se mostrarão insuficientes pelo fato de que as mesmas ainda estão articuladas com o rentismo financeiro que é parte da crise e absorve boa parte da mais-valia social dos países dependentes. Diante disso, os estados nacionais latino-americanos vão se deparar com o desafio de regulamentar seus sistemas financeiros, controlar os fluxos de capitais e proteger os setores estratégicos da economia. Caso contrário, aplicarão as velhas receitas ortodoxas de ajuste fiscal que penalizam a classe trabalhadora.
Diante do aprofundamento da crise, será tarefa dos lutadores e lutadoras populares construírem forças suficientes para apresentar uma alternativa real de poder através de um projeto de mudanças estruturais na sociedade.
Não somos um agrupamento eleitoral. Isso não significa negar a importância das eleições na política, mas romper com a lógica da centralidade na luta eleitoral, nos coloca outro conjunto de esforços, criatividade, paciência e ousadia centrados no compromisso com a Revolução Brasileira.
Entendemos que o formato de cada organização é determinado pelas condições apontadas pela luta de classes. A organização é uma ferramenta e não existem ferramentas universais senão aquelas que são mais adequadas à tarefa que se pretende realizar. A organização está sempre a serviço de uma determinada linha política. Portanto, a Consulta Popular é um meio, não um fim. O motivo de sua existência não é criar mais uma estrutura de poder, voltada para alimentar uma nova burocracia. Em outras palavras, somos uma ferramenta que somente faz sentido enquanto serve para a luta revolucionária.
Nesse momento, consideramos que existem três tarefas centrais na atual conjuntura. É o que chamamos de nosso tripé que funciona como uma bússola de nossas atividades: 1) a elaboração teórica e formação política dos lutadores/as do Povo, conhecimento da realidade, recuperação do pensamento socialista histórico, formação de consciência social, valores e capacidade teórica de solucionar problemas na medida em que surgem; 2) construir, impulsionar e estimular as lutas de massa, capazes de alterar a correlação de forças, despertar a consciência social em amplos setores e gerar força social; e 3) construir a organicidade dos lutadores do povo, unir os movimentos sociais e lutadores populares em torno dos mesmos objetivos estratégicos e dotá-los de uma unidade de ação.
Nossa organização é voltada para fora. A Consulta Popular, enquanto organização política, só tem sentido como instrumento de luta. Ocupamos a maior parte de nosso tempo e recursos nas atividades que acumulam forças para transformações na sociedade. Uma organização que se fecha em si própria, que se volta para dentro, que não estabelece ou que perde a ligação com o povo, está condenada à morte.
Trabalhamos o exemplo pedagógico ao invés do discurso. Ante a banalização do discurso se retoma a centralidade na ação como exemplo pedagógico. Priorizamos investir na construção política em torno de ações concretas que possibilitem a construção da unidade das forças populares.
A unidade se constrói na ação. Isso também exige a formação de militantes que não são apenas agitadores e propagandistas, mas construtores nos espaços populares.
A política deve consistir na arte de descobrir as potencialidades existentes na situação concreta de hoje para tornar possível amanhã o que no presente parece impossível. Nossa palavra de ordem é preparar-se. Acumular forças para a construção de um Projeto Popular de transformação da sociedade. Construir hoje as condições que tornarão possível a ruptura revolucionária.
* Integrante da Direção Nacional da Consulta Popular.
Artigo publicado na revista Caros Amigos (especial de agosto 2011)                                                                                                                                                                      
Diva Braga*

domingo, 28 de agosto de 2011

Terra em Transe - Glauber Rocha (1967)



CRÍTICA - TERRA EM TRANSE é um filme que marcou o cinema nacional pela sua construção estética e seu conteúdo. Lançado em plena ditadura militar, Glauber Rocha molda seu filme através de uma câmera nervosa e inquieta representando de alguma maneira o contexto caótico em que estava inserida a população brasileira – e grande parte latino-americana.

O personagem principal Paulo Martins (Jardel Filho) beira à desordem psicológica e social estando entre o povo e dois candidatos a um cargo no governo – um indeciso em manifestar suas ideologias publicamente e outro claramente autoritário. Desta forma, Glauber utiliza abusos de closes e primeiros-planos que capta os mais profundos sentimentos desprovidos de lucidez do personagem. Este um jornalista revoltado com a situação abusiva de um novo governante no Eldorado e tendo de observar quase passivamente todos os acontecimentos em torno de si.

A câmera nunca pára. Nas mãos de Glauber, ela se movimenta para todos os lados e tenta compreender todos os personagens através de certa histeria generalizada, mas de maneira nenhuma os apresentando gratuitamente. A conjuntura toda está próxima de um abismo e seus personagens podem cair de uma vez, portanto, existe uma profusão de palavras em tons arbitrariamente altos de som.

Parece que ninguém consegue se entender. A tomada de poder é abusiva e o povo anda de um lado para outro sem saber o que fazer. E, sem parar, lá está a câmera de Glauber invadindo os problemas psicológicos do Estado – ou de uma pessoa só – contra todo o resto – os subservientes. Todos estão em transe, principalmente as camadas populares que seguem o candidato em que acreditam – numa forma acéfala e despolitizada. Eles sempre estão à margem da tela; em vários momentos são jogados para fora dela.








Já Viu o Filme? Comente e Dê sua Nota...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Após a queda de Trípoli: O caminho a seguir para a Revolução Líbia






Khadafi caiu após Alan escrever este artigo. No entanto isso não invalida em nada seu conteúdo que além de explicar o desenrolar dos acontecimentos, aponta uma saída revolucionária para a luta do povo líbio.
O final veio subitamente e sem aviso. No momento da verdade, o regime de Khadafi caiu como um castelo de cartas.

Na noite passada, as ruas de Trípoli estavam cheias de júbilo enquanto as forças rebeldes ocupavam a Praça Verde em Trípoli. Os rebeldes líbios ondeavam bandeiras da oposição e atiravam para o ar festivamente depois de alcançarem a praça central da capital nas primeiras horas da segunda-feira. Anteriormente a imensa praça era reservada para manifestações cuidadosamente orquestradas em homenagem a Moammar Kadafi. Agora, ela explodiu em festa depois que as forças rebeldes chegaram ao centro da capital líbia.


Na sexta-feira as forças da oposição capturaram Zlitan, a cerca de 80 km ao oeste da capital. Trípoli foi cercada em um movimento de pinças, com as pontas de lança dos rebeldes avançando do leste e do oeste para cortar Trípoli do restante da Líbia. A queda de Zawiya foi um golpe mortal, suprimindo o abastecimento de combustíveis da capital. Este foi provavelmente o momento decisivo que minou completamente o moral dos homens de Khadafi. Apenas o colapso completo do moral pode explicar a aparente ausência de resistência nos últimos dias e como foi relativamente fácil a entrada dos rebeldes no centro de Trípoli.

Ainda na manhã de ontem, a administração Khadafi insistia que lutaria até o final. O filho mais velho do Coronel Khadafi, Seif al Islam, em um discurso televisionado, prometeu que nunca hastearia a “bandeira branca” em Trípoli. Em seguida, mostrando claros sinais de desespero, o governo de Moammar Khadafi declarou sua disponibilidade para se engajar em negociações imediatas com os rebeldes. Quando alguém se encontra a ponto de ser derrotado militarmente, costuma pedir negociações imediatas – embora nada haja para negociar.

O próprio Coronel Khadafi anunciou sua boa vontade para negociar diretamente com a liderança do Conselho Nacional de Transição rebelde, disse o porta-voz Moussa Ibrahim. Depois de semanas e meses de arrogantes discursos sobre lutar até a morte nas ruas de Trípoli, isto soa irônico. Ainda mais irônico: parece que o governo pediu a OTAN para convencer as forças rebeldes a deter o ataque a Trípoli, de acordo com um porta-voz na televisão estatal na noite passada.

Em resposta a esta oferta, a liderança do Conselho de Transição apressadamente anunciou que as forças rebeldes deteriam sua ofensiva se o Coronel Khadafi anunciasse sua demissão. Mustapha Abd El Jalil acrescentou que as forças rebeldes dariam ao Coronel Khadafi e aos seus filhos passagem livre para fora do país. Esta é mais uma prova de que a liderança do Conselho de Transição esteve tentando durante todo este tempo costurar um compromisso imoral com o velho regime.

Contudo, estes sentimentos não são compartilhados pelas forças rebeldes que estão lutando há meses para derrubar Khadafi. Ignorando as hesitações de seus “líderes”, elas apertaram sua ofensiva, varrendo para os lados a resistência ineficaz do exército de Khadafi. No oeste de Trípoli, os rebeldes invadiram o depósito da 32a brigada, comandada pelo filho do Coronel Khadafi, Khamis. No final da noite passada, as forças rebeldes tomaram vários subúrbios, hasteando sua bandeira tricolor nos prédios públicos.

Com impressionante velocidade, os rebeldes avançaram direto ao coração da cidade, aparentemente sem maiores resistências por parte das tropas leais ao Coronel Khadafi. Enquanto os rebeldes se movem para a capital, seus defensores simplesmente desaparecem. Em questão de horas, os rebeldes anunciaram que já tinham tomado toda a capital, exceto o bunker onde presumivelmente se encontra Khadafi.

As desilusões de Khadafi

A ausência de alguma resistência séria enquanto o governo tinha prometido lutar por cada rua, é eloquente confirmação da falta de qualquer apoio firme para o regime que desmorona. Em vez de sangrentas batalhas de rua, a TV mostra grande número de pessoas caminhando nas ruas de Trípoli para saudar os rebeldes. Um líder rebelde disse que a unidade militar encarregada de proteger Khadafi e Trípoli se rendeu e se juntou à revolta, permitindo que as forças de oposição se movessem livremente.

A agência Reuters informou que o filho e herdeiro de Khadafi, Seif al Islam, tinha sido detido. Parece que Muhammad Khadafi, seu filho mais velho, aderiu às forças rebeldes em Trípoli, de acordo com um informe do governo rebelde. Esta rendição covarde contrasta com as conversas anteriores de lutar e com as promessas de lutar até a morte. Sugere também a completa desmoralização da camarilha governante.

Do próprio Khadafi não há notícias. Em sua última fala através do rádio, ele reconheceu que as forças da oposição estavam se movendo em direção a Trípoli e advertiu que a cidade se tornaria outra Bagdá. “Como se pode permitir que Trípoli, a capital, fique mais uma vez sob ocupação?”, perguntou ele. “Os traidores estão pavimentando o caminho para que forças de ocupação posicionem-se em Trípoli”.

O coronel insistiu em que ele não deixaria a capital e que derrotaria as forças inimigas. Apelou aos seus apoiadores a marchar nas ruas da capital e “purificá-las” das “ratazanas”. Estas palavras revelam que o velho senhor é feito de um estofo mais resistente do que seus mimados filhos playboys.

Pode estar, mentalmente, planejando algum tipo de contra-ataque. Mas seu discurso nos remete às cartas desesperadas enviadas pelo czar Nicolau aos seus generais em fevereiro de 1917. Como ele, Khadafi esteve movimentando exércitos fantasmas que já haviam deixado de existir, exceto em sua imaginação.

A possibilidade de uma reviravolta de último minuto parece remota. Embora Khadafi tenha frequentemente apresentado muitas surpresas, é difícil admitir que ele tenha mais cartas para jogar. Uma possibilidade é que ele possa tentar se reagrupar nas áreas onde mantém apoio entre certas tribos e daí lançar uma guerra de guerrilhas. Mas mesmo que ele tenha algumas tropas dispostas a obedecer as suas ordens, enquanto as horas passam e os rebeldes apertam o cerco em Trípoli, esta possibilidade se torna cada vez mais remota. As cenas de massas populares celebrando a vitória na Praça Verde na última noite contam sua própria história. Este é o local onde os adeptos de Khadafi se reuniam todas as noites, enquanto durou a revolta, para mostrar apoio ao seu líder. A importância simbólica dessas cenas é evidente por si mesma.

O líder líbio não é estúpido, mas esteve durante um longo tempo cercado por uma camarilha de acólitos que nunca o contradiziam e que reforçaram seu senso de onipotência e invulnerabilidade. Por suas palavras e ações ficou óbvio que Khadafi vinha vivendo em um mundo imaginário há algum tempo. Seus discursos eram irreais como os de Hosni Mubarak nos últimos dias de seu regime.

Lord Acton disse: “O poder tende a corromper; o poder absoluto corrompe absolutamente”. É um fato histórico que os monarcas absolutos e os ditadores no final sucumbem a alguma forma de loucura. Quando alguém começa a acreditar que é todo poderoso, a linha que separa a realidade da fantasia se desfaz.

O cinismo imperialista

A Líbia é o único caso em que o imperialismo foi capaz de intervir diretamente nos acontecimentos que varreram o mundo árabe nos últimos oito meses. A experiência de suas tentativas de intervenção no Irã em 1979-80 ensinou aos americanos que não é uma boa idéia intervir militarmente em uma revolução.

Mesmo quando os imperialistas decidiram intervir na Líbia, ficaram divididos. Os americanos hesitaram; particularmente os generais que tiveram uma dolorosa lição no Iraque e no Afeganistão. Foram os franceses e os britânicos os que, por suas próprias razões, estavam mais dispostos a lutar. Contudo, recentemente, eles também expressavam sérias dúvidas sobre seu envolvimento na Líbia. Seus cofres estão vazios; seus exércitos estão demasiado espalhados e seus cidadãos não se entusiasmam por aventuras militares externas.

Para justificar sua aventura na líbia, usaram a desculpa de “prevenção de perdas de vidas civis”. Na base deste argumento, eles obtiveram do Conselho de Segurança da ONU o voto por ações militares limitadas. Este objetivo limitado foi apenas a folha de parreira para camuflar o objetivo real das potências da OTAN – derrubar Khadafi. Os britânicos e os franceses imaginavam que seria suficiente lançar algumas bombas e Khadafi se renderia. Estavam errados.

É desnecessário assinalar que a intervenção da OTAN causou mais mortes de civis. Seu porta-voz (uma mulher, naturalmente!) se gabou na noite passada de que os aviões da OTAN tinham atacado mais de quatro mil alvos desde que começaram as operações há poucos meses. Esses alvos não eram apenas militares, incluíam também alvos civis. Mataram não apenas civis, mas também lutadores rebeldes. Os repetidos incidentes de aviões da OTAN bombardeando posições rebeldes expuseram o vazio de toda a propaganda sobre “bombas inteligentes”, que supostamente garantiriam que não haveria vítimas civis.

A campanha de bombardeio imperialista foi inexorável e brutal. Tentaram matar Khadafi, os membros de sua família e seu séquito. Isto excedeu os objetivos declarados da campanha. A despeito dos raivosos protestos dos russos, os porta-vozes em Washington, Londres e Paris não esconderam que seu objetivo era uma mudança de regime em Trípoli. Essas ações mais uma vez expuseram o cinismo dos imperialistas e o papel reacionário das chamadas Nações Unidas, que proporciona uma cobertura respeitável para que esses bandidos façam seu trabalho sujo por toda parte.

É claro que a intervenção da OTAN desempenhou um papel chave na destruição da capacidade militar de Khadafi através de bombardeios aéreos sem misericórdia. A OTAN vinha cobrindo o avanço dos rebeldes com ataques aéreos sobre Trípoli, o que provocou a destruição de 36 alvos no final da semana. O porta-voz de Khadafi, Moussa Ibrahim declarou que 1,3 mil pessoas tinham morrido na luta em Trípoli ontem. Sem esta cobertura aérea a tarefa dos rebeldes seria bem mais difícil. Contudo, isto não significa que a OTAN ganhou a guerra. A guerra foi lutada e vencida pelos rebeldes em terra. Este é um fato importante e determinará o que acontecerá nas próximas etapas.

De fato, a campanha da OTAN serviu para dar relevo às limitações do poder aéreo unicamente. Meses após ter começado o bombardeio não havia sinal de uma vitória militar decisiva. Os líderes em Paris e Londres temiam que o conflito na Líbia permanecesse inconclusivo por anos. A história das guerras revela que é impossível vencer uma guerra apenas através do poder aéreo.

No final das contas, as guerras são vencidas por tropas em terra. Mas depois do Iraque e do Afeganistão, a última coisa que os imperialistas queriam era serem envolvidos em uma guerra em terra na Líbia. Então, ficaram aliviados (bem como surpresos) pelas notícias de que os rebeldes tinham entrado em Trípoli.

O presidente Obama disse que o regime de Khadafi tinha alcançado seus limites. O governo britânico disse que o final estava próximo para o líder líbio e exigiu que ele se fosse. Mas o regozijo dos imperialistas está misturado a um sentimento de ansiedade. A vitória foi obtida pelos rebeldes em terra, e seus objetivos e intenções reais não são claros. Eles estão armados e se sentirão muito confiantes. Este cenário é um campo minado para os imperialistas, que estão já expressando preocupação sobre um “vácuo de poder” depois da queda de Khadafi.

Na guerra, frequentemente, acontece que exércitos aliados lutem contra um inimigo comum por razões diametralmente opostas. Na Guerra Americana de Independência durante o século XVIII, a França monárquica lutou ao lado dos rebeldes americanos contra as forças da coroa britânica. A intervenção militar francesa sem dúvida ajudou os colonos americanos a obter a vitória. Mas os objetivos de guerra da França nada tinham em comum com os dos rebeldes americanos.

Os franceses se engajaram em uma luta poderosa com a Inglaterra pelo controle de colônias – incluídas as do Novo Mundo. Se, no lugar do domínio de Londres, os colonos americanos tivessem acabado sob o domínio de Versalhes, estariam mais preocupados do que antes. Por felicidade, o equilíbrio internacional de forças – e a Revolução Francesa – evitaram que isto acontecesse.

Nossa atitude em relação à guerra

Nossa atitude em relação à guerra não é ditada por razões sentimentais (falso “humanitarismo”, “democracia” etc., etc.), mas pela análise dos interesses que estão por trás da guerra em cada caso. Neste caso, tanto os imperialistas quanto os rebeldes desejavam a derrubada de Khadafi. Mas eles a desejavam por razões que não eram apenas diferentes como também inteiramente contraditórias.

Os imperialistas querem derrubar Khadafi porque ele era relativamente independente e não queria fazer o que eles desejavam em todas as circunstâncias. Eles queriam (e continuam querendo) substitui-lo por um boneco mais maleável e obediente. Acima de tudo, eles querem ter em suas mãos o rico abastecimento do petróleo líbio. Ambição, não humanitarismo, é o seu motivo real.

O levante contra Khadafi que começou em Benghazi presenteou-os com uma oportunidade que não podiam perder. Eles fingiam simpatizar com o povo revolucionário, exatamente como o rei da França fingia simpatizar com os colonos rebeldes americanos. Mas sua simpatia, como a dos Bourbons, nunca foi genuína. Eles temem a Revolução Árabe como o diabo teme a cruz e farão qualquer coisa em seu poder para destruí-la.

Enquanto continuava a guerra, estas contradições estavam camufladas. Alguns elementos enganados nas fileiras dos rebeldes até mesmo pediram à OTAN para aumentar sua intervenção. Tais ilusões em relação à boa vontade dos imperialistas não são somente um erro; são também extremamente perigosas. Os imperialistas estão seguindo sua própria agenda, e ela não inclui a vitória para o povo revolucionário na Líbia ou em qualquer outro lugar.

Quando a luta terminar, estas contradições emergirão. De fato, elas já se evidenciaram mesmo durante a luta. Não é acidental que a OTAN tenha recusado armar os rebeldes. Se estivessem adequadamente armados e equipados, os rebeldes poderiam ter tomado Trípoli meses atrás. Mas estavam armados unicamente de armas de pequeno alcance que não podiam competir com os tanques de Khadafi e sua artilharia pesada.

Esta foi a razão para a vagarosa ofensiva dos rebeldes, que era repetidamente repelida pelas tropas de Khadafi, que estavam adequadamente armadas e equipadas. Mas esta não foi a única razão.

O autonomeado e não eleito Conselho de Transição que se instalou em Benghazi, e fingia falar em nome da Revolução, embora ninguém tenha lhe dado o direito de fazê-lo, tem desde o início se empenhado por um acordo com Khadafi e por frear a Revolução. Isto não nos deve surpreender, visto que este Conselho contém um significativo número de antigos adeptos de Khadafi em suas fileiras. Os vitoriosos rebeldes são vencedores, não graças a este Conselho, mas apesar dele.

E agora?

Por mais de quarenta anos, Khadafi governou a Líbia com mão de ferro. Agora, seu domínio veio abaixo. A grande questão é: o que virá depois?

Esta vitória vem sendo duramente ganha com o sangue e o sacrifício do povo revolucionário, particularmente da juventude. Ninguém sabe quantos foram mortos nos sangrentos seis meses de guerra civil, mas os números certamente serão de dezenas de milhares. Pode haver o desejo de vingança por parte dos rebeldes, embora a conversa agora seja de reconciliação nacional e de unidade.

Este é um momento perigoso para a Revolução Líbia. Enquanto o povo dança e comemora nas ruas, nuvens negras se assomam no horizonte. O que foi ganho com sangue pode ser eventualmente desfeito com uma canetada. Os frutos da vitória podem ser roubados do povo que os conquistaram na luta.

Por trás das cortinas, os comerciantes estão regateando, os advogados estão trapaceando, os políticos estão manobrando. Essas pessoas não lutaram ou morreram, mas estão rapidamente ganhando o centro do palco.

Os carreiristas e oportunistas – não poucos deles leais adeptos de Khadafi até recentemente – se acotovelarão ao lado da juventude revolucionária que deixou Benghazi em velhos carros, armados com um pouco mais que o fervor revolucionário, para enfrentar os mercenários bem armados de Khadafi. Estes últimos se verão marginalizados na inescrupulosa luta pelo poder que se seguirá.

Os imperialistas estarão circulando o tempo todo como predadores famintos, esperando apanhar o bocado mais suculento. “Vejam”, eles dirão, “somos seus amigos. Lembram-se como os ajudamos?” O povo líbio faria bem em guardar distância de tais “amigos”!

Todas as contradições que estavam submersas no curso do conflito armado agora virão à superfície. Os objetivos de guerra dos imperialistas e seus acólitos do Conselho de Transição são incompatíveis com os objetivos do povo revolucionário. A polarização se aguçará dentro do campo rebelde.

No que diz respeito à reconciliação nacional, os interesses da Revolução não serão satisfeitos com o caça as bruxas de figuras de menor porte do antigo regime. Mas não há nenhuma questão de reconciliação nacional com os que cometeram crimes terríveis contra o povo. O povo líbio é o único juiz autorizado a julgar esses criminosos. Eles não seriam entregues à chamada Corte Internacional de Justiça, mas publicamente julgados pelos tribunais do povo revolucionário.

A Corte Internacional Criminal (CIC), em The Hague, confirmou à BBC News que Seif al Islam estava em custódia dos rebeldes. Em junho, a CIC emitiu ordem de prisão contra Khadafi, seu filho Seif e o chefe da inteligência líbia, Abdullah al-Senussi, sob acusação de crimes contra a humanidade depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas denunciou a situação líbia à Corte em fevereiro.

Este é outro exemplo da hipocrisia e da duplicidade dos imperialistas. Não há nenhuma dúvida de que aqueles homens são tiranos e que suas mãos estão manchadas com o sangue de seu povo. Mas a mesma coisa pode ser dita do sultão de Bahrein, que suprimiu brutalmente o movimento pró-democracia em seu país com a ativa assistência dos carrascos sauditas.

Onde estão as denúncias contra esses cavalheiros? E onde estão as denúncias contra a classe dominante israelense? Da mesma forma, onde estão as denúncias contra Tony Blair e George Bush? Os imperialistas estão interessados em “justiça”, “democracia” e “humanitarismo” somente enquanto servem aos seus interesses.

Devemos nos opor a qualquer tentativa dos imperialistas de interferir nos assuntos do povo líbio. Deixemos que o povo líbio resolva seus próprios problemas sem a interferência dos gangsteres capitalistas! Qualquer ilusão nas boas intenções dos imperialistas seria fatal para o futuro da Revolução Líbia.

Os gangsteres em Paris, Londres e Washington nunca se interessaram pelos problemas do povo líbio. Seu “humanitarismo” é uma brincadeira de muito mau gosto. Eles estão interessados é em por as mãos no petróleo líbio. Eles têm seus tentáculos no Conselho de Transição, que estarão muito desejosos de colocar a riqueza da Líbia nas mãos de seus amigos da OTAN, desde que recebam uma adequada comissão.

Nossa política é: pela completa independência e unidade nacional da Líbia! Esta é a nossa primeira reivindicação. Deter a intervenção imperialista! O povo líbio deve ser livre para decidir seus próprios assuntos sem quaisquer interferências de fora!

Segundo. Exigimos plena democracia agora: por uma Assembleia Constituinte Revolucionária que redija uma nova constituição baseada nos mais plenos direitos para o povo: o direito de greve, de manifestar-se e de se organizar; plena liberdade de expressão e de reunião, e todos os outros direitos que capacitem os trabalhadores líbios a se organizar e a desenvolver a luta de classes em toda sua extensão.

Terceiro. Não se deve depositar nenhuma confiança no Conselho de Transição. O regime de Khadafi foi derrotado pelo povo armado e o poder deve estar nas mãos do povo armado e não usurpado por carreiristas.

Instalar comitês revolucionários em cada centro urbano, cidade e aldeia, em cada fábrica, escola e universidade. Os comitês devem estar ligados em nível local, regional e nacional. Unicamente os comitês revolucionários podem garantir a convocação de uma Assembleia Constituinte genuinamente revolucionária e democrática.

É natural que o povo celebre a vitória. Mas é perigoso celebrá-la tão cedo. O povo revolucionário deve permanecer vigilante para defender o que conquistou, senão a vitória pode escorregar de suas mãos. A Revolução Líbia ainda não terminou. Muitos esforços e dificuldades encontram-se a frente.

Se a Revolução tivesse uma liderança capacitada, isto poderia ser o ponto inicial de um renascimento geral da Revolução Árabe, começando no Maghreb, que poderia proporcionar um poderoso ímpeto à Revolução na Tunísia, na Argélia e em Marrocos, e, acima de tudo, no Egito. Mas a Revolução Egípcia mostra como é fácil, na ausência de uma liderança adequada, a Revolução ser desviada para o lado e sequestrada por elementos alheios.

A Revolução Líbia contém muitos elementos contraditórios, e pode se encaminhar em diferentes direções. Sua maior debilidade, como na Tunísia e no Egito, é a ausência do fator subjetivo: o partido e a liderança revolucionária. A ausência deste fator tornará a Revolução mais complicada e difícil, mas a Revolução também tem grande resistência.

O povo revolucionário, e acima de tudo a juventude, tem revelado tremenda coragem, fortaleza e determinação. Devemos nos basear nisto e lutar para levar a Revolução à vitória. Isto somente acontecerá quando os trabalhadores e camponeses tomarem o poder em suas próprias mãos.

O povo líbio não lutou para remover um bando de gangsteres corruptos somente para substituí-los por outros bandidos, ainda mais rapaces.

Trabalhadores e jovens da Líbia, vocês devem mostrar sua coragem e capacidade através de suas ações! Não permitam a ninguém arrebatar a vitória de suas mãos. Confiem somente em vocês mesmos, em suas próprias forças e em suas próprias organizações revolucionárias!

A derrubada de Khadafi foi somente o primeiro passo. A verdadeira Revolução Líbia começa agora.

Londres, 22 de agosto de 2011.

Por: Alan Woods

domingo, 21 de agosto de 2011

Saint-Évremond

 Charles de Saint-Évremond (1613/14?-1703),foi conhecido como um moralista-libertino nascido na Baixa Normandia em Saint Denis-le-Gast.Foi um militar,filósofo,moralista e historiador,orador admirado e autor retirado,epicurista libertino e católico fideista,tudo sabiamente dobrado:o esgrimista na pela do orador,o cristão vestido com os trajes de sibarista,o falador transfigurado em escritor,o historiador dissimulado no burilador de aforismos.
  Era familiarizado com a História e contribui com ela,pensa e teoriza como orador por ser irônico na arte das farpas,artista do efêmero.Na qual deita pensamentos,reflexões e texto no papel.
  Como militar participa de missões diplomáticas de alta importância,de ações militares onde se torna exímio esgrimista,onde passa por todas as ordens militares se tornando marechal de campo.
  Além dos campos de batalha,palácios reais,a onde freqüenta em missões diplomáticas.Ou no exílio em Londres,Bruxelas encontramos Saint Évremond freqüentando os salões parisienses,bem como a Academia Puteana,casa de familias importantes e de alguns intelectuais onde encontra filósofos como Thomás Hobbes e Baruc Spinoza.
  Freqüentava os salões ao lado de lindas mulheres,cortesãs,era um homem de grupo e cenáculo,de amizades viril com os seus companheiros de bebedeiras ou de amizades amorosa com as suas ex amantes.
   Do mesmo tempo em que é um libertino freqüentador de salões e de lindas cortesãs se mostra como um fideista e defensor da religião católica apostólica romana e apreciador de teatro onde prefere as obras de Corneille a Rocine.
  Temido nos debates usava nas respostas a ironia,humor ou mesmo de causticidade e de talento para o deboche.Suas palavras podiam magoar,ferir tanto como encontrar e regozijar.Com galanteio e o vinho.Na juventude um jovem fogoso,apaixonado,bem apessoado cuja presença seduzia as mulheres.Não era ciumento aceita a concorrência de outros homens; com as suas ex amantes tem uma indefectivel relação de ternura amistosa.
   Tem uma longa história de amizade amorosa,fiel e casta com uma ex amante Ninon de Lenclos que acompanhava nos salões de Marais.No campo intelectual teve contato com a Filosofia antiga como a de sua época,com: Epicuro,Sêneca,Petrônio,Montaigne,Pierre Gassendi,Thomás Hobbes,Baruc Spinoza,René Descartes e as obras teatrais de Corneille e Racine.
  Na sua vida era uma pessoa neutra,por não suportar os extremismos,na religião nem supersticioso ou ímpio;volúpia nem asceta e nem depravado,no saber nem certo e nem errado,nem curioso de mais ou de menos.
  Amou a conversa,escreveu.Foi diplomata,caçador,freqüentou casas de jogos,farras,clubes gastronômicos e aulas de dança e esgrima.Escreveu comédias,músicas e poesias.Praticou todos os prazeres,teve muitas mulheres,bebeu champanha todas as manhãs,comeu ostras no café da manhã e comidas finas.
  Após viver anos numa vida libertina o normando de Saint Denis termina os seus dias de velhice longe das badalasões dos salões de Paris,Londres e Bruxelas,numa vida contemplativa entre a criação de cavalos e de cachorros.

Por:Júlio Lázaro Torma
Colaborador deste blog

A História Secreta da Invasão de Roraima


No momento em que tanto se fala da cobiça internacional sobre a Amazônia, da ação de ONGs de todos os tipos agindo livremente na região Norte, de estrangeiros vendendo pedaços da nossa floresta, da encrenca que está sendo a homologação da Raposa/Serra do Sol, de índios contra índios, de índios contra não-índios, das ações ou omissões da Funai, do descontentamento das Forças Armadas com referência os rumos políticos que estão sendo dados para esta quase despovoada mas importantíssima parte das fronteiras da nação, é mais do que preciso falar quem sabe, quem conhece, quem vivencia ou quem tenha alguma informação de importância.
Assim sendo, para ficar registrado e muito bem entendido, vou contar um acontecimento de magna importância, especialmente para Roraima, e do qual sou testemunha ocular da História.
Corria o ano de 1993 – portanto, já fazem 15 anos. Era governo de Itamar Franco e as pressões de alguns setores nacionais e vários internacionais, para a homologação da Raposa/Serra do Sol, eram fortes e estavam no auge. Tinha-se como certíssimo de que Itamar assinaria a homologação.
Nessa época, eu era piloto da empresa BOLSA DE DIAMANTES, que quinzenalmente enviava compradores de pedras preciosas para Uiramutã, Água Fria, Mutum e vizinhanças.
No dia 8 de setembro de 1993, aí pelas 17:00, chegamos em Uiramutã, e encontramos a população numa agitação incomum, literalmente aterrorizada. Dizia-se por toda parte, que Uiramutã ia ser invadida, que havia muitos soldados "americanos", já vindo em direção à localidade.

A comoção das pessoas, a agitação, o sufoco eram tão grandes que me contaminou, e fui imediatamente falar com o sargento PM que comandava o pequeníssimo destacamento de apenas quatro militares, para saber se ele tinha conhecimento dos boatos que circulavam, e respondeu-me que sabia do falatório. Contou-me então que o piloto DONÉ (apelido de Dionízio Coelho de Araújo), tinha passado por Uiramutã com seu avião Cessna PT-BMR, vindo da cachoeira de ORINDUIKE, no lado brasileiro, (que os brasileiros erradamente chamam de Orinduque), contando para várias pessoas, que havia um acampamento enorme, com muitos soldados na esplanada no lado da Guiana, na margem do rio Maú, nossa fronteira com aquele país.

Aventei a necessidade de que o sargento, autoridade policial local, fosse ver o que havia de fato e falei com o dono da empresa, que aceitou, relutante e receioso, emprestar o avião para o sargento. Como, entretanto, o sol já declinava no horizonte, combinamos o vôo para a manhã seguinte.

Muito cedo, o piloto Doné e seus passageiros, que tinha ido pernoitar na maloca do SOCÓ, pousaram em Uiramutã. Eu o conheci nessa ocasião, e pude ouvir dele um relato. Resumindo bastante, contou que na Guiana havia um grande acampamento militar e que um avião de tropas estava trazendo mais soldados para ali.

Estávamos na porta da Delegacia, quando chegou uma Toyota do Exército, com um capitão, um sargento e praças.,vindos do BV 8. Ele ia escolher e demarcar um local para a construção do quartel de destacamento militar ali naquela quase deserta fronteira com a Guiana. BV 8 é antigo marco de fronteira do Brasil com a Venezuela, onde há um destacamento do Exército, na cidade de Pacaraima. Muito interessado e intrigado com o fato, resolveu ir conosco nesse vôo.
O capitão trazia uma boa máquina fotográfica e emprestei a minha para o sargento. O vôo foi curto, apenas seis minutos. Demos tanta sorte, que encontramos um avião para transporte de tropas, despejando uma nova leva de soldados, no lado guianense. Voando prá lá e prá cá, só no lado brasileiro, os militares fotografavam tudo, e o capitão calculou pelo número de barracas, uns 600 homens, até aquele momento.

Fiz diversas idas e vindas e, numa delas vi o transporte de tropas decolando e virando para a esquerda. Exclamei para o capitão: eles vem pra cima de nós! Como é que você sabe? Perguntou. Viraram para a esquerda, que é o lado do Brasil e, não da Guiana, respondi. Girei imediatamente a proa para Uiramutã e, ao nivelar o avião, o capitão me disse muito sério: estamos na linha de tiro deles! Foi então que olhando para a direita, vi à curta distância e, na porta lateral do transporte, um soldado branco, com um fuzil na mão.

Confesso que foi um grande susto! O coração parecia-me bater duas e falhar uma. Quem conhece a região, sabe que ali naquela parte, o Maú é um rio muito sinuoso. Enfiei o avião fazendo zig-zag nesses meandros, esperando conseguir chegar em Uiramutã. Se atiraram, não ficamos sabendo, mas após o pouso, havia muita gente na pista, que fica juntinho das casas. Agitadas, contaram que aquele avião tinha girado duas vezes sobre nós e a cidade, tomando rumo de Lethen, na Guiana, onde há uma pista asfaltada, defronte de Bomfim, cidade brasileira na fronteira.

Com esse fato, angustiou-se mais ainda a população, na certeza de que a invasão era iminente. O capitão determinou ao sargento e a mim, que fizessemos imediatamente um relatório minucioso, para ser envido ao comando da PM, em Boa Vista e partiu acelerado de volta ao pelotão de fronteira no BV 8.


Na delegacia, o sargento retirou o filme da minha máquina fotográfica, para enviar ao seu comando e eu datilografei um completo relatório que ele colocou em código e transmitiu via rádio para Boa Vista. Naquela época, o chefe da S2 da PM ( Seção de Inteligência), era o major Bornéo.
Uns quatro dias depois que cheguei desse giro das compras de diamantes, tocou a campainha da minha casa, um major do Exército.

Apresentou-se e pediu-me para ler um papel, que não era outro, senão aquele mesmo que eu datilografara em Uiramutã , e do qual o comando da PM enviara cópia para o comando do Exército em Boa Vista. Após ler e confirmar que era aquilo mesmo, pediu-me para assinar, o que fiz. Compreendi que tinha sido testemunha de algo grande, maior do que eu poderia imaginar, e pedi então ao major, para dizer o que estava acontecendo, uma vez que parte daquilo eu já sabia. Concordou em contar, desde que eu entendesse bem que aquilo era absolutamente confidencial e informação de segurança nacional. Concordei.

Disse o major, que a embaixada brasileira em Georgetown tinha informado ao Itamarati, que dois vasos de guerra, um inglês e outro, americano, haviam fundeado longe do porto, e que grandes helicópteros de transporte de tropas, estavam voando continuamente para o continente, sem que tivesse sido possível determinar o local para onde iam e o motivo.

Caboclos guianenses (índios aculturados) tinham contado para caboclos brasileiros em Bomfim, cidade de Roraima na fronteira, terem os americanos montado uma base militar logo atrás da grande serra Cuano-Cuano, que por ser muito alta e próxima, vê-se perfeitamente da cidade. O Exército brasileiro agiu com presteza, e infiltrou dois majores através da fronteira, e do alto daquela serra, durante dois dias, filmaram e fotografaram tudo. Agora, com os fatos ocorridos em Orinduike, próximo de Uiramutã, nossa fronteira Norte, fechava-se o entendimento do que estava acontecendo.

E o que estava acontecendo? As pressões internacionais para a demarcação da Raposa / Serra do Sol apertavam, na certeza de que o Presidente Itamar Franco assinaria o decreto. Em seguida, a ONU, atendendo aos "insistentes pedidos dos povos indígenas de Roraima", determinaria a criação de um enclave indígena sob a sua tutela, e aí nasceria a primeira nação indígena do mundo. Aquelas tropas americanas e as inglesas, eram para garantir militarmente a tomada de posse da área e a "nova nação".

Até a capital já estava escolhida: seria a maloca da Raposa, estrategicamente localizada na margem da rodovia que corta toda a região de Este para Oeste, e divide geográfica e perfeitamente a região das serras daquela dos lavrados roraimenses – que são os campos naturais e cerrados.

Itamar Franco – suponho – deve ter sido alertado para o tamanho da encrenca militar que viria, e o fato é que, nunca assinou a demarcação.

Nessa mesma ocasião (para relembrar: era começo de setembro de 1993), estava em final de preparativos, o exercício periódico e conjunto das Forças Armadas nacionais, na cidade de Ourinhos, margem do rio Paranapanema, próxima de Sta. Cruz do Rio Pardo e Assis, em São Paulo, e Cambará e Jacarezinho, no Paraná.

Com as alarmantes notícias vindas de Roraima, o Alto Comando das Forças Armadas mudou o planejamento, que passou a chamar-se "OPERAÇÃO SURUMU" e, como já estava tudo engrenado, enviou as tropas para Roraima. Foi assim que à partir da madrugada de 27 de setembro de 1993, dois aviões da VARIG, durante vários dias, Búfalos, Hércules e Bandeirantes despejaram tropas em Roraima. Não cabendo todas as aeronaves militares dentro da Base Aérea, o pátio civil do aeroporto ficou coalhado de aviões militares. Chegaram também os caças e muitos Tucano. Veio artilharia anti-aérea, localizada nas cercanias de Surumu, e foi inclusive expedido um aviso para todos os piloto civis, sobre áreas nas quais estava proibido o sobrevôo, sob risco de abate.

Tendo como Chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), o general de Exército José Sampaio Maia – ex-comandante do CIGS em Manaus, e como árbitro da Operação Surumu, o general de Brigada Luíz Alberto Fragoso Peret Antunes (general Peret), os rios Maú, Uailã e Urariquera enxamearam de "voadeiras" cheias de soldados. Aviões de caça fizeram dezenas de vôos razantes nas fronteiras do Norte. O Exército também participou com a sua aviação de helicópteros, que contou com 350 homens do 1º, 2º e 3º esquadrões, trazendo 15 Pantera (HM-1) e 4 Esquilos, que fizeram um total de 750 horas de vôo. Vieram também cerca de 150 páraquedistas militares e gente treinada em guerra na selva. A Marinha e a Força Aérea contribuíram com um número não declarado de homens, navios e aeronaves.

Dessa maneira, não tendo Itamar Franco assinado o decreto de demarcação da Raposa / Serra do Sol e, vindo essas forças militares para demonstrar que a entrada de soldados americanos e ingleses em Roraima, não seria feita sem grande baixas, "melou" e arrefeceu a intenção internacional de apossar-se desta parte da Amazônia, mas não desistiram.

Decepcionando muito, embora sendo outro o contexto político internacional, Lula fez a homologação dessa área indígena, contestada documentalmente no Supremo Tribunal e, ainda tentou à revelia de uma decisão judicial, retirar "na marra", os fazendeiros e rizicultores ("arrozeiros") dessa área, que como muita gente sabe – inclusive os contrários – tem dentro dela propriedades regularmente documentadas com mais de 100 anos de escritura pública e registro, no tempo em que Roraima nem existia, e as terras eram do Amazonas.

As ONGs continuam a fazer pressão, e convém não descuidar, porque nada indica que vão desistir de conseguir essas terras “para os índios”, e de graça, levarem além de 1 milhão e 700 mil hectares – quase o tamanho de Sergipe – tudo o mais que elas tem: ouro, imensas jazidas de diamantes, coríndon, safira de azul intenso, turmalina preta, topázio, rutilo, nióbio, urânio, manganês, calcáreo, petróleo, afora a vastidão das terras planas, propícias à lavoura, área quase do mesmo tamanho onde Mato Grosso planta soja que fez a sua riqueza.

Isso é o que já sabemos, porque uma parte disso foi divulgada numa pesquisa da CPRM – Cia. de Pesquisa de Recursos Minerais, em agosto de 1988 (iniciada em 1983), chamada de Projeto Maú, que qualifica essa parte da Raposa/Serra do Sol, como uma das mais ricas em diamantes no Brasil, sendo o mais extenso depósito aluvional de Roraima, muito superior ao Quinô, Suapi, Cotingo, Uailã e Cabo Sobral. Essa pesquisa foi inicialmente conduzida pelo geólogo João Orestes Schneider Santos e, posteriormente, pelo também geólogo, Raimundo de Jesus Gato D´Antona, que foi até o final do projeto, constatando a possibilidade da existência de até mais de 3 milhões de quilates de diamantes e 600 Kg de ouro. Basta conferir a cotação do ouro e diamantes, para saber o que valem aquelas barrancas do rio Mau, só num pequeno trecho.

A “desgraça” de Roraima é ser conhecida internacionalmente na geologia, como a maior Província Mineral já descoberta no planeta. Nada menos que isso!

E o que ainda não sabemos? Essa pesquisa, feita em pouco mais de 100 quilômetros de barranca do rio, cubou e atestou a imensa riqueza diamantífera da área. Entretanto, o Estado de Roraima ainda tem coríndon, manganês, calcáreo e urânio, afora mais de 2 milhões e 100 mil hectares de terras planas agricultáveis, melhores que aquelas onde plantam soja no Mato Grosso.

Izidro Simões

izidropiloto@oi.com.br

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Trabalho interno


Inside Job / Trabalho Interno (2010) Legendado PT from MDDVTM TV12 on Vimeo.


Através de uma pesquisa extensiva e entrevistas com economistas, políticos e jornalistas, "Inside Job - A Verdade da Crise", mostra-nos as relações corruptas existentes entre as várias partes da sociedade. Narrado pelo actor Matt Damon e realizado por Charles Fergunson, este é o primeiro filme que expõe a verdade acerca da crise económica de 2008. A catástrofe, que custou mais de $20 triliões, fez com que milhões de pessoas tenham perdido as suas casas e empregos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Nouriel Roubini: “Karl Marx estava certo”

 Há um velho axioma que diz que “sábia é a pessoa que aprecia a sinceridade quase tanto como as boas notícias”, e com ele como guia, situa decididamente o futuro na categoria da sinceridade.


O professor de economia da Universidade de Nova York, doutor Nouriel “Dr. Catástrofe” Roubini disse que, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente pelo economista Karl Marx há mais de um século.

Roubini, que há quatro anos previu acuradamente a crise financeira global disse que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

A crítica de Marx em vigor, agora
Dentre outras teorias, Marx argumentou que o capitalismo tinha uma contradição interna que, ciclicamente, levaria a crises e isso, no mínimo, faria pressão sobre o sistema econômico. As corporações, disse Roubini, motivam-se pelos custos mínimos, para economizar e fazer caixa, mas isso implica menos dinheiro nas mãos dos empregados, o que significa que eles terão menos dinheiro para gastar, o que repercute na diminuição da receita das companhias.

Agora, na atual crise financeira, os consumidores, além de terem menos dinheiro para gastar devido ao que foi dito acima, também estão motivados a diminuírem os custos, a economizarem e a fazerem caixa, ampliando o efeito de menos dinheiro em circulação, que assim não retornam às companhias.

“Karl Marx tinha clareza disso”, disse Roubini numa entrevista ao The Wall Street Journal: "Em certa altura o capitalismo pode destruir a si mesmo. Isso porque não se pode perseverar desviando a renda do trabalho para o capital sem haver um excesso de capacidade [de trabalho] e uma falta de demanda agregada. Nós pensamos que o mercado funciona. Ele não está funcionando. O que é racional individualmente ... é um processo autodestrutivo”.

Roubini acrescentou que uma ausência forte, orgânica, de crescimento do PIB – coisa que pode aumentar salários e o gasto dos consumidores – requer um estímulo fiscal amplo, concordando com outro economista de primeira linha, o prêmio Nobel de economia Paul Krugman, em que, no caso dos Estados Unidos, o estímulo fiscal de 786 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em 2009 era pequeno demais para criar uma demanda agregada necessária para alavancar a recuperação da economia ao nível de uma auto expansão sustentável.

Na falta de um estímulo fiscal adicional, ou sem esperar um forte crescimento do PIB, a única solução é uma reestruturação universal da dívida dos bancos, das famílias (essencialmente das economias familiares), e dos governos, disse Roubini. No entanto, não ocorreu tal reestruturação, comentou.

Sem estímulo fiscal adicional, essa falta de reestruturação levou a “economias domésticas zumbis, bancos zumbis e governos zumbis”, disse ele.

Fora o estímulo fiscal ou a reestruturação da dívida, não há boas escolhas

Os Estados Unidos, disse Roubini, pode, em tese: a) crescer ele mesmo por fora do atual problema (mas a economia está crescendo devagar demais, daí a necessidade de mais estímulo fiscal); ou b) retrair-se economicamente, a despeito do mundo (mas se muitas companhias e cidadãos o fizerem junto, o problema identificado por Marx é ampliado); ou c) inflacionar-se (mas isso gera um extenso dano colateral, disse ele).

No entanto, Roubini disse que não pensa que os EUA ou o mundo estão atualmente num ponto em que o capitalismo esteja em autodestruição. “Ainda não chegamos lá”, disse Roubini, mas ele acrescentou que a tendência atual, caso continue, “corre o risco de repetir a segunda etapa da Grande Depressão”—o erro de ‘1937’.

Em 1937, o presidente Franklin D. Roosevelt, apesar do fato de os primeiros quatro anos de massivo incentivo fiscal do New Deal ter reduzido o desemprego nos EUA, de um cambaleante 20,6% na administração Hoover no começo da Grande Depressão, a 9,1%, foi pressionado pelos republicanos congressistas – como o atual presidente Barack Obama fez com o Tea Party, que pautou a bancada republicana no congresso em 2011 – , rendeu-se aos conservadores e cortou gastos do governo em 1937. O resultado? O desemprego estadunidense começou o ano de 1938 subindo de novo, e bateu a casa dos 12,5%.

Cortar os gastos do governo prematuramente feriu a economia dos EUA em 1937, ao reduzir a demanda, e Roubini vê o mesmo padrão ocorrendo hoje, ao se seguir as medidas de austeridade implementadas pelo acordo da dívida implemented by the U.S. debt deal act.

Roubini também argumenta que os levantes sociais no Egito e em outros países árabes, na Grécia e agora no Reino Unido têm origem econômica (principalmente no desemprego, mas também, no caso do Egito, no aumento do custo de vida). Em seguida, argumenta que, ao passo que não se deve esperar um colapso iminente do capitalismo, ou mesmo um colapso da sua versão estadunidense, o capitalismo corporativo – capitalismo e mercados livres são rápidos demais e capazes de se adaptarem - dizer que a ordem econômica atual não está experimentando uma crise não é correto.

domingo, 14 de agosto de 2011

O veneno está na mesa.






Você sabia que o Brasil é o país que mais pulveriza agrotóxicos nos alimentos? Que é o recordista em consumo desses químicos?
Que um brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos anuais?
Que os agrotóxicos provocam uma série de problemas de saúde, desde lapso de memória em crianças até má formação dos fetos?
Que apesar do Governo tentar proibir uso de muitos químicos, a justiça concede liminares a favor das grandes corporações químicas?
Que para conseguir crédito junto aos bancos o pequeno trabalhador é obrigado a usar transgênicos e pesticidas? Que as doenças provocadas por esses químicos nos trabalhadores do campo consomem 1,8% do PIB em tratamentos médicos?

Se não sabia, talvez seja a hora de saber disso e muitas outras coisas mais.

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