domingo, 30 de novembro de 2008

Ao todo poderoso "João Rodrigues"


Caro prefeito João Rodrigues da cidade de Chapecó, por onde andas não sei? Mas uma coisa posso lhe afirmar, quando li este texto me veio em mente logo sua pessoa....
Um pouco sumida, mas ainda me recordo de suas brincadeirinhas (hehehehehehe). Ai vai a citação???? Depois não vai dizer que não lhe avisei, mesmo porque se tivesse lhe procurado não lhe encontraria.


Não há pior heresia do que crer que o cargo público santifica o seu ocupante.

Lord Acton (1834-1902), historiador inglês.

Dilma x Agrepino Culatra

A Ministra Dilma Rousseff deixa claro sua participação em um dos momentos mais criticos que o país passou. Que foi o regime de exceção. E que ficou registrado na mente de todo o povo brasileiro a resposta que ela deu ao Senador Agripino Culatra da oposição ao governo de LULA. Este sem sombra de dúvidas é a gafe do ano 2008,que aqui coloco na íntegra pra vcs.



sábado, 29 de novembro de 2008

"Use Suas Ilusões Contra Os Cínicos"


texto de Zizek que recém saiu na Carta Maior, e do qual recomendo fortemente sua leitura. É um dos melhores textos de filosofia para o público instruído em geral de 2008. O texto nos ajuda a ver o presente, e também o futuro, pois há outros "impensáveis" e "impossíveis" na lista dos nossos sonhos de um mundo mais decente, entre os quais um mundo no qual um líder de uma potência ocidental é julgado em Haia por crimes contra a humanidade. Pois sim, os cínicos nos dizem que jamais veremos Tony Blair ou George W. Bush julgados em Haia, pois tudo o que conta é o poder. Mas podemos nos orientar pelas nossas "ilusões", e.....Para lerem na integra recomendo que click no linck abaixo:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15388

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Vignatti conclama solidariedade em socorro às vítimas de SC


Em discurso na Plenária da Câmara dos Deputados, o Deputado Federal Cláudio Vignatti solicitou a solidariedade de todos os colegas parlamentares para que auxiliem na mobilização de auxílios às vítimas da enchente.



“Está faltando água, medicamentos, alimentos, roupas e abrigos públicos, todas as medidas estão sendo tomadas, mas toda ajuda é bem-vinda”, disse Vignatti.
O parlamentar lembrou aos presentes na sessão desta terça-feira (25/11) que os dados oficiais anunciavam 84 mortes e 53mil desabrigados, além das 15 rodovias que ficaram com pontos interditados nas várias regiões do estado.

Vignatti frisou ainda que o oeste do Estado também está sendo atingido por causa da paralisação de dois berços do Porto de Itajaí. “É uma tragédia alarmante que chama atenção do mundo inteiro, com prejuízo incalculável”, disse ele ao anunciar os mais de R$ 200 milhões de prejuízos já estimados em um dos principais portos de exportação e importação de SC.


Como ajudar?



O Deputado Vignatti afirmou na Câmara dos Deputados que todos os governos, municípios de outras regiões do país e entidades diversas podem ajudar. Elogiou a TV Câmara pela divulgação dos números das contas bancárias para doações e lembrou que qualquer cidadão pode colaborar. A conta do Banco do Brasil, em nome da Defesa Civil é: Ag 3582-3 e Conta 80.000-7.

domingo, 16 de novembro de 2008

Você acredita em OVNIS ????




Afinal de contas eu não poderia deixar de fazer um post a respeito deste assunto que tomou conta dos notíciarios de toda a região sul e até mesmo do Brasil, por conta de sinais encontrados em uma lavoura em Ipuaçú (SC) Marcas circulares que apareceram em lavouras de Santa Catarina na última semana chamaram a atenção de curiosos e de ufólogos na cidade de Ipuaçu, a 511 km ao oeste de Florianópolis E 70km de Chapecó cidade a qual morro. Estes sinais Com 19 metros de diâmetro, dois círculos idênticos formados em culturas foram encontrados em lavouras de trigo e triticale (cereal da hibridação de trigo e centeio) em duas propriedades agrícolas numa pequena comunidade rural de Toldo Velho (SC). Apesar de ser leigo no assunto já tive algumas oportunidades de pesquisar o assunto e até mesmo ter conversado com uma pessoa que se dizia ter sido abduzida por ovnis.O nome dele eu não me recordo mais, mas o sobrenome dele ainda hoje me lembro é Tasca, foi radialista ,escritor e se não me falha a memória na época exercia a profissão de corretor de imóveis,já devem ter se passado uns 15 anos.Portanto eu não posso de maneira nenhuma desacreditar ou encorajar alguém a crer em determinados assuntos, mas uma certeza eu tenho, que já houve sinais deste tipo de marcas em outros Países. Então fica minha pergunta: você acredita em OVNIS??

sábado, 15 de novembro de 2008

Che: símbolo de um mundo novo; exemplo humanista e socialista


Derrubaram Che na ilusão de que, com sua morte, a Revolução sucumbiria.


Engano: passadas estas primeiras quatro décadas, seu exemplo como revolucionário, humanista e socialista é cada vez mais e mais a certeza de que o mundo só será verdadeiramente humano com a derrota do capitalismo e com a destruição de todas as formas de opressão, discriminação e exclusão.


Viva Che!!

Ai está a verdadeira face do CAPITALISMO.


Na contramão dos economistas e escribas a soldo do sistema e dos tolos que acreditam nesses fariseus e saem repetindo sua retórica falaciosa como papagaios, eu sempre afirmei que as contradições intrínsecas do capitalismo são insolúveis dentro do próprio capitalismo, projetando um futuro de crises econômicas cíclicas, de gravíssimos danos ecológicos (como as alterações climáticas) e de dilapidação dos recursos naturais de que a humanidade carece para a sua sobrevivência (a água em primeiro lugar).

Vai chegar o momento em que os homens terão de decidir se preferem morrer abraçados ao capitalismo ou se salvar adotando outra prioridade: a colaboração de todos para o bem comum ao invés da competição insana inspirada pela ganância.

Depois de ter procurado outras formas de poder mostrar que está crise, que pelo mundo se abate é na verdade reflexo de uma política intransigente de governos que sempre pautaram pelo lucro rápido,custe que custar se dizendo os verdadeiros sabedores de como conduzir o mundo sobre a batuta do capitalismo a todo custo. Mas o quê mais me chamou a atenção foi este texto que li e coloco na íntegra pra vocês

A coluna de 14/11/2008 do Clovis Rossi na Folha de S. Paulo, "Números que falam", trouxe dados estarrecedores:

* a renda dos 1.125 bilionários do planeta (US$ 4,4 trilhões) supera a renda somada de metade da população adulta do planeta e equivale a quatro quatro vezes tudo o que 180 milhões de brasileiros produzem de bens e serviços;

* em 1997, os gerentes dos 50 fundos de hedge e de "private equity" receberam cada um US$ 588 milhões, mais do que 19 mil vezes o salário-tipo do norte-americano;

* os rendimentos do Wal-Mart batiam, em 2007, o produto nacional bruto da Grécia, enquanto os da Toyota superavam o da Venezuela;

* o rendimento do trabalho no Brasil era de 45,4% em 1990, veio caindo até 2004 e só começou a ter uma ligeira recuperação a partir de 2005. Nem sequer se vislumbra no horizonte econômico o dia em que a participação do trabalho no bolo da riqueza nacional pelo menos igualará a participação do capital.

Realmente, os números falam por si: essa brutal, absurda e repulsiva desigualdade econômica é a raiz dos principais problemas que a humanidade enfrenta.

Repousa sobre o sofrimento e privações extremas a que são submetidos vastos contingentes humanos (os que vegetam abaixo da linha da pobreza) e sobre os sacrifícios inúteis impostos aos demais, que poderiam viver bem melhor e trabalhar muito menos caso cuidassem de produzir apenas o suficiente para suprir as necessidades humanas, em vez de sustentar os 1.125 grandes ociosos e todos os médios e pequenos ociosos.

Celso Lungaretti (*)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Candidatos, me enganem que eu gosto!

O projeto Excelências, da Transparência Brasil, está divulgando a evolução patrimonial de vereadores que buscam reeleição ou concorrem a prefeituras e vice-prefeituras nas capitais estaduais e de senadores e deputados federais e estaduais que concorrem a prefeituras e vice-prefeituras diversas, país afora. O estudo leva em conta as declarações de bens apresentadas em 2006 e em 2008. E mais uma vez, mostra que essas declarações muitas vezes não passam de peças de ficção, para enganar os tribunais eleitorais e os eleitores. Algumas, se verdadeiras, revelam o caráter do candidato. Jô Moraes (PCdoB-MG), candidata a prefeita de Belo Horizonte, declarou bens em 2006 totalizando 128.400 reais. O valor caiu para 98 mil neste ano (menos 23,7%). Uma deputada federal que recebe bem mais que 20 mil reais por mês parece não saber gerenciar os próprios bens, mas se candidata a administrar uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes.

Não é o caso, aparentemente, de um colega de Jô na bancada federal mineira e concorrente à prefeitura de BH, Leonardo Quintão (PMDB-MG), cujos bens aumentaram em 91,5% em dois anos, chegando a 1,88 milhão de reais. Ou de outro colega da bancada, deputado Custódio Mattos (PSDB-MG), candidato a prefeito de Juiz de Fora. Sua declaração de bens saltou de 933.468 reais, para 1.467.447, um aumento de 57,2%. Nada mal, para dois anos de trabalho parlamentar. Ou ainda, do candidato a vice-prefeito de Belo Horizonte Roberto Carvalho (PT-MG), deputado estadual, que teve seus bens elevados no mesmo período em 58,4%, chegando a 665.133 reais.

Jô Moraes, porém, está bem acompanhada. O candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PV, deputado federal Fernando Gabeira, declarou bens de 59.375 reais em 2006 e de 54.071 agora, uma queda de 8,9%. Pobrezinho! Seu concorrente Arnaldo Viana, do PDT, não se saiu melhor. Nesses dois anos na Câmara dos Deputados, viu sua fortuna reduzir-se em 35,8%, saindo de 635.068 para 407.583 reais neste ano. Chico Alencar, candidato a prefeito do Rio pelo PSOL, teve um desempenho econômico um pouco melhor. Seus bens se desvalorizaram em 4,4% em dois anos, aterrissando nos 186.098 reais.

Não sei se é o caso dos citados, mas segundo a Transparência Brasil, "muitos dos parlamentares que foram candidatos em 2006 e cujos patrimônios declarados naquele ano somam zero apresentaram à Justiça Eleitoral declarações do seguinte tipo: ’Casa na rua Tal, número N - Valor: R$ 0,00’".

Portanto, peça de ficção aceita pela Justiça Eleitoral para fazer de bobo os eleitores.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ex-bispo da poderosa Igreja Universal do Reino de Deus, que paga bons salários, e candidato a prefeito do Rio de Janeiro, declarou bens de 78.081 reais em 2006 e de 180.900 neste ano, uma evolução patrimonial de 131,7%. Mesmo assim, um homem muito pobre pelos padrões dos políticos tradicionais. É preciso muita fé para acreditar nessas declarações, mas quem duvidar pode ser condenado aos quintos dos infernos!

E há aqueles que não têm medo nem de diabo nem de cara feia de eleitor. Por exemplo, o deputado estadual Zito, do PSDB-RJ, aliado de Fernando Gabeira nessas eleições e com feudo em Duque de Caxias, declarou bens de 1.911.127 reais em 2006 e de 3.500.611 agora (83,2% de aumento em dois anos). Ou o deputado estadual Soliney Silva, do PSDB do Maranhão, cujos bens pularam em apenas dois anos de 497.410 reais para 3.331.612, aumento de quase 570%. É candidato a prefeito do município de Coelho Neto... pobre escritor!

Mas esse Soliney é até modesto, em comparação com o deputado federal Ilderlei Cordeiro (PPS-Acre) que viu sua fortuna aumentar de 1.745.000 para 5,35 milhões em dois anos legislando a nosso favor (acréscimo de 206,6%). Ele é candidato a prefeito de Cruzeiro do Sul. Em junho passado, por decisão unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal determinou que ele responda a ação penal privada por injúria à ex-deputada estadual Naluh Maria Lima Gouveia dos Santos (PT), hoje conselheira do Tribunal de Contas do Acre (TCE-AC). Nada a ver, portanto, com enriquecimento ilícito em cargo público.

Uma surpresa é a declaração do deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, candidato a prefeito de Salvador pelo DEM baiano. Neto de um dos homens mais poderosos da política baiana em mais de 30 anos, falecido recentemente, seus bens declarados à Justiça Eleitoral somam apenas 1.641.885 reais. Verdade que dobrou em dois anos (em 2006, eram de 820.559 reais), mas eu esperava mais desse herdeiro do império do ex-governador, ex-ministro, ex-senador Antônio Carlos Magalhães. Mais uma obra de ficção? Vá-se saber...

08.2008

domingo, 9 de novembro de 2008

Nossa Carta a Obama



Retirado do site Carta Maior e que este blog apoia integralmente:

O seu governo pretende resgatar a imagem dos EUA no mundo e mudar sua relação com a América Latina. É preciso que o sr. saiba que a imagem do seu país no mundo é a imagem da maior potência imperial da história da humanidade. Que à horrível imagem de potência intervencionista no destino de outros países, de exploradora das suas riquezas, ao longo de todo o século passado, se acrescentou no século XXI a política de “guerras humanitárias”, invasões que mal escondem os interesses de exploração e opressão de outros territórios e povos, de que o Iraque e Afeganistão são os exemplos mais recentes.
Não basta retirar as tropas do Iraque imediatamente – embora isso seja um começo indispensável para o resgate proposto. É necessário fazer o mesmo com o Afeganistão, assim como terminar com o apoio à ocupação israelense dos territórios palestinos, reconhecendo o direito à existência de um estado palestino soberano. No caso da América Latina, é imprescindível terminar com a Operação Colômbia, que militariza os conflitos naquele país, e os que ele provoca, com graves riscos de produção de crises regionais, pela dinâmica belicista do Exército e do governo colombiano.
Para demonstrar que mudou de atitude, os EUA devem, sobretudo, terminar definitivamente com o bloqueio a Cuba, desativar sua base de interrogatórios ilegais e torturas na base de Guantanamo e devolver esta incondicionalmente a Cuba, terminando com a prepotente e juridicamente insustentável usurpação de território cubano, que dura já mais de um século. Deve retomar relações normais entre os dois países, respeitando as opções do povo cubano na definição soberana dos seus destinos.
Os EUA devem reconhecer publicamente o grave erro de terem apoiado o golpe militar de abril de 2002 contra o presidente Hugo Chavez, legitimamente eleito e reeleito pelo povo venezuelano. Devem terminar definitivamente com articulações golpistas nesse país, na Bolívia e no Equador e comprometer-se, publicamente, a nunca mais desenvolver atividades de ingerência nos assuntos internos de outros países.
Se quiserem ter relações cordiais com a América Latina, o novo governo dos EUA devem destruir imediatamente o muro na fronteira com o México, legalizar a situação dos trabalhadores imigrantes nos EUA e favorecer a livre circulação das pessoas, como tem pregado a livre circulação de mercadorias e de capitais.
Além disso, os EUA devem deixar de utilizar organismos internacionais como a OMC, o FMI, o Banco Mundial, para propagar e tentar impor suas políticas, as mesmas que levaram ao fracasso dos governos que seguiram as suas receitas, assim como à crise financeira internacional que hoje grassa no planeta. Os países da América Latina e do Sul do mundo devem ter liberdade para encontrar suas próprias alternativas e soluções à crise, gerada nos EUA, que devem assumir suas responsabilidades e não permitir a exportação de seus efeitos negativos.
Se quiserem voltar a ser respeitados, os EUA devem deixar de tratar de favorecer ou forçar a exportação de sua mídia, de sua indústria cultural, de sua forma de vida, que pode ser boa para os EUA, mas pode ser nefasta para outros países. Essas fórmulas, muitas vezes impostas, favorecem formas ditatoriais de imprensa, formas estereotipadas de ver o mundo, modos consumistas de viver. Que os EUA deixem cada país escolher suas formas de se pensar a si mesmo, de ver o mundo, de viver e de produzir arte e cultura.
Se o sr. quiser fazer um governo diferente, deve abandonar qualquer idéia de querer impor o que os EUA considerem que seja democrático. Que cada país, cada povo, defina seu próprio caminho. Os EUA nem inventaram a democracia, nem são mais democráticos que muitos outros países.
Os EUA devem abandonar suas pretensões de ser um império mundial que zele pela ordem imperialista no mundo. Devem dar espaço para que progrida o espaço de um mundo multipolar, em que todos os países participem das decisões fundamentais. Neste sentido, devem apoiar o fim do direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, devem dar lugar à democratização desse órgão. Devem obedecer as decisões da ONU de terminar o bloqueio à Cuba, em favor do direito do povo palestino a um estado próprio e independente, entre tantas outras decisões, bloqueadas pelo veto norte-americano. Se vetos de outros países há, isso deve ser combatido pela suspensão universal do direito ao veto.
Em suma, se os EUA querem reconquistar o respeito dos outros povos do mundo, se querem resgatar a imagem do seu país que se deteriorou, devem se considerar como um país entre outros, e a eles igual, não como uma potência eleita para a missão de impor a ordem imperial e os interesses capitalistas no mundo. Devem respeitar as decisões que outros povos tomem no sentido de escolher caminhos antiimperialistas e anticapitalistas. Devem assinar o Protocolo de Kyoto, aceitando reduzir suas emissões de gases poluidores, condição básica para iniciar uma nova etapa na luta contra a destruição ambiental no planeta. Devem diminuir seu orçamento militar, revertendo essas verbas para o campo social. Devem combater os monopólios privados da mídia, a indústria tabagista, a da segurança para-militar, devem colocar como seu objetivo principal construir uma sociedade justa, a começar pela de seu próprio país, aquele em que, dentre aquelas do centro do capitalismo, a desigualdade mais cresceu nos últimos anos.
Se o sr. fizer tudo isso, ou pelo menos se mover nessa direção, pensamos que poderá contar com o respeito e com relações cordiais por parte dos governos populares e dos povos da América Latina.
(Essa carta está aberta a adesões de veículos da pequena grande imprensa alternativa de todo o mundo.)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Repensar"

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Crime (financeiro) contra a humanidade


A história é conhecida, e, nos antigos tempos de uma escola que a si mesma se proclamava como perfeita educadora, era ensinada aos meninos como exemplo da modéstia e da discrição que sempre deverão acompanhar-nos quando nos sintamos tentados pelo demónio a ter opinião sobre aquilo que não conhecemos ou conhecemos pouco e mal. Apeles podia consentir que o sapateiro lhe apontasse um erro no calçado da figura que havia pintado, porquanto os sapatos eram o ofício dele, mas nunca que se atrevesse a dar parecer sobre, por exemplo, a anatomia do joelho. Em suma, um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar. À primeira vista, Apeles tinha razão, o mestre era ele, o pintor era ele, a autoridade era ele, quanto ao sapateiro, seria chamado na altura própria, quando se tratasse de deitar meias solas num par de botas. Realmente, aonde iríamos nós parar se qualquer pessoa, até mesmo a mais ignorante de tudo, se permitisse opinar sobre aquilo que não sabe? Se não fez os estudos necessários, é preferível que se cale e deixe aos sabedores a responsabilidade de tomar as decisões mais convenientes (para quem?).

Sim, à primeira vista, Apeles tinha razão, mas só à primeira vista. O pintor de Filipe e de Alexandre da Macedónia, considerado um génio na sua época, esqueceu-se de um aspecto importante da questão: o sapateiro tem joelhos, portanto, por definição, é competente nestas articulações, ainda que seja unicamente para se queixar, sendo esse o caso, das dores que nelas sente. A estas alturas, o leitor atento já terá percebido que não é propriamente de Apeles nem de sapateiro que se trata nestas linhas. Trata-se, isso sim, da gravíssima crise económica e financeira que está a convulsionar o mundo, a ponto de não escaparmos à angustiosa sensação de que chegámos ao fim de um época sem que se consiga vislumbrar qual e como seja o que virá a seguir, após um tempo intermédio, impossível de prever, para levantar as ruínas e abrir novos caminhos. Como assim? Uma lenda antiga para explicar os desastres de hoje? Por que não? O sapateiro somos nós, nós todos que assistimos, impotentes, ao avanço esmagador dos grandes potentados económicos e financeiros, loucos por conquistarem mais e mais dinheiro, mais e mais poder, por todos os meios legais ou ilegais ao seu alcance, limpos ou sujos, correntes ou criminosos. E Apeles? Apeles são esses precisamente, os banqueiros, os políticos, os seguradores, os grandes especuladores, que, com a cumplicidade dos meios de comunicação social, responderam nos últimos trinta anos aos nossos tímidos protestos com a soberba de quem se considerava detentor da última sabedoria, isto é, que ainda que o joelho nos doesse não nos seria permitido falar dele, denunciá-lo, apontá-lo à condenação pública. Foi o tempo do império absoluto do Mercado, essa entidade presuntivamente auto-reformável e autocorrectora encarregada pelo imutável destino de preparar e defender para todo o sempre a nossa felicidade pessoal e colectiva, ainda que a realidade se encarregasse de o desmentir a cada hora.

E agora? Irão finalmente acabar os paraísos fiscais e as contas numeradas? Irá ser implacavelmente investigada a origem de gigantescos depósitos bancários, de engenharias financeiras claramente delituosas, de investimentos opacos que, em muitíssimo casos, não são mais que maciças lavagens de dinheiro negro, de dinheiro do narcotráfico? E já que falamos de delitos… Terão os cidadãos comuns a satisfação de ver julgar e condenar os responsáveis directos do terramoto que está sacudindo as nossas casas, a vida das nossas famílias, o nosso trabalho? Quem resolve o problema dos desempregados (não os contei, mas não duvido de que já sejam milhões) vítimas do crash e que desempregados irão continuar a ser durante meses ou anos, malvivendo de míseros subsídios do Estado enquanto os grandes executivos e administradores de empresas deliberadamente levadas à falência gozam de milhões e milhões de dólares a coberto de contratos blindados que as autoridades fiscais, pagas com o dinheiro dos contribuintes, fingiram ignorar? E a cumplicidade activa dos governos, quem a apura? Bush, esse produto maligno da natureza numa das suas piores horas, dirá que o seu plano salvou (salvará?) a economia norte-americana, mas as perguntas a que terá de responder são estas: Não sabia o que se passava nas luxuosas salas de reunião em que até o cinema já nos fez entrar, e não só entrar, como assistir à tomada de decisões criminosas sancionadas por todos os códigos penais do mundo? Para que lhe serviram a CIA e o FBI, mais as dezenas de outros organismos de segurança nacional que proliferam na mal chamada democracia norte-americana, essa onde um viajante, à entrada do país, terá de entregar ao polícia de turno o seu computador para que ele faça copiar o respectivo disco duro? Não percebeu o senhor Bush que tinha o inimigo em casa, ou, pelo contrário, sabia e não lhe importou?

O que está a passar-se é, em todos os aspectos, um crime contra a humanidade e é desta perspectiva que deveria ser objecto de análise em todos os foros públicos e em todas as consciências. Não estou a exagerar. Crimes contra a humanidade não são somente os genocídios, os etnocídios, os campos de morte, as torturas, os assassínios selectivos, as fomes deliberadamente provocadas, as poluições maciças, as humilhações como método repressivo da identidade das vítimas. Crime contra a humanidade é o que os poderes financeiros e económicos dos Estados Unidos, com a cumplicidade efectiva ou tácita do seu governo, friamente perpetraram contra milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçadas de perder o dinheiro que ainda lhes resta e depois de, em muitíssimos casos (não duvido de que eles sejam milhões), haverem perdido a sua única e quantas vezes escassa fonte de rendimento, o trabalho.

Os criminosos são conhecidos, têm nomes e apelidos, deslocam-se em limusinas quando vão jogar o golf, e tão seguros de si mesmos que nem sequer pensaram em esconder-se. São fáceis de apanhar. Quem se atreve a levar este gang aos tribunais? Ainda que não o consiga, todos lhe ficaremos agradecidos. Será sinal de que nem tudo está perdido para as pessoas honestas.

* José Saramago

terça-feira, 4 de novembro de 2008

José Luis Sampedro


Na noite passada ouvi falar de José Luis Sampedro, economista, escritor, e, sobretudo, sábio daquela sabedoria que não é dada pela idade, ainda que esta possa ajudar alguma coisa, mas pela reflexão como forma de vida. Perguntaram-lhe na televisão pela crise de 29, que ele viveu em criança, mas que depois estudou como catedrático. Deu respostas inteligentes que os interessados em compreender o que está ocorrendo encontrarão nos seus livros, tanto escreveu José Luis Sampedro, ou procurando a reportagem na rede, mas uma pergunta que ele próprio fez, não o jornalista, ficou-me gravada na memória. Perguntava-nos o mestre, e também a si mesmo, como se explica que tenha aparecido tão rapidamente o dinheiro para resgatar os bancos e, sem necessidade de qualificativos, se esse dinheiro teria aparecido com a mesma rapidez se tivesse sido solicitado para acudir a uma emergência em África, ou para combater a sida… Não era necessário esperar muito para intuir a resposta. À economia, sim, podemos salvá-la, mas não ao ser humano, esse que deveria ter a prioridade absoluta, fosse quem fosse, estivesse onde estivesse. José Luis Sampedro é um grande humanista, um exemplo de lucidez. O mundo, ao contrário do que às vezes se diz, não está deserto de gente merecedora, como ele, de que lhe dêmos o melhor da nossa atenção. E façamos o que ele nos diz: intervir, intervir, intervir.

A pergunta

E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infância, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?


Almeida Garrett
(1799-1854)

domingo, 2 de novembro de 2008

' Vou acessar tudo'


“Esses dias baixei música para dar de presente. Eu queria achar três músicas. Uma era do Paulo e do Sérgio Valle, Viola Enluarada. Depois eu queria dar uma música de Cid Gomes e eu arrumei uma (…) do Ary Toledo, o famoso comedor de gilete do Ceará. E a outra, que eu queria dar para o Jaques Wagner, eu não sei o nome do cantor, mas é uma que homenageia a Bahia, uma que fala assim: ‘Sou da Bahia, comigo não tem horário, eu não sou otário e ninguém pode zombar. Sou cabra macho, sou baiano toda hora’. Eu queria dar porque eles são mais jovens e nunca ouviram essas músicas”, afirmou o presidente.

Apesar dos recentes downloads, Lula observou que sua iniciativa ocorre em meio às discussões sobre pirataria e direito autoral. “Não sei como o dono das produtoras de CDs e de DVDs vão sobreviver nesse mundo libertário que a internet possibilita às pessoas. Em algum momento alguém vai começar a chiar para isso”, disse. “Quando eu deixar a presidência da República eu vou acessar tudo o que eu não tive direito agora, sobretudo música”.

Ele comentou que acessa “pouquíssimos” conteúdos on-line e disse que fica sabendo das informações publicadas em portais de notícias por meio de assessores. Ainda assim, observou que a vantagem das notícias publicadas on-line é que “você tem notícia sem precisar sujar a mão”. “Isso é uma coisa nobre”.

Lula ainda elogiou a atividade dos veículos de comunicação na internet que cobrem o dia-a-dia do Palácio do Planalto e disse que, mesmo antes de chegar ao seu gabinete após um evento, já vê notícias publicadas sobre sua rotina de trabalho.

Intrigas

Ele lembrou que o governo tem trabalhado em projetos de inclusão digital como o programa Computador para Todos. Mas fez uma autocrítica observando que, em meio a intrigas políticas, algumas iniciativas sobre o mundo digital acabam levando mais tempo do que o desejado.

Apesar de se declarar pouco informado em relação à internet, o presidente classificou a rede como “um mundo libertário” em que a população pode ter acesso ao serviço que desejar. De acordo com ele, o crescimento da importância da web na vida das pessoas “deixou tudo mais antigo e mais ultrapassado”, o que considera “extraordinário”. “A internet é o extravasamento da liberalidade do ser humano.”

Curiosidades

o epitáfio de cada um

Do bêbado: Enfim sóbrio.
Do rico: Enfim duro.
Do invocado: Tá olhando o quê?
Do maldoso: Chega aí!
Do chefe: Bata antes de entrar.
Do funcionário público: Dirija-se ao túmulo ao lado.
Do judeu: Alugo vagas.
Do crente: Fui! ... Pro Céu!
Do espírita: Volto logo!
Do policial: Circulando! Circulando!
Do prevenido: Abrir de hora em hora.
Do comerciante: Fechado pra balanço.
Do sambista: Sambei!
Do bailarino: Dancei!
Do viciado: Do pó ao pó.
Do folgado: Não perturbe!
Do político: Procurem meu advogado!
Do paquerador: Você vêm sempre aqui?
Do desastrado: Desculpa qualquer coisa!
Do bombeiro: Apaguei!
Do açougueiro: Desencarnei!
Do arquiteto: Fiz a passagem!
Do sapateiro: Bati as botas!
Do terrorista: A morte é uma bomba.
Do humorista: Não achei graça!
Do piadista: E agora, vão rir de quê?
Do inadimplente: Amanhã eu pago!
Do gordo: Enfim magro.
Do naturista: Preferia estar vivo, nem que fosse em São Paulo!
Da bichinha: Virei purpurina!
Do mano: Rapei fora!
Do cagão: Morri de medo!
Do ignorante: Si matei-me!
Do torcedor: Flamengo até morrer.
Do confeiteiro: Acabou-se o que era doce!
Do ginasta: Consegui! Dei um salto mortal!
Do jóquei: Cruzei o disco final.
Do maluco: Tô só fingindo!
Do crítico: Não gostei!
Do juiz: Caso encerrado.
Do eletricista: Foi um choque!
Do obstetra: Parto sem dor.
Do espermatozóide: Onanista miserável!
Do mineiro: Trem ruim sô!
Do sindicalista: Greve por tempo indeterminado!
Do hipocondríaco: Não falei que eu tava doente?
Do radialista: "Estou fora do Ar".

Ao visitante

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sugira.
não faça nada.
enfim, sinta-se a vontade.

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