segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Wikileaks, em favor da defesa da Liberdade de imprensa e dos valores fundamentais

Descubra como o Wikileaks tornou-se um dos principais institutos de defesa pela verdade e pela justiça através dos vazamentos de informações secretas. Instalado nos servidores do Pirate Bay, o site está protegido pelas estritas leis suecas que protegem o direito de expressão.
Julian Assage, jovem ativista, que luta pela paz mundial, tornou-se uma das principais dores de cabeça dos EUA. Muitos políticos querem que ele seja preso ou executado, mas o que ele realmente fez de errado foi mostrar os meios imperialistas e desumanos que o país aplica.
O Wikileaks faz o papel que a mídia tradicional não faz justamente por esta estar ligada aos interesses políticos dos setores oligárquicos que ditam as regras mundias.
(docverdade)

Este vídeo, apresentado pela TV estatal sueca (SVT), relata a criação e revela o modo de agir do Wikileaks, esclarecendo em especial como opera sua rede de colaboradores. É permeado por excelentes entrevistas em que o fundador do site, Julian Assange, expõe o que o animou ao projeto.


Para vcs conseguirem ver o filme inteiro eu disponibilizei ele em  04 partes,que irão passar automaticamente sem necessitar de nenhuma a intervenção, para ter acesso a ele basta clicar no linck abaixo:

  O Wikileaks

domingo, 19 de dezembro de 2010

Pessoas e fatos difíceis de entender

 A mídia privada e dita grande sumiu com o noticiário sobre os documentos liberados pelo site WikiLeaks. Não interessa contrariar os interesses norte-americanos quando essa mídia é parte do que Julian Assange chama de “tentáculos da elite norte-americana”.
É a elite que sustenta essa mídia.
A prisão de Assange é um escândalo, uma flagrante violação da liberdade de expressão. Mas, muito mais que a prisão, o conteúdo dos documentos mostra a verdadeira face dos EUA. Um conglomerado terrorista. Chantagem, extorsão, assassinatos, torturas, estupros, a barbárie com todos os requintes da tecnologia mais avançada possível.
Os documentos vazados e que revelam uma descarada intervenção nos negócios internos do Brasil, por si só, são motivo de interpelação ao governo dos Estados Unidos sobre esse tipo de atividade.
Lobby para se apossar do pré-sal a partir de braços disfarçados em institutos, coisas do gênero, compromisso assumido pelo candidato José Serra de mudar as regras que garantem à Petrobras os direitos sobre o pré-sal (18 trilhões de dólares), negociações para a privatização da Previdência e outros setores do Estado, enfim, aberta e traiçoeira interferência no Brasil em função de interesses colonizadores.
Domar e dominar o País para saquear, regra geral do comportamento dos norte-americanos.
Os documentos mostram que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, negociou com norte-americanos situações de privilégios na sua área, criticou ministros do governo Lula (Samuel Pinheiro Guimarães e Celso Amorim) e em várias situações telegramas de embaixadores, funcionários outros, os EUA ironizaram e criticaram posições brasileiras em organismos internacionais, a última delas na Conferência de Copenhague sobre meio ambiente.
Motivos mais que suficientes para cobrar uma explicação sobre todas essas atividades de um país que se diz amigo.
Ao contrário, a presidente eleita substitui os ministros apontados como “anti-norte-americanos”, caso de Samuel Pinheiro Guimarães e Celso Amorim e confirma o agente dos EUA, Nelson Jobim, no Ministério da Defesa. Ato contínuo ao vazamento de documentos ligando Jobim aos norte-americanos, a presidente eleita deixou a poeira passar e, agora, confirma Jobim ministro da Defesa.
De quebra critica o voto do Brasil sobre as sanções propostas contra o Irã na ONU (voto do governo ao qual ela pertenceu e do qual se beneficiou sendo eleita presidente do Brasil).
E para a Secretaria Nacional de Assuntos Estratégicos exuma o cadáver político de Moreira Franco, um político envolvido em escândalos vários, corrupção a torto e direito, para dar e vender.
É difícil entender um trem desses.
Os EUA tem sido pródigos em ações terroristas pelo mundo afora (controlam a maior parte da Europa Ocidental – transformada em bases militares), sustentam uma guerra perdida e suja no Afeganistão, governos corruptos e ligados ao narcotráfico como foi o de Álvaro Uribe na Colômbia e ressuscitam campos de concentração onde colocam “suspeitos de terrorismo”, sem qualquer respeito aos princípios internacionais de direitos humanos, que usam como escudo para jornadas de barbárie e boçalidade.
O grande feito do WikiLeaks está sendo o de mostrar ao mundo a face real dos Estados Unidos. Seus interesses, seus objetivos, principalmente a forma como agem em função desses interesses e objetivos, sem respeito a nada e a ninguém.
Têm presença no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, permeiam o Estado brasileiro através de figuras como Nelson Jobim, deputado Henrique Alves, senador Romero Jucá, senador Eduardo Azeredo e outros invisíveis.
Controlam o comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro Juniti Saito e boa parte dos militares brasileiros (um dos documentos revelados pelo WikiLeaks mostra que “os militares latino-americanos são de fácil cooptação”).
Nada acontece, ou ao contrário, Jobim é mantido ministro da Defesa.
Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e envolvido em escândalos no processo de privatizações do governo FHC, do qual foi ministro da Justiça e notório agente de interesses dos EUA no Brasil.
O que Dilma Rousseff talvez não tenha entendido é algo bem simples. Imagine que ao invés de ter sido ungida por Lula como candidata a presidente em torno de um programa e objetivos, tivesse sido candidata a deputada federal no Rio Grande do Sul, onde tem domicílio eleitoral. Teria que brigar voto a voto para ser eleita e não seria uma eleição fácil.
Ao aceitar ser candidata a presidente, sabendo que Lula elegeria um poste (afirmação de Delfim Netto) e sabendo-se um dos postes mais pesados que o presidente poderia ter escolhido, aceitou e, implicitamente, a continuidade das políticas do atual governo.
É mais fácil, no entanto, acomodar-se aos interesses das elites conservadoras e imaginar-se capaz de voo próprio. Não percebe que está sendo engolida antes de tomar posse.
Num plano menor, mas de grande importância, difícil entender a posição do deputado Aldo Rebelo, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), defensor intransigente da posição da bancada ruralista (latifundiários) na questão do Código Florestal. Quer alargar as fronteiras – às custas de nossas florestas – para o agronegócio e o latifúndio, em detrimento da reforma agrária.
A importância da reforma agrária não está só na divisão justa e equitativa da terra. Funde-se a aspectos maiores, à medida que anula o avanço de grandes empresas multinacionais sobre o Brasil não só na agricultura, como na tomada do subsolo rico em minerais estratégicos e fundamentais ao Brasil, se é que o País tem desejo de ter futuro como nação soberana e independente.
Ou o PCdoB mudou e transformou-se em sub-braço das elites que Assange fala, ou Aldo Rebelo está no lugar errado.
Fatos como esse, provocados por atitudes de pessoas que, aparentemente, estão de um lado, ou falam numa direção e agem noutra, são difíceis de compreender, sob qualquer argumento, inclusive o de comer o mingau pelas beiradas para depois alcançar os reais objetivos.
Parece aquela história surrada de meia virgindade. Não existe isso.
Há sim um processo de dolorosas concessões e submissão.
Os EUA devem explicações ao mundo inteiro sobre as práticas terroristas reveladas nos documentos vazados pelo WikiLeaks. E ao que me consta o Brasil faz parte desse “mundo inteiro”.
Neste momento, a crise é aguda, apenas disfarçada pela mídia venal e privada, a tarefa de lutar é dos movimentos sociais (o movimento sindical está falido com raras exceções), dos partidos não comprometidos com esse processo vergonhoso que mantém uma figura repulsiva como Nelson Jobim no Ministério da Defesa (o erro começou com Lula nomeando-o).
A sobrevivência do Brasil e das conquistas alcançadas no governo Lula que permitem entrever uma nova etapa no processo político de avanços em todos os setores não passa pelo institucional, uma espécie de clube de amigos e inimigos cordiais.
Passa pela organização, formação e pressões populares, do contrário vamos mergulhar num retrocesso sem tamanho, pois os primeiros passos de Dilma começam a mostrar um grande equívoco. Ou a esperteza é tanto que escapa ao entendimento de mortais comuns.
Não se pode nem falar em PT, um partido plantado na máquina estatal e com profundas semelhanças com o PSDB (agora refundado por Aécio Neves – é verdade, não é piada não).
É visível isso, Dilma não é Lula. O presidente atual é capaz de malabarismos prodigiosos em cima de seu carisma, seu prestígio, mas a presidente eleita não.
Esperar para ver? Tudo bem, vá lá um crédito de confiança. Mas com Jobim e Moreira Franco? É pouco provável.
Breve nos céus os F-18 fabricados pela Boeing e o Brasil na contramão da história. FHC vai arrancar os poucos cabelos que lhe restam ao perceber que foi eleito presidente num corpo de mulher.
Pode ser que eu esteja enganado, tomara. Mas cada dia parece mais difícil de entender.

Laerte Braga
Diário Liberdade

Documentario sobre a vida do sociólogo florestan fernandes



 “...descobri que o 'grande homem' não é o que se impõe aos outros de cima para baixo, ou através da história; é o homem que estende a mão aos semelhantes e engole a própria amargura para compartilhar a sua condição humana com os outros, dando-se a si próprio, como fariam os meus tupinambá”.

Florestan Fernandes morreu aos 75 anos, em 10 de agosto de 1995, vítima de dois erros médicos no Brasil.

Este documentário, dirigido por Roberto Stefanelli, recebeu em 2004 o prêmio Vladimir Herzog, a mais importante premiação jornalística da área de direitos humanos do país.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quem são os responsáveis?

O Brasil se transformou desde 2007, no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. E na ultima safra as empresas produtoras venderam nada menos do que um bilhão de litros de venenos agrícolas. Isso representa uma media anual de 6 litros por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Uma vergonha. Um indicador incomparável com a situação de nenhum outro país ou agricultura.
Há um oligopólio de produção por parte de algumas empresas transnacionais que controlam toda a produção e estimulam seu uso, como a Bayer, a Basf, Syngenta, Monsanto, Du Pont, Shell química etc.
O Brasil possui a terceira maior frota mundial de aviões de pulverização agrícola. Somente esse ano foram treinados 716 novos pilotos. E a pulverização aérea é a mais contaminadora e comprometedora para toda a população.
Há diversos produtos sendo usados no Brasil que já estão proibidos nos países de suas matrizes. A ANVISA conseguiu proibir o uso de um determinado veneno agrícola. Mas as empresas ganharam uma liminar no "neutral poder judiciário" brasileiro, que autorizou a retirada durante o prazo de três anos... e quem será o responsável pelas conseqüências do uso durante esses três anos? Na minha opinião é esse Juiz irresponsável que autorizou na verdade as empresas desovarem seus estoques. Os fazendeiros do agronegócio usam e abusam dos venenos, como única forma que tem de manter sua matriz na base do monocultivo e sem usar mão-de-obra. Um dos venenos mais usados é o secante, que é aplicado no final da safra para matar as próprias plantas e assim eles podem colher com as maquinas num mesmo período. Pois bem esse veneno secante vai para atmosfera e depois retorna com a chuva, democraticamente atingindo toda população inclusive das cidades vizinhas.
O Dr. Vanderley Pignati da Universidade Federal do Mato Grosso tem várias pesquisas comprovando o aumento de aborto, e outras conseqüências na população que vive no ambiente dominado pelos venenos da soja.
Diversos pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer e da Universidade federal do Ceara já comprovaram o aumento do câncer, na população brasileira, conseqüência do aumento do uso de agrotóxicos.
A ANVISA -responsável pela vigilância sanitária de nosso país-, detectou e destruiu mais de 500 mil litros de venenos adulterados,somente esse ano, produzido por grandes empresas transnacionais. Ou seja, alem de aumentar o uso do veneno, eles falsificavam a fórmula autorizada, para deixar o veneno mais potente, e assim o agricultor se iludir ainda mais.
O Dr. Nascimento Sakano, consultor de saúde, da insuspeita revista CARAS escreveu em sua coluna, de que ocorrem anualmente ao redor de 20 mil casos de câncer de estomago no Brasil, a maioria conseqüente dos alimentos contaminados, e destes 12 mil vão a óbito.
Tudo isso vem acontecendo todos os dias. E ninguém diz nada. Talvez pelo conluio que existe das grandes empresas com o monopólio dos meios de comunicação. Ao contrário, a propaganda sistemática das empresas fabricantes que tem lucros astronômicos é de que, é impossível produzir sem venenos. Uma grande mentira. A humanidade se reproduziu ao longo de 10 milhões de anos, sem usar venenos. Estamos usando veneno, apenas depois da segunda guerra mundial, para cá, como uma adequação das fabricas de bombas químicas agora, para matar os vegetais e animais. Assim, o poder da Monsanto começou fabricando o Napalm e o agente laranja, usado largamente no Vietnam. E agora suas fabricas produzem o glifosato, que mata ervas, pequenos animais, contamina as águas e vai parar no seu estômago.
Esperamos que na próxima legislatura, com parlamentares mais progressistas e com novo governo, nos estados e a nível federal, consigamos pressão social suficiente, para proibir certos venenos, proibir o uso de aviação agrícola, proibir qualquer propaganda de veneno e responsabilizar as empresas por todas as conseqüências no meio ambiente e na saúde da população.

*João Pedro Stedile

 Economista. Integrante da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da Via Campesina Brasil

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

As Incoerências das Passagens

 Mais numa vez na calada da noite,a passagem do transporte coletivo urbano de Pelotas,teve aumento.O aumento das tarifas do transporte coletivo,sempre ocorre no mês de novembro,quando tem as negociações sobre o descidio salarial entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores rodoviários.
   Segundo o prefeito Adolfo Fetter( PP),o aumento foi dado para resolver o impasse entre os empresários e rodoviários.
   O aumento de R$ 2,20 para R$ 2,35 um reajuste de R$ 0,15,a data escolhida não seria por melhor coincidência,perto das festas de fim do ano,época em que as escolas estaduais e municipais,as universidades UFPEL,UCPEL, Aranguera e instituições federais como IFSUL,CAVEG,estão em ritmo de férias e nas provas finais,onde não haveria como nos outros anos uma mobilização do movimento estudantil secundarista e universitário.
  Olhando os ônibus urbanos de Pelotas é uma desgraça,cada uma das seis empresas que operam na cidade lotearam os bairros,como se fossem os seus feudos,onde elas mandam.
   Segundo dados da SSTT( Secretaria de Segurança Transporte e Trânsito), 1,9 milhão de pagantes no transporte coletivo,300 mil meias passagens( estudantes),que usam os coletivos.
   Pagamos passagens de capitais,para trajetos curtos em relação à São Paulo R$ 2,70; Rio de Janeiro R$2,40 e estudante não paga;Campo Grande R$ 2,50; Porto Alegre 2,45; Cuiabá R$ 2,30; Palmas R$ 2,20; Goiânia R$ 2,25; Curitiba R$ 2,20 e aos domingos a tarifa é de R$1,00.
  Enquanto isso a tarifa da passagem intermunicipal,entre Pelotas e Capão do Leão em que o trajeto é de 20 quilômetros a passagem é de R$ 2,30 ou Pelotas ao Bairro Jardim América,que são 12 quilômetros do centro de Pelotas é de R$1,85.
  Do fim do Bairro Fragata,ao centro que a distancia é de 6 quilômetros é a média do percurso é feita em 25 minutos,pagamos R$ 2,35 percurso que é menos do que ir do centro de Pelotas ao centro da cidade do Capão do Leão e ao Bairro Jardim América.
  Um usuário que for do bairro Fragata ao bairro Areal pagara duas passagens que dará um total de R$ 4,70.
   Fora o aumento das tarifas a mando do cartel do transporte coletivo,temos uma frota sucateada,ônibus velhos reaproveitados de outras empresas fora do município,intinerarios mal planejados,horários atrasados,alguns veículos com mal cheiro,não adptados para as pessoas obesas,motoristas e cobradores mau educados que não sabem atender o público,alguns horários os aposentados ficam espremidos,assim como grande parte dos usuários destes transportes.São poucos os profissionais e fiscais que atendem bem o povo,com educação.
   Se fala em licitação do transporte coletivo,mas se deve ter cuidado,se o mesmo cartel não vai ficar mandando como sempre fizeram nesta cidade.
  Há campanhas publicitarias que convocam a população a usar mais o tranporte coletivo,do que automoveis.,pois falam que o transporte coletivo é mais barato.
  O cartel arruma mil e uma desculpa para o aumento das tarifas,como manutenção da frota,salário dos funcionários,inflação,de que os aposentados, pessoas portadoras de deficiência não pagam.Se os percursos fossem longos como de uma capital e o usuário tivesse um transporte descente até poderia se justificar,mas não é o que nós usuários vemos na prática.
  Seria bom a abertura da caixa preta do lucro das empresas,fazer as licitações,como havia se proposto a administração popular ,( 2001-2004),em que a máfia e a pelegada do sindicato dos rodoviários,não aceitaram e sabotaram,boicotaram  a administração popular.
  O povo da periferia de Pelotas pagamos caro por um serviço de péssima qualidade,onde alguns locais o ônibus nem passa.Devemos buscar novas alternativas ao abuso das passagens,como o uso de bicicletas, caminhadas, vans,mototaxi,ou fazermos como fizeram os negros do Alabama, ( E.U.A), em Montgomery,após o incidente envolvendo Rosa Parks,boicotar os ônibus, ou as manifestações como as de Santa Maria ( RS), Florianópolis( SC), Salvador ( BA), contra o abuso e incoerência das empresas.
   Queremos sim um transporte de qualidade,diante do valor da passagem em que nós usuários pagamos e transparência nas licitações. É uma incoerência e desrespeito ao usuário o valor das passagens e o transporte em que temos que pagar diariamente.

Por: Júlio Lázaro Torma
 cololaborador deste blog

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Capitalismo em Crise

“Toda a gente repete que esta é a maior crise económica desde a Grande Depressão. Isto é mesmo verdade. Mas este enunciado não clarifica as questões principais. Nada diz aos trabalhadores e à vanguarda da natureza desta crise específica, apenas que ela é má (o que eles já sabem). Meramente reiterando a severidade da crise não diz por que ela é tão má, porque teve de ser assim e qual é o prognóstico - o que está reservado para as massas e, acima de tudo, qual é a saída para esta crise. Se isto é uma crise do sistema burguês então a única saída para os trabalhadores e oprimidos, uma vez que estejam galvanizados para a luta, é a total destruição do capitalismo.”

Por Fred Goldstein

Veja o texto em PDF

sábado, 4 de dezembro de 2010

Leon Hirszman: ABC da Greve, 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida.

O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo.

Para vcs conseguirem ver o filme inteiro eu disponibilizei ele em 9 partes,que irão passar automaticamente sem necessitar de nenhuma a intervenção, para ter acesso a ele basta clicar no linck abaixo:

 ABC da Greve

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mídia de SC foi “encoleirada” por Eike Batista

  Um adjetivo resume a cobertura dos meios impressos sobre a planejada instalação de um estaleiro na Grande Florianópolis: jornalismo constrangedor


Nos idos de 1998, a atriz Luma de Oliveira provocou polêmica ao desfilar em uma escola de samba com uma coleira na qual estava gravado o nome do então marido, o empresário Eike Batista. Passados 12 anos, quem permaneceu meses a fio – e não apenas uma noite de Carnaval – encoleirada pelo homem mais rico do país foi a mídia catarinense. Um adjetivo resume a cobertura dos meios impressos – aqui analisados de forma mais sistemática na edição de apenas um dia (17/11/2010) - sobre a planejada (e agora aparerentemente cancelada) instalação de um estaleiro na Grande Florianópolis: jornalismo constrangedor.
Uma das regras (há exceções) de nomear um entrevistado nos meios impressos é a seguinte: na primeira menção escreve-se o nome completo; nas seguintes, usa-se o sobrenome. Pois Eike Batista, nos jornais, não é Batista, é Eike. Assim, próximo, quase como se fala com um vizinho, um amigo de longa data. “Eike desiste do estaleiro em SC”, diz o título da reportagem especial publicada pelo carro-chefe dos impressos do Grupo RBS, o Diário Catarinense.
Este Eike Batista vem de uma família há décadas achegada ao poder. O pai, Eliezer Batista, já em 1949 foi contratado pela então estatal Companhia Vale do Rio Doce, na qual tornou-se presidente em 1961. Neste posto manteve-se até 64, assumindo novamente a presidência entre 1979 e 1986, a convite do então general João Figueiredo. Como presidente da Vale pela segunda vez, também foi o responsável pelo Projeto Grande Carajás, que passou a explorar as riquezas da província mineral dos Carajás - uma área de 900.000 km².
Essas relações foram consolidando prestígio e poder. O jornal Brasil de Fato (http://www.brasildefato.com.br/node/289 ) informa que Eike Batista é também o maior magnata de petróleo do país. “Através dos leilões realizados nos campos brasileiros, com auxílio direto de ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras, contratados por ele, sua empresa, a OGX, tornou-se o maior grupo privado de exploração marítima do Brasil”. Em termos de áreas de exploração de petróleo em mar, a companhia dele só perde para a Petrobras, da qual Batista tirou e contratou, por salários para lá de vantajosos, diretores e gerentes que teriam acesso a informações privilegiadas sobre áreas de exploração e produção do Brasil e do exterior.

Eike” nos jornais – 17 de novembro
No dia 17 de novembro, a alardeada desistência da instalação do estaleiro teve a seguinte cartola, manchete e linha de apoio no Diário Catarinense, impresso que é o carro-chefe do Grupo RBS no Estado:
OSX bate martelo
Estaleiro não será em Santa Catarina, decide Eike Batista
Dificuldades na liberação de licenças ambientais fizeram com que o empresário decidisse construir o projeto em um complexo portuário do Rio de Janeiro
Nas páginas 4 e 5, a cartola e o título estampavam:
Adeus R$ 2,5 bilhões
Eike desiste do estaleiro em SC
Vale reproduzir a abertura da reportagem:
Os golfinhos venceram, e os moradores das praias do Norte da Ilha não precisam mais se preocupar. O Estaleiro OSX, um empreendimento de mais de R$ 2,5 bilhões e geração de 14 mil empregos, não vão vai ficar em Santa Catarina”.
O texto prossegue e informa que o novo local, no RJ, tem vantagens, em vários aspectos, bem maiores do que em SC. É de se perguntar, portanto, porque o Grupo do bilionário número 1 do país e seus parceiros internacionais insistiam em implantar o empreendimento no entorno de três Unidades de Conservação da Natureza na Grande Florianópolis. Mas a informação mais interessante é a seguinte: “No Rio de Janeiro, o empresário sabe que não terá problemas no futuro. É amigo do governador Sérgio Cabral e já tem muitos investimentos no Estado”. A coluna Informe Econômico, na mesma edição, diz que Biguaçu foi inicialmente escolhida porque Elizer Batista era próximo do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, agora eleito senador por SC. É o que está por trás da velha ladainha empresarial, de que o Estado não deve intervir na iniciativa privada. Antes fosse, porque já não se trata da figura do Estado, e sim das amizades, do compadrio, que definem o futuro de comunidades inteiras.
Ao final do texto principal, lemos o seguinte: “O Grupo EBX anunciou que estuda outros empreendimentos para a propriedade em Biguaçu. O megaterreno já comprado poderá receber algum investimento do grupo. Como Eike sempre disse que não instala empresas onde não se considera bem-vindo, o que vem por aí não deverá chegar nem perto do que viria”.
Há entrevistados que lamentam o fato de o Grupo ter investido em SC, sem que se saiba agora o que será desses supostos investimentos. Digo “supostos” porque um deles, um Jardim Botânico em três locais da Capital, teria consumido R$ 650 mil em projetos. Quais projetos? Quem fez? Para planejar o quê? Não se sabe. O que fica é a impressão de que o Grupo perdeu esse dinheiro. Onde? Para quem?
O jornal Hora de Santa Catarina, também do Grupo RBS, no mesmo dia traz um destaque de capa: “Biguaçu não terá estaleiro da OSX”
Na matéria da página 4, intitulada “Biguaçu sem ESTALEIRO”, o texto – resumido ao extremo - tem a mesma abertura risível do DC, resumindo o debate à proteção dos golfinhos e dos moradores do norte da Ilha.
No Jornal de Santa Catarina, igualmente do Grupo, com circulação na região de Blumenau, o título na página 9 foi esse: “OSX. Estaleiro de Eike vai para o Rio.” O texto, menor do que o estampado no DC, começa com a mesma abertura já mencionada. É prática do Grupo usar o texto de um mesmo jornalista nos vários impressos que circulam no Estado.
O Notícias do Dia, do Grupo Ric/Record, circulou com a seguinte manchete: “Biguaçu perde o estaleiro para o Rio”. O jornal escolheu a página 3 para divulgar a decisão: “Rio de Janeiro fica com o ESTALEIRO”. No texto principal, a sempre mencionada criação de 4 mil empregos diretos e 4 mil indiretos e a informação, entre outras, de que o Grupo doaria R$ 20 milhões para a criação do Jardim Botânico de Florianópolis.
Guardei uma edição do ND, de 5 e 6 de junho de 2010, na qual havia um encarte especial sobre Meio Ambiente (em referência do dia 5), e o que me chamou a atenção foi o fato de a página 8 estampar o título “Estaleiro terá tecnologia e sustentabilidade” e a linha de apoio “Projeto da OSX segue padrões mais avançados para esse tipo de empreendimento”. O texto parece saído diretamente do setor de marketing do Grupo, mas em nenhum momento o ND deixa isso claro, o que, nos meios de comunicação, se faz com inserção da expressão “Informe Publicitário”. Isso informa o leitor de que não se trata de texto jornalístico.

O dia seguinte
O DC de 18 de novembro estampou, na capa, o seguinte:
O que sobrou do Estaleiro
Os novos planos que Eike Batista tem para o Estado
Direção da EBX diz que empresa pode instalar quatro outros projetos, entre eles, um hotel-marina, no mesmo local em Biguaçu.
No texto da página 6, intitulado “A Herança de Eike: o que ainda pode vir para o Estado”, há a informação de que, das sete empresas que formam o Grupo, uma está confirmada para atuar em SC, a REX, do setor imobiliário. Nada que impressione, dado que o prefeito de Biguaçu é ligado ao grupo Deschamps, de emprendimentos imobiliários.
Vale mencionar que, ainda no dia 6 de novembro, o Grupo RBS assim tratou uma manifestação contra a instalação do Estaleiro: “Elite de Jurerê Internacional se une contra Estaleiro OSX”, com o seguinte início de texto: “A briga é de cachorro grande. Os ricos de Jurerê Internacional decidiram apoiar ambientalistas e pescadores contrários ao Estaleiro OSX em Biguaçu, na Grande Florianópolis”.
Mas é certo que a visão do Grupo que traz a marca do oligopólio da comunicação no Estado apareceu bem antes, em 6 de junho de 2010, na página 14, dedicada aos “Grandes Temas”, No caso em questão, tratava-se do “Sim ao Desenvolvimento”. Do editorial extraio os seguintes trechos sobre o Estaleiro:
Esse empreendimento, que em qualquer sítio do mundo despertaria o júbilo do equilíbrio e da maioridade financeira, um pecúlio para as gerações do porvir, em Santa Catarina se vê ameaçado por uma ótica de viés obscurantista, que prevê, liminarmente, a impossibilidade de blindagem ecológica capaz de proteger o meio ambiente da região escolhida.
Claras manifestações de má vontade – de vezo nitidamente ideológico e de aversão ao investimento - irrompem em instituições engajadas, que ingressam na jurisdição técnica da Fatma, órgão estadual qualificado para examinar com rigor científico e isenção as condições oferecidas pela OSX em seu relatório de impacto na área de implantação do estaleiro, ora em análise pela autoridade ambiental de Santa Catarina (grifos meus, para lembrar que a Fatma também foi elencada na até hoje mal-explicada Operação Moeda Verde).
[...]
Há no ar uma certa “ecoteocracia” temperada por um verdismo desmedido e insensato, entre a queda do Império Romano e a ascensão de Carlos Magno, em que a unidade básica da sociedade era a pequena aldeia agrícola. A única maneira de os homens estarem em harmonia com a natureza seria viverem “em nível de subsistência”.
No dia 8 de junho, leio no mesmo DC, com a cartola “26 anos depois”, o título “Oito são condenados por desastre na Índia” acompanhado de matéria de Agência. Os acusados, hoje na faixa dos 70 anos, tiveram penas de até dois anos de prisão. Eles pagaram fiança e vão esperar em liberdade o resultado de um recurso. Foi a primeira condenação desde o acidente, em 1984, quando um vazamento em uma subsidiária da Union Carbide matou cerca de 25 mil pessoas em Bophal, na Índia. Mas quem quer saber desses mortos? Sim ao Desenvolvimento!!!
Recentemente a mídia noticiou que a “...OSX, empresa do setor naval e de equipamentos para a indústria de petróleo do empresário Eike Batista, quer financiamento do Fundo de Marinha Mercante e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção do seu estaleiro no litoral norte do Rio. O investimento total do estaleiro, que, segundo a empresa, será o maior das Américas, é estimado em US$ 1,7 bilhão”.
Em seu livro “Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal” (Record, 2001), o geógrafo Milton Santos diz o seguinte (p.35): “A associação entre a tirania do dinheiro e a tirania da informação conduz, desse modo, à aceleração dos processos hegemônicos, legitimados pelo “pensamento único”, enquanto os demais processos acabam por ser deglutidos ou se adaptam passiva ou ativamente, tornando-se hegemonizados”.
Acene-se com 14 mil empregos diretos e indiretos (quais, onde, por quanto tempo?) - e com um Grupo de Mídia a serviço dessa lógica - e temos instalado o “pensamento único”. Quem dele destoa é refém de uma “ótica de viés obscurantista”.
No mesmo livro, Milton alerta para a morte da política com P maiúsculo, “...já que a condução do processo político passa a ser atributo das grandes empresas (p.60)”. E as grandes empresas, como se viu no caso de “Eike”, são sempre grandes amigas dos políticos. E assim elas chantageiam, ameaçam ir embora, sempre com o discurso de que são “salvadoras dos lugares (p.68)”, como diz Milton, estabelecendo guerras fiscais entre um estado e outro da federação.

Nós e eles”
O episódio da instalação do estaleiro escancarou quem, em Florianópolis, são os “nós” e os “eles”, que claramente se identifica nos conflitos na cidade.
Vale a pena relembrar um caso exemplar, a instalação de um empreendimento empresarial turístico (campo de golfe) no balneário de Ingleses, em Florianópolis. Próximo ao empreendimento mencionado há uma comunidade, a Vila do Arvoredo, também conhecida como Favela do Siri, que começou a se formar nos anos 1980. No embate travado para a instalação do campo de golfe, é ilustrativo o conjunto de comentários feitos pelo então governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, em entrevista concedida à TVBV em abril de 2007, na qual há 17 minutos referentes à temática ambiental. Ver em http://video.google.com/videoplay?docid=-8286208201407673708#
Nela o governador Luiz Henrique da Silveira menciona o assunto (1), quando questionado sobre a reclamação dos empresários em relação à “burocracia” e a “dureza” das leis ambientais:
1- Eu acho que nós vamos ultrapassar esse período negro, que não é possível que nós não possamos ter em uma ilha como essa, maravilhosa, certo, marinas para receber turistas estrangeiros com muito dinheiro que venham gastar aqui e gerar emprego. Que nós não consigamos fazer um campo de golfe, meu deus do céu. Em Marbela, você viu, tem 50 campos de golfe e por isso aquela vila pobres de pescadores foi transformada num dos maiores pólos milionários de turismo. Então nós precisamos ter uma evolução. O que as pessoas têm que ter em mente é que uma marina não polui. Nós vimos lá em Marbela, dentro da marina, a profusão de peixes que havia. Pelo contrário, ela desenvolve, ela embeleza. Ela traz um novo dinamismo para as cidades. Então nós temos que superar isso, estamos com um grave problema, eu vou dizer aqui especialmente para os florianopolitanos [...].
No trecho seguinte (2), o governador classifica de “medievalismo” a posição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em relação às licenças ambientais e diz que é preciso descentralizar as decisões relativas às políticas de meio ambiente:
2 - Quem sabe cuidar mais de Florianópolis é o florianopolitano. É a Prefeitura, é o vereador. Quem sabe cuidar mais do meio ambiente do estado é o Governo do Estado, são os deputados estaduais. Então é preciso acabar com essa burrocracia [com dois erres na pronúncia] em que dois ou três técnicos lá em Brasília, longe da realidade, decidem as coisas, ou não decidem, porque um monte de processo, uma montoeira de processo não lhes dá tempo nem de examinar os processos.
Um dos apresentadores pergunta então se não é necessário haver controle em relação a isso, porque a natureza estaria “dando resposta” às ações humanas, ao que o governador questiona (3):
3 - E agora você me diz: e a favela do Siri, ali? Do lado do campo de golfe que não querem deixar o Fernando Marcondes [de Mattos, empresário] fazer? Por que não se proíbe a proliferação de favelas, que joga - me permita a expressão irada - cocô para a praia para provocar doenças nas nossas crianças? Por que não se atua nisso aí para impedir? Né? Por que não se atua nisso aí para impedir? A favela pode poluir a praia. Agora, um resort, um hotel, um campo de golfe, para atrair turista e gerar emprego e renda não pode.
Do ponto de vista discursivo, evidencia-se, na fala do governador, uma série de indícios que apontam para diferentes sujeitos sociais: “não querem deixar (...) fazer” (quem?); “nossas crianças” (quais?); “por que não se atua (...)” (quem?). No trecho 2, ele deixa explícitos, porém, os sujeitos sociais que seriam os mais capacitados para “cuidar” do “meio ambiente” do estado. E no trecho 1 está sinalizado o exemplo da “evolução”, o balneário de Marbella, na Costa do Sol, Espanha, totalmente descaracterizado pela especulação imobiliária estimulada pela corrupção.
Essas considerações nos levam a crer que a implosão desse modelo de jornalismo constrangedor, insustentável, é o desafio e o fardo do tempo histórico imposto aos jornalistas no Sul do mundo, expressão que retiro de livro de István Mészáros “O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo no século XXI (Boitempo, 2007). Milton Santos acreditava que a mídia, sob a pressão das situações locais, deixaria de representar o senso comum imposto pelo pensamento único. Então, como dizia Fox Mulder, eu também quero acreditar. Acreditar em uma mídia sem coleiras com a tirania do dinheiro e da informação.

Míriam Santini de Abreu é jornalista.

Para além do "bem contra o mal"

A onda de violência sistemática deflagrada na região metropolitana do Rio de Janeiro, a partir do dia 21 de novembro de 2010, exige uma leitura crítica diferente da abordagem feita por uma parte considerável dos principais veículos midiáticos de circulação e nacional. Mais uma vez, tais veículos se orientam pela espetacularização dos eventos que assustam a população; numa análise de tabula rasa, constroem uma narrativa mitificadora – “a luta do bem contra o mal”; anunciam o início de uma guerra e colocam as ações dos agentes criminosos, ligados ao tráfico de drogas, como atos terroristas comparáveis aos perpetrados por organizações com propósitos político-ideológicos. Um noticiário que contribui para uma comoção geral, em que todas as medidas possíveis, inclusive aquelas executadas ao arrepio da lei, possam alcançar o controle da situação e restabelecer a paz em toda a metrópole, apostando na economia política do medo, capturando o apoio da maioria da população.
 
Os fatos, que já produziram 46 mortes, entre elas as de crianças e idosos,  estabelecem inúmeras conexões com componentes que violam o estado de direito e tudo que possa assegurar a cidadania plena. São fatos que, sem ignorar a importância de medidas imediatas de coerção e outras que visem o aparelhamento e qualificação da polícia, servem para evidenciar e problematizar um evento que não cabe em um padrão de análise dicotômico. Portanto, destacamos três questões que estabelecem relações entre si, entendidas em um cenário de conjugação de políticas de segurança e de políticas de urbanismo, conformando uma espécie de estratégia de controle geral da cidade, em que o Estado, na condição de aparato regulador, tem desempenhado o papel de administrar a separação social entre asfalto e favela e ditar os limites da convivência possível no contexto da desigualdade. (BOCAYUVA, Pedro Cláudio Cunca. Os riscos da comunidade capturada versus a plataforma da “favelania”. Revista Otra Economía. Volumen III – nº 5 – 2º semestre /2009 – ISSN 1851-4715.
 
A primeira é a de que a onda de violência demonstra os limites das ações do governo do estado no campo da segurança pública. O esgotamento do discurso da “política do enfrentamento”, da “política de guerra” perante os mais diversos setores da sociedade acabou por propiciar a legitimação do atual discurso de pacificação, consolidando a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora - UPPs. A implementação das UPPs tornou-se o símbolo daquilo que elas não são – uma política pública de segurança. De fato, as UPPs foram capazes de reduzir significativamente a exposição de moradores à letalidade do confronto entre policiais e agentes do tráfico. As UPPs, no entanto, estão longe de ser uma política de segurança pública. Sem contar com os problemas que acompanham a sua presença no território - ações invasivas dos policiais dirigidas aos moradores; agentes policiais ocupando o espaço de agentes e organizações sociais nos processos de pressão e mediação para garantir determinados bens e serviços públicos, entre outras questões.
 
A segunda é a reconfiguração da relação entre os agentes públicos corruptos do estado, muitos da polícia, com os traficantes de drogas que atuam nos pontos de vendas- pagamento de propina, pacto entre grupos de policiais com organizações de traficantes rivais, aluguel de armas, facilitações para o comércio das drogas ilícitas, ações de contra-informações ou vazamento de informações aos grupos criminosos etc. Tudo indica que estão em curso mudanças na base dessa relação. À medida em que se expandem as UPPs e as milícias, com inserção e forte delimitação territorial, a relação entre a parte da polícia corrupta e o tráfico de drogas, com a sua clássica estrutura, vai perdendo espaço. Dois artigos ajudam a elucidar esse ponto, que podem ser encontrados em (http://luizeduardosoares.blogspot.com/) e (http://www.cartacapital.com.br/sociedade/violencia-no-rio-a-farsa-e-a-geopolitica-do-crime).
 
A terceira questão se relaciona diretamente com a anterior. Refere-se ao intenso processo de mercantilização das principais metrópoles brasileiras. Um processo que tem como pano de fundo um modelo de desenvolvimento urbano perverso, com fortes componentes classistas que reforçam a segregação socioterritorial, que apartam os mais pobres e negros da dinâmica socioeconômica e cultural da cidade. Combinado com o apelo dos megaeventos esportivos, especialmente para a cidade do Rio de Janeiro que sediará as Olimpíadas em 2016, a metrópole fluminense passa por intensas mudanças, ao tornar-se o espaço privilegiado para o ingresso de investimentos do grande capital, que busca ampliar a sua lucratividade.
 
Mas para o sucesso dessa investida capitalista, são necessárias intervenções que gerem impacto no tecido urbano, tanto em sua dimensão material quanto simbólica. As intervenções materiais são aquelas feitas com vultosos recursos públicos para a realização de obras e intervenções de infraestrutura urbana – reforma do Maracanã, Veículo Leve sobre Trilho, Porto Maravilha, linha de metrô para a Barra da Tijuca, ampliação da rede hoteleira, teleférico do Complexo do Alemão, alargamento de vias rodoviárias, remoções de famílias para áreas distantes do centro da cidade.  A dimensão simbólica, permeada pelo forte apelo emocional que tais eventos provocam - paixão pela seleção nacional, patriotismo, orgulho coletivo, coesão em torno do mesmo propósito etc, cria uma atmosfera ideológica propícia a eliminar ou mitigar qualquer componente que ameace o bem estar dos grandes investidores, ávidos por mais lucros. É bom frisar que esses investimentos com recursos públicos, e todas as suas vantagens, tendem a ser apropriados por corporações privadas. A história dos grandes eventos esportivos demonstra isso. Foi assim no Canadá, na Grécia, na Espanha e no Panamericano, em 2007, na própria cidade do Rio de Janeiro (ver artigo da revista Proposta nº 120).   
 
A dimensão simbólica é alimentada com narrativas produzidas pela mídia, com propagandas governamentais, ações concretas governamentais e da iniciativa privada com provisão de equipamentos culturais, eventos artísticos, festivais musicais, estetetização de espaços públicos e ações objetivas que impactam diretamente a vida das pessoas e visam assegurar um ambiente harmônico, sem conflitos de interesse, inclusive entre os grupos sociais que ocupam diferentes espaços da metrópole. E os episódios atuais com as medidas implantadas pelo governo do Rio de Janeiro, para conter a onda de violência, é mais uma das medidas com impacto na dimensão simbólica da região metropolitana fluminense.
 
Os episódios atuais e as perspectivas futuras contribuem para justificar medidas de exceção que violam fragorosamente os direitos humanos. Não é à toa que as palavras “guerra” e “terrorismo” são expostas a ressignificações para justificar a presença das forças militares, no uso de armamentos de guerra em espaços urbanos, com alto risco de letalidade, invasão de casas, prisões ilegais e outras medidas que apavoram muito mais quem vive nas favelas do quem está na cidade “formal”. Imagine-se tentar dormir e acordar durante dias e horas num ambiente em que a qualquer momento alguém poderá invadir sua residência ou que ela poderá ser alvejada por uma munição capaz de perfurar um automóvel blindado. O processo de mercantilização da cidade é acompanhado da flexibilização das leis para desbloquear o lucro do capital. Também é preciso que o estado demonstre que tem o controle e é capaz de exercer o monopólio da força – com isso, acentua-se a militarização do território, a criminalização da pobreza e a violação dos direitos humanos. A cidade precisa ficar livre para o ingresso e a reprodução do capital. Mais do que nunca, em tempo de crise nos países desenvolvidos, o solo urbano é um ativo de grande valor num país como o Brasil, em que a economia demonstra vigor. 
 
Em meio a esse complexo cenário, é importante mencionar que nessa guerra não há vencidos nem vencedores. O conflito está visibilizado. Nos cabe agora politizar esse debate. Disputar os significados do projeto de cidade policiada que está colocado para o Rio de Janeiro nos próximos anos. É o momento de ressaltar e fortalecer a mobilização crítica de grupos sociais em torno da questão. Na última semana, ao mesmo tempo em que se acirravam os conflitos no Complexo do Alemão, dois seminários colocavam em debate a democratização da cidade: (i) um dentro de uma articulação nacional, com representantes de movimentos sociais de 10 cidades brasileiras, além de uma representante da África do Sul e (ii) outro com organizações do Rio de janeiro. Isso indica que há a organização de um discurso e uma ação no sentido de uma cidade includente, que não criminalize as populações mais pobres que vivem nos morros e periferias e defendendo que as mudanças estruturais ligadas aos megaeventos devam beneficiar principalmente quem mais precisa. Essas mudanças devem servir para afirmar a cidadania, respeitar e garantir os direitos humanos, contrariamente a uma lógica de privatização da cidade.

domingo, 28 de novembro de 2010

Sadia é obrigada a dar descanso para evitarfadiga dos trabalhadores

 A empresa Sadia S.A continua obrigada a conceder 49 minutos em pausas para a recuperação da fadiga dos funcionários da linha de produção. A determinação é do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, em Santa Catarina.  A Sadia S.A também está proibida de demitir funcionários que estão afastados do trabalho para fazer tratamento de saúde.
Desde 2007 as condições de trabalho dos funcionários da empresa são investigadas pelo Ministério Público do Trabalho. Ficou comprovado que se a situação for mantida, cerca de 20% dos trabalhadores serão afetados por doenças laborais. As fiscalizações constataram que eles chegam a realizar até 120 movimentos por minuto, ou seja, quatro vezes mais que o recomendado pela Medicina do Trabalho.
De acordo com o procurador do Trabalho Sandro Sardá, “as atuais condições de trabalho na empresa são absolutamente incompatíveis com a saúde física e mental dos trabalhadores”.
Entre 2003 e 2007, a Sadia S.A pagou R$ 30 milhões em contribuições ao INSS. No entanto, seus funcionários receberam R$ 170 milhões em benefícios previdenciários. A maior parte deles está relacionado a afastamentos por doenças provocadas por lesões nos músculos, tendões, nervos e ligamentos.
                                                                                                                                                                    Quer ouvir
http://www.radioagencianp.com.br/

  Radioagência NP, Jorge Américo.

Advento

Vivendo a esperança,aguardamos a vinda do Cristo Salvador
                          
     Neste domingo tem inicio,o tempo do Advento, que é o inicio do calendário litúrgico cristão e o tempo de preparação dos cristãos para a Festa do Natal,do nascimento de Jesus Cristo.Para preparar a chegada do Salvador,todos os anos a Igreja Católica no Rio Grande do Sul,sugere um tema de meditação em grupos de familias nas comunidades.
  Neste ano lembramos das palavras do Sacerdote no Rito da comunhão,após a oração do Pai Nosso,quando invoca:
   " Vivendo a esperança,aguardamos a vinda do Cristo Salvador"
   Os cristãos sempre esperaram a "Vinda do Senhor" ou o " Dia do Senhor"( Apoc 1,10),nos primeiros séculos à espera era mais ansiosa,alguns acreditavam que seria ainda no século I e que seriam testemunhas destás cousas.Mais o tempo passou e muitos cristãos não se preocuparam mais como fim dos tempos e nem com o sinal dos tempos.
  O povo da época de Jesus sabia discernir a ''previsão do tempo",mas não sabia discernir os "Sinais do Reino".
   O Sinal dos Tempos, não é o "Fim do Mundo",pois o planeta terra é novíssimo em relação á outros planetas da galáxia e que está em construção e não faz parte do projeto de Deus em destrui-lo.
  Se Deus quise-se destruir não teria mandado o seu filho amado para salvar a humanidade e morrer de forma humilhante e violenta na cruz do Calvário.
  Eis que nós seres humanos e o planeta vivemos numa época de desesperanças e medo,em relação ao presente e ao futuro,como espécie e do planeta.
  Se de um lado vemos os avanços tecnológicos,algo impensado pelos nossos avòs e antepassados,do outro vemos que a humanidade não conseguiu a resolver os seus problemas milenares que afetam e ao mesmo tempo que novos problemas começam a aparecer.
  Vivemos num mundo marcado pela fome,pobreza,miséria,com proliferação de pandemias,desequilíbrio ambiental que já afetam vastas regiões do planeta, a violência estatal ( guerras e terrorismo de estado), violência normativa ( terrorismo,deliqüência e o narcotráfico),corrupção em todas as esferas da sociedade.
  Ao mesmo tempo em que vemos aumentar o consumismo e a concentração de renda  nas mãos de uns poucos,que fica daca vez mais ricos a custa da destruição do planeta e de pobres que ficam cada vez mais pobres.
  Eis que como Igreja devemos ver " as mudanças de época" ( D.A,44) e "investigar a todo o momento os sinais dos tempos,e interpretá-los à luz do Evangelho,para que possa responder,de modo adaptado a cada geração,às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da vida presente e do futuro,e da relação entre ambas.È por isso,necessário conhecer e compreender o mundo em que vivemos,as suas esperanças e aspirações,e o caráter tantas vezes dramático" ( Concilio Vaticano II, GS, 4).
  Esta tem sido nos últimos tempos a preocupação e as angústias da Igreja em dar uma resposta ao homem pós moderno e ver formas de dialogar com está sociedade que está em constante transformação,pode ser no mundo da política,cultura,economia e da própria religião.
  Onde países e pessoas de arraigada fé cristã se tornam cada vez mais hostis ao Evangelho e se afastam do Evangelho.Devemos buscar novas formas para fazer-ser cativado pelas pessoas e responder as agústias,incertezas da humanidade.
  Num mundo marcado pelo medo e desesperança devemos ver e discernir os sinais de mudança de época e ser agentes da esperança e que aguarda a vinda do Cristo Salvador.Isto é o desafio de interpretar corretamente os sinais dos tempos,que nos alertam para as mudanças de época em que estamos vivendo.Ao mesmo tempo em que a natureza guarda com dores de parto e dizemos " Maranatá", " Vem Senhor Jesus!".
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     Júlio Lázaro Torma




  * Membro da equipe diocesa da Pastoral Operária/ Diocese de Pelotas ( RS) e colaborador deste Blog

 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O capitalismo fabrica e financia a “dissidência”

Até o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ali compareceu e foi abraçado por Soros

 Na exposição apresentada no III Encontro Civilização ou Barbárie, em Serpa, Portugal, Michel Chossudovsky reflete sobre aquilo que define como “a fabricação do consenso” e “a fabricação da dissidência”.
Os dirigentes do sistema imperial compreenderam, após Seattle, que precisavam reformular a estratégia de resposta à vaga de protestos populares contra instituições como a OMC, a OCDE, o Banco Mundial e o FMI, instrumentos do imperialismo.
A “fabricação do consenso” – expressão divulgada por Chomsky – promovida pelas transnacionais que controlam a comunicação social, tem por objetivo desinformar e manipular as massas, levando-as a formar a opinião através do discurso da mentira.
A “fabricação da dissidência”, concebida pelas elites econômicas, é mais complexa. Para dificultar modalidades de protesto radicais, visa a promover e controlar formas de oposição que não ameacem o funcionamento do sistema. É exercido através da presença em movimentos progressistas de intelectuais e sindicalistas que condenam o neoliberalismo, mas não o capitalismo.
Uma oposição que acredita numa reforma do capitalismo que “o humanize” não é apenas tolerável, mas útil. Alguns desses intelectuais não têm consciência plena do papel que desempenham. Outros esforçam-se para impedir tomadas de posição anti-imperialistas e consensos orientados para ações internacionalistas.
Nesse contexto, a evolução do Fórum Social Mundial é esclarecedora.
Presentemente, muitos dos seus dirigentes tipificam o “reformador do capitalismo” inofensivo para o sistema. É o caso dos franceses Ignacio Ramonet e Bernard Cassen. Vale a pena recordar que, num dos fóruns, em Porto Alegre, Mario Soares – o coveiro da Revolução Portuguesa – foi o diretor do diário  do evento. Uma chuva de parlamentares europeus e latinos contribuiu para estabelecer a confusão no FSM. Uma percentagem elevada das ONGs que participam activamente da contestação ao neoliberalismo está recheada de “informantes” a serviço de instituições capitalistas, incluindo a CIA. Tudo fazem para fragmentar o movimento popular.
Chossudovsky aborda uma realidade pouco conhecida: fundações privadas, com prestígio na chamada “sociedade civil”, atuam hoje nos bastidores como grupos de pressão, através de ativistas influentes, com renome internacional. São muitas, mas citarei apenas três gigantes: a Ford, a Rockefeller e a Stewart Mott.
Todas financiam generosamente movimentos de contestação. Os dirigentes de ONGS selecionadas não desconhecem a origem do dinheiro recebido, mas alegam que essas fundações são órgãos filantrópicos sem vínculos com o poder. As viagens aéreas e os hotéis de intelectuais progressistas respeitados são pagos por essas fundações.
Em outras palavras, o ativismo antiglobalização capitalista é, com frequência, segundo Chossudovsky, controlado por fundações a serviço da estratégia imperialista. Para demonstrar abertura democrática, líderes de organizações como a Green Peace, a Anistia Internacional e a Oxfam são convidados a participar do Fórum Econômico Mundial de Davos, a tribuna do grande capital. Até o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ali compareceu e foi abraçado por Soros.
A resposta das forças progressistas à manipulação das consciências através da “fabricação do consenso” e da “fabricação da dissidência” está longe de ser satisfatória. A escassa presença de que dispõem na rede é mal aproveitada.
Revistas web de informação alternativa abrem as suas colunas a aventureiros da política, mascarados de revolucionários. Um charlatão como Heinz Dieterich, que chegou a sugerir a capitulação das Farc, foi, durante anos, recebido em Havana como amigo para, ultimamente. tomar distância e destilar veneno contra a Revolução Cubana.
Não faltam também intelectuais de “esquerda” que se contemplam como umbigo do mundo; alguns chegam ao extremo de promover homenagens a si próprios. A ampla divulgação pela mídia progressista do trabalho de Chossudovsky seria, creio, uma contribuição à luta contra o imperialismo.

Miguel Urbano Rodrigues é escritor português

domingo, 21 de novembro de 2010

Declaração de Raimundo Colombo preocupa Sindicato


  
O Sindaspi/SC que representa os servidores do estado nas empresas Epagri, Cidasc, Santur, Ceasa e Codesc- se preocupa com as declarações de Raimundo Colombo, dadas a imprensa esta semana. As manchetes estampavam *Colombo leva choque com folha de  salarial (notícias do dia, 16 de novembro de 2010) *Contas preocupam Colombo ( Jornal A Notícia 16/11/2010) *Contas preocupam - Gasto com folha de pagamento deve aumentar 52% deste ano para 2011 em Santa Catarina ( Jornal Santa Catarina (16/11),assim como foi notícia  das principais colunas políticas do estado.


Para o Sindaspi nada disso é novidade, o próprio secretario da fazenda Cleverson Siewert declarou em uma das rodadas de negociação, de que o estado estava falido. Também o governador Leonel Pavan, em duas conversas com os coordenadores da Intersa, alertou sua preocupação com a dívida publica. Inclusiva, o Sindaspi publicou uma entrevista publicada no Diario Catarinense, onde o então candidato ao governo declarou que: "Quando assumi a Prefeitura de Lages, no dia da posse, demiti mil  pessoas".


Já a declaração de Siewert, no jornal Santa Catarina, "teremos nos proximos anos uma ordem de contenção, mas com coerência e habilidade podemos construir novamente o equilibrio das contas. Acho que em 2011, o governo não poderá falar em aumento para servidores, terá de primeiro arrumar a casa e montar uma política salarial para, quem sabe, no final do ano começar a conversar com os servidores." Pelas palavras do secretário, oque podemos interpretar, é que a situação do estado é resultado da má gestão do (seu?) governo? Sele le mesmo admite que o novo governo terá que antes arrumar a casa, é sinal que não foi bem administrada. O Sindaspi lembra que este mesmo secretário, após declarar o rombo no estado, abandonou a mesa de negociação com a Intersindical. Ou seja, pra ele, a saída pra má gestão do governo é sacrificar os trabalhadores.


Relembrar estes fatos não significa fazer terrorismo ou causar desespero nos trabalhadores, mas mostrar a importância de que ter conhecimento sobre os fatos pode mudar toda uma história



Em notícias publicadas em dois jornais do grupo RBS, os gastos quase que duplicaram em menos de quatro anos (tabela abaixo) Só de 2010 a 2011, o aumento irá ultrapassar 50% deixando em muito próximo o linite prudencial da  Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para onde foi esse dinheiro? Quem ou o quê realmente está inchando a folha do estado? De uma coisa o Sindaspi tem certeza, os trabalhadores de sua base( Epagri, Sidasc, Santur, Codesc, Seasa) não receberam nada além da inflação. Alias, para receber o INPC o Sindaspi e a Intersa, tiveram que lutar muito, pois até direitos históricoso governo quis retirar.

E agora o que esperar de Raimundo Colombo, que antes de assumir, já declara para a imprensa, sua preocupação com a folha de pagamento?

 Doações ocultas


Porém, não é só o dinheiro que "sai" que preocupa. O que "entra" também  deveria merecer respostas. Segundo a Folha de São Paulo,  os 18 governadores eleitos  no primeiro turno arrecadaram cerca de 40% de suas doações de forma "oculta". O campeão, segundo o jornal é Siqueira Campos (PSDB-TO), com 98% das doações oculta. Em seguida  pasmem - Apareçem Raimundo Colombo(DEM-SC), com 92%, e Roseana Sarney (PMDB-TO), com 87%. Mesmo que a lei permita esta manobra, qual o interesse desses governadores, em ocultar o nome dos financiadores de suas campanhas?


Gasto com pessoal

2008 - R$ 3,86  bilhões (36,26% da receita)

2009 - R$ 4,32  bilhões (35,44% da receita)


2010 - R$ 4,8 bilhões (35,76% da receita)


2011 - R$ 7,34 bilhões (48,92% da receita)

 SINDASPI/SC - Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Perícia, Pesquisa e  Informação de Santa Catarina 

INTERSA (Intersindical que agrega os sindicatos Sindaspi/SC, Sintec, Saesc e Sintagri)



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Câmara Municipal de Vereadores de Chapecó entrega Medalha ao Mérito Dom José Gomes, ao agricultor Pedro Rocha, liderança do Movimento Sem Terra.



MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA SC

CONVITE
ENTREGA DA MEDALHA DOM JOSÉ GOMES


É com muita alegria que convidamos para a entrega da Medalha ao Mérito Dom José Gomes pela Câmara Municipal de Vereadores de Chapecó. Acolhendo o pedido do vereador Marcelino Chiarello, o homenageado com esta honra será o agricultor Pedro Rocha liderança do Movimento Sem Terra, pequeno agricultor do Assentamento de Reforma Agrária Dom José Gomes.
Pedro Rocha aprendeu a teoria na prática dura e diária das lutas e enfrentamentos dos acampamentos debaixo da lona preta. A partir dessas lutas, Pedro foi se destacando como um grande líder e organizador, juntamente com outros Movimentos Sociais, na busca do fortalecimento do bem comum, da vida e dos direitos.
O objetivo da medalha Dom José Gomes é homenagear lideranças públicas, religiosas e comunitárias que tenham sua vida intimamente ligada à prática e testemunho de luta em defesa dos empobrecidos e marginalizados. D. José nos deixou seu legado e cabe a nós sermos seguidores de nosso mestre e aprendiz do povo.
Dom José Gomes foi um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra que originou o atual Movimento dos Sem Terra. Esperamos que esta medalha seja um reconhecimento de sua identificação com a causa de D. José em defesa da vida, com firmeza, coragem, ternura e testemunho.

Participe desta sessão:
Dia: 09/12 (Quinta feira)
Hora: 17:00 hs
Local: Câmara de Vareadores de Chapecó


             DIREÇÃO ESTADUAL MST SC

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A ditadura e o empresariado nacional.

            Pouco ainda se sabe e se fala, por razões bem óbvias, da ligação do grande empresariado nacional com o regime militar. Contudo, é um fato real que o golpe de 1964 foi um golpe civil-militar, com forte suporte financeiro das elites industriais do país. Muitos empresários não somente apoiaram o golpe, mas também financiaram com grandes somas de dinheiro a repressão e a tortura. O caso mais conhecido é o da financiamento, por empresas paulistas, da Operação Bandeirantes (OBAN), criada em 1969 pelas forças armadas, em conjunto com as polícias civil e militar, para enfrentar a crescente resistência ao regime.

         A partir da implantação da OBAN, a ditadura aumentou, de forma sistemática e coordenada, a repressão e a tortura, causando a morte de várias pessoas que resistiam ao regime por meios armados ou não. Não somente dinheiro do empresariado nacional foi utilizado para aparelhar a OBAN, mas também de empresas multinacionais, como as automobilísticas FORD e General Motors. O temor do empresariado às possíveis reformas sociais prometidas pelo governo Goulart e apoiadas pela mobilização popular, na época vistas pelo próprio empresariado como “sindicalização do governo”, foi o fator central na articulação civil-militar do golpe. No decorrer dos anos de ditadura, tanto empresas nacionais quanto internacionais se beneficiaram da política econômica de "desenvolvimento" do regime. Os laços entre os generais e parte considerável do grande empresariado, sobretudo nos anos mais violentos do regime, eram tão grandes, que até o Ministro da Fazenda entre 1967 e 1974 (nos governos Costa e Silva e Médici), Delfim Neto, foi muitas vezes encarregado de lembrar o empresariado da importância do seu apoio financeiro à repressão.
         O empresariado nacional financiou fortemente o golpe e a tortura. De maneira que pensar nos 20 anos de total repressão aos direitos civis e políticos, sistemáticas prisões, torturas, assassinatos, etc., como duas décadas de um regime apenas militar, sem uma participação deliberada de parte da burguesia, quando não inocente, é querer simplificar os fatos da nossa história política recente e forjar uma narrativa que exime de responsabilidade direta arquitetos centrais do golpe.
         Se nem sequer no Brasil ainda se tem acesso público aos documentos das forças armadas no período, e tampouco um único torturado foi punido, imaginem quão distantes estão de terem que prestar contas à sociedade empresários e empresas que financiaram o regime, muitos dois quais ainda em atividade e influenciando os rumos políticos e econômicos do país. Se muitos dos torturadores ainda não têm nome nem rosto, quanto menos esses empresários, que equiparam a tortura, mas não sujaram suas mãos com sangue.
         Os ataques das elites dirigentes ao 3 Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH), produto de ampla discussão do Estado com a sociedade civil organizada e movimentos sociais, que propõe a criação de um comissão para averiguar os crimes cometidos pelo regime, e tornar muito do que está encoberto público, tem suas razões. E elas são nítidas. Nomes aparecerão, e personagens e empresas influentes contarão em alguma lista.
          As elites brasileiras vão muito bem com a desmemória coletiva a respeito dos anos de chumbo, já que a anistia concedeu a liberdade de muitos continuarem impunes e influenciando os rumos do país. Ainda temos uma longa caminhada na luta contra o esquecimento deliberado que as elites, junto com os órgãos de mídia que elas mesmas controlam, alguns dos quais existem desde o regime, querem perpetuar. Um esquecimento que se traduz em impunidade e, por consequência, em repetição, com uma máscara democrática, de velhos hábitos. O silêncio imposto sempre foi uma grande arma das elites. E hoje a desinformação produzida pela mídia oligárquica, travestida de porta-voz do direito de voz, está comprometida com esse apagamento e distorção do que foi o regime e como ele foi arquitetado. Não é por coincidência que para a Folha de São Paulo a ditadura militar tenha parecido tão branda. O mesmo jornal emprestava seus carros para a OBAN usar como disfarce nas suas operações de captura e assassinato de membros da resistência.
         A sociedade civil organizada e os movimentos sociais, todavia, cada vez mais têm demonstrado que querem ver os crimes da ditadura averiguados pelo Estado, os nomes dos torturadores e seus apadrinhadores publicados e a realização de seus julgamentos . Está muito claro o forte conteúdo de classe nessa oposição das elites a que se mexa no passado. E não tenham dúvidas de que quanto maior for a pressão da sociedade para que os  responsaveis diretos pela tortura não fiquem impunes, maior será a contraofensiva das elites, pois o que está em jogo não é somente a memória, mas também as consequências da verdade tornada pública.
       Por isso que se a sociedade brasileira conseguir que se torne público e que se punam os crimes da ditadura, será uma prova concreta da força da sociedade civil organizada no Brasil atual, e um prenúncio de novas conquistas que estarão por vir. 
 

       

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

E agora José?

 
JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
                           José, para onde?  

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Brasil : A Face Oculta

 A última semana que passou,foi marcada pelo obscurismo, após a vitória da candidata oficialista Dilma Rousseff, no dia 31 de outubro, para a presidencia da República. Quem acompanhou pela internet,ficou chocado pelas práticas obscuras nos sites e comunidades,de relacionamento, como Orkut, Facebook, Twitter, blogs e por email, eu recebi uns três emails, com ameaças.
  Onde os inimigos declarados da democracia,usaram e abusaram do ciberespaço,para atacar a democracia,  os seus inimigos declarados, usaram o espaço mais democrático que é a internet.
  Nós em pleno inicio do século XXI, regredimos para os anos de 1930-1940 do século XX, com o aparecimento de práticas já condenadas pela humanidade e pela constituição cidadã de 1988. Vimos o reflorescimento da extrema direita, como os grupos fundamentalistas religiosos, neonazistas, separatistas, como a velha Ação Integralista Brasileira de Plínio Salgado, bem como os estandartes da SBTFP ( Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição da Familia e Propriedade),como da velha UDN ( União Democrática Nacional) de Carlos Lacerda.
  Os casos de maior repercussão foram da estudante de direito Mayara Petruso, no twitter,faceboock,com declarações xenófobas e aporofóbias, contra os nordestinos, após a derrota do seu candidato José Serra ( PSDB/SP). Em Porto Alegre ( RS), a prisão de um grupo neonazista que planejava atentados terroristas e ameaça de morte contra o Senador Paulo Paim ( PT/ RS). O ataque contra a colônia japonesa no interior de São Paulo o rodeio das gordas,organizada por estudantes da UNESP de Araraquara ( SP),onde estudantes montavam nas colegas obesas, como se fossem animais de um rodeio, e falavam em enfeitar as colegas, que quem fica-se mais tempo montado ganharia prêmios.
  Segundo os organizadores, isso é uma prática esportiva acadêmica brasileira. Pergunto a onde, que isso é prática?
   Os casos de xenofobia e aporofobia, aconteceram em sua maior parte na região sudeste do pais, principalmente nos eixos Rio -São Paulo, principalmente vindo das classes médias e alta,da chamada ellite decente do país. Reduto principal do candidato da extrema direita o tucano José Serra.
  Em São Paulo,há grupos como o " Poder Paulista", " Movimento São Paulo para os paulistas", `a FIESP, FASP,mídia,alguns bispos da CNBB- Sul 1, que defendem a supremacia de São Paulo, sobre os outros estados da federação e se declaram como a locomotiva do Brasil, grupos que defendem a separação de SP, do país e da região sudeste, transformando em um novo país.
   Segundo Mayara Petruci, que sustenta o discurso xenófobo, homicida, racista, contra o povo nordestino, na qual defende que devem serem eliminados, perder o seu direito de voto, outros defendem a construção de um muro que separa o sul e sudeste do norte e nordeste, desejam a independência destas regiões do Brasil. Segundo estes xenófobios estás regiões elegeram Dilma presidente, se esquecendo que ela foi eleita com os votos de todas as regiões do Brasil.
   Querem separar a região sul e sudeste,para que? Para a mesma ellite continuar explorando e mandando nestes estados.Se diz que o sul é branco( europeu e rico) e o nordeste  é negro e pobre,quem sustenta este discurso está enganado e não conhece a região,pois o sul e o sudeste são pobres e negro também. A causa da pobreza e dos problemas do sul e sudeste não é o nordeste,que segundo a elite recebe benefícios do governo e manda gente para cá,que vão aumentar os bolsões de miséria e as filas do desemprego.
  O problema das nossas regiões é a chamada elite " branca", ' decente" e 'cheirosa", que exploram o povo de todas as regiões, junto com as oligarquias estaduais. Elite esta que faz com que uma região seja " superior" as outras e impõe a sua cultura e modo de pensar sobre as demais. Se o sudeste, conseguiu em termos econômicos e de cultura nacional, foi obra conjunta de todos os brasileiros, e não apenas daqueles que nasceram nas regiões que se tornaram mais ricas, por força do crescimento desigual determinado pelo modelo de industrialização implantado no País.
  A elite faz os preconceitos de formas velada contra os nordestinos, indígenas,negros, judeus,mulheres e homossexuais, gaúchos, que somos considerados os indesejáveis da elite.
   O povo brasileiro é um povo único, onde á uma diversidade de culturas, sotaques, etnias, crenças, ideologias. Que pena que isso tudo é apenas uma ilusão,onde fomos enganados por séculos pela ideologia dominante das elites.
   O poeta Cazuza, cantava: " Brasil ! Mostra a tua cara, Quero ver quem paga".
   O poeta não viu, que a mascara da sociedade brasileira,caiu e a internet, nos mostrou a verdadeira face, que estava mascarada a anos,pela ideologia dominante, de um Brasil, que não sabe viver e nem conviver com as indiferenças.
   Principalmente a elite brasileira,mostrou a sua cara através da foto de uma bela estudante de direito chamada Mayara Petruso. A peruca esta caindo e os cabelos aparecendo,deste Brasil oculto, que ninguém quer ver.
    Será este o Brasil, que queremos? e teremos para as futuras gerações?

 Por: Júlio Lázaro Torma
  colaborador deste blog

sábado, 6 de novembro de 2010

41 anos da morte de Carlos Marighella “A direção ideológica é a condição fundamental para o êxito da direção política”.

Carlos MariguellaCarlos Marighella é daqueles que mesmo depois de assassinado ainda amedronta os inimigos. Comanda mesmo no silêncio, através das idéias e dos exemplos, exércitos de novas gerações que acreditam nas mudanças revolucionárias.

São quarenta e um anos longos e lúcidos cor que em combate ele nos foi tirado à força das fileiras. Quarenta anos de saudade dos mais velhos e de respeito dos mais novos que aprenderam a admirá-lo, mesmo não o tendo conhecido pessoalmente; mas que, sob o seu comando, integram hoje as centenas de trincheiras espalhadas pela pátria inteira.

Nasceu na Rua do Desterro e carregou a sina, desterrando-se e desterrado pelas condenações. Queria o campo; lá era o espaço da guerrilha, mas o tempo não permitiu que fizesse essa inflexão no destino da revolução.

Aprendera nos combates que, para cada ofensiva do inimigo, devia abrir outra frente política. Procurar caminhos alternativos e diversificados, pois é na ação que se faz a organização para acompanhar o movimento das mudanças. Assim sendo, em todo e qualquer avanço sempre deve haver a garantia da retirada. Cuidar de atacar para enfraquecer o inimigo, enquanto se fortalece a própria força.

A geração de Carlos foi de rupturas. Seus comandantes tinham um nome só. Por isso “Carlos” é escrito no plural: Carlos Prestes, Carlos Lamarca e Carlos Marighella. A história esculpira a pancadas cada qual.

A geração de Carlos era universal, porque o imperialismo também o era. Golpeava em todos os lugares do mundo: naqueles já vencidos e nos que ainda se haveria de vencer.

Com sua morte silenciaram as massas e no silêncio a nação perdeu a graça. Não pode haver vitórias quando os povos perdem os seus líderes mais conscientes. Eles compunham a parte que pensava diferente, sonhava diferente para o tempo futuro. Combatiam aqueles que ditavam as diferenças, matavam seus irmãos e bajulavam os capitalistas. Não podem ter vencido aqueles que ao império haviam se vendido.

A geração de Carlos se recolheu e guardou os fuzis. As massas foram ensinadas a empunhar bandeiras. Encheram as alamedas e as avenidas, ouvindo o próprio grito dos aflitos; e o barulho permitiu que o algoz se juntasse a nós.

Disse ele:“A direção ideológica é a condição fundamental para o êxito da direção política”. Quando os êxitos não são êxitos e, nas vitórias ninguém é derrotado; na tática existe algo errado.

Questão de tempo. Se é verdade o que ele defendia, que os meios a serem empregados nas lutas, são aqueles que as massas aceitam, embora os revolucionários devam ajudar a escolhê-los, os fuzis e as bandeiras um dia separados, voltarão e servirão nas mesmas fileiras.

Assim a história encontrará o seu rumo, pois as massas e a vanguarda dela farão o mesmo resumo. Isto sempre ocorre quando as gerações se reencontram e se contam os acertos e as perspectivas, daí renascem as táticas ofensivas.

Carlos Marighella, nunca deixará de ser uma lembrança combativa; a sua imagem continuará viva na memória e em nossos corações. Se os seus exemplos recontam o seu destino, se espalharão como um perfume fino, nas consciências das novas gerações.

Marighella vive!               

*Ademar Bogo

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dilma: A primeira mulher eleita, os desafios da esquerda e a agenda conservadora

 
 
311010_gils   A eleição de Dilma Rousseff ao mesmo tempo que aponta avanços, indica preocupações que a esquerda socialista tem de ter de enfrentar . A importância da eleição da primeira mulher para o cargo de presidente é extremamente importante, como o foi a eleição do primeiro operário, da mesma forma que o governo do PT ser pautado por uma conduta democrático é de animar. Não podemos ignorar a preocupação com a melhoria da vida da população pobre, mesmo com as limitações da política de gerência do capital.
No entanto não podemos esquecer que ocorreram recuos constantes com relação à questões de extrema importância para a esquerda em geral e em especial para a esquerda socialista. A questão da comunicação foi tratada de forma negligente sob a capa da uma CONFECOM que nunca foi tratada com a seriedade que merece, o que aconteceu foi a negativa de enfrentamento da mídia hegemônica, o partido do capital do qual falava Gramsci. Outra questão é questão da reforma agrária de de relação com o MST, também tratada de forma tímida e inclusive contando com negativas por parte dos partidários do governo de relações profundas com o MST outros movimento de base. As questões listadas no PNDH3 que vão da legalização do aborto ao combate da homofobia e a luta pela divulgação dos arquivos da ditadura e punição dos torturadores foram tratadas como secundárias e rifadas na primeira manifestação de enfrentamento que as forças conservadoras e seus gurus midáticos deram em um frenesi de obscurantismo assustador e que veio a se repetir de forma preocupante no fim do primeiro turno das eleições.
As próprias conferencias, que seriam uma ferramenta interessante de diálogo entre sociedade, movimentos sociais e governos, foram um fiasco e na verdade uma ferramenta útil de cooptação e de desmobilização de movimentos ao invés de uma ferramenta de ação dos movimentos junto ao governo. Não podemos esquecer que em nome da derrota do PSDB se elegeu um governo que é supervalorizado no que tem de esquerda e inclusive é colocada de forma acrítica uma postura de aceitação de limitações do governo e do partido que o capitaneia em um quadro de governo de coalizão, ignorando que a ala dominante do Partido dos Trabalhadores não parece ter uma motivação especial em avançar em bandeiras históricas da esquerda como as supracitadas, lembrando mais do que nunca uma estrutura burocratizada de partidos socialistas que tendem a social democracia de estilo europeu, como um PSOE Espanhol.
Os desafios da esquerda socialista, e também da esquerda governista, socialista ou não, é o de construir consensos possíveis com os movimentos sociais de forma a agir em bloco para tencionar o governo para avanços reais à esquerda e dar o sangue para criar uma opção real de esquerda socialista que avance para além do discurso e que exija que o governo eleito vá para além da gerência qualificada do capitalismo, que seja uma ferramenta de transformação social do país, inclusive para avanços que nem são socialistas, são apenas democráticos, como os direitos civis dos LGBTT, legalização do aborto, legalização das drogas, reforma agrária e urbana radicais, controle social da mídia,etc.
A esquerda com todos os equívocos que ocorreram nas últimas eleições sai mais forte, sai da eleição com avanço de diálogo entre partidos da esquerda socialista e com ampliação da representação da esquerda radical nos parlamentos e com um importante diálogo criado com a juventude. Não se pode esquecer o elemento simbólico da eleição de Dilma, que é uma poderosa ferramenta de atração de militantes para a luta da esquerda e que sim, pode ser um meio de luta sólida pelo avanço da esquerda na sociedade brasileira, que ainda demonstra alto grau de conservadorismo.
É hora de arregaçar as mangas e irmos além do mito e do simbólico, sem no entanto desprezá-los. É preciso não ser o pessimistas que olha os números da esquerda radical, sem olhar as campanhas de filiação, nem o otimista do "Oba Oba" do abraço ao simbólico da primeira mulher sem olhar o contexto desta eleição.
 
  Gilson Moura Jr

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Sombra da extrema direita

 Temos visto nos Estados Unidos da América,no continente europeu,como aqui no Brasil à sombra da extrema direita.tais grupos de modo peculiar agem no submundo da política,fazendo o velho trabalho sujo ensinado pelo  Führer Adolf Hitler ( 1889-1945),de que
" Quanto maior a mentira,maior é a chance de ela ser acreditada".
  A  extrema direita, tem nos últimos anos crescido em muitos países e integrado legalmente legendas de muitos partidos que se guiavam pela ideologia neoliberal ou de direita clássica,com a crise econômica  nos países do capitalismo central ou da ascensão de governos populares na América latina,ela tenta ser a resposta ou fazer o contra ataque.
  A extrema direita usa o discurso de moralizadora,defensora da ordem,dos bons costumes,usa indevidamente as consignas de defensora de "Deus, Familia,Pátria,Tradição e Liberdade", as características dos grupos de extrema direita política e religiosa são:
  A extrema direita não tolera que os homossexuais gozam dos mesmos direitos do que os heteros,de que as mulheres,sejam valorizadas,respeitas e tenham os mesmos direitos do que os homens.
  A luta da extrema direita que se considera a favor da vida,se concentra sobre tudo na luta contra o aborto,defendem a pena de morte para os considerados indigestos da sociedade.
  Defendem a esterilização em massa das familias de baixa renda,a redução da idade penal e aceitam a contra gosto o divorcio.
   Regeitam os imigrantes e os migrantes,no caso brasileiro são contra a população do norte e nordeste do pais,acusam a população destas regiões como sendo repousáveis pela pobreza e miséria de outras regiões como o sudeste e o sul,falam como foi o discurso eleitoral vencedor no estado de Santa Catarina,de que os impostos dos "ricos" catarinenses e do sul sustentam os benefícios sociais dos pobres do Nordeste.
  Fomentam a rivalidade entre as regiões do pais,onde alguns estados se declaram como "superior" aos outros estados da República Federativa do Brasil. São contra os imigrantes latino-americanos,africanos,judeus,árabes,nordestinos,indígenas.
  Pregam a violência,o retorno da ditadura militar e os seus órgãos de repressão,bem como a luta armada para eliminar os rivais.Defendem a eliminação física dos pobres,moradores de rua,portadores de deficiência,moradores de favelas,sem terra,indígenas e afro descendentes.
  Se declaram defensores da propriedade privada," Nós representamos a sustentação da propriedade privada" ( Adolf Hitler e Benito Mussolini).
   São contra o ecumenismo,o dialogo inter religioso incentivam a intolerância religiosa,entre as igrejas e religiões,são essencialmente contra qualquer forma de democracia parlamentar ou participativa.
   São favor de guerras contra os povos árabes ( como a ocupação da Palestina,guerra do Iraque,Afeganistão, Somália) e na América Latina afavor de golpes civis-militares como de Honduras e no Equador,como da criminalização dos movimentos sociais urbanos e agrários.
   São contra o uso de anticonceptivos,como o uso de preservativos,mesmo que isso pode causar o aumento de enfermos de HIV ( AIDS) e de doenças sexualmente transmitivas.Pretendem que os supostos " direitos de Deus",estejam por cima dos " direitos humanos",defendem a revogação da declaração universal dos direitos humanos,na qual declaram como " direitos de bandidos e criminosos", querem o fim da ONU ( Organização das Nações Unidas).
  Buscam o seu apoio nas Igrejas mais tradicionais e fundamentalistas,como a sua moral e tradição.Os importa mais o bom nome de padres,bispos e pastores do que a dignidade de suas vitimas.Se empenham em defender causas perdidas como o creacionismo,subordinação a potestade espiritual da Igreja,mantendo a autonomia relativa dos poderes civis,que no entanto devem estar subordinados moralmente a Igreja,a hierarquização da sociedade e que a elite deve governar.
  Usam todas as formas de baixaria,trapaças,jogo sujo para conseguir alcançar os seus objetivos,para tomar governos,desqualificar adversários,usam ameaças para intimidar os que consideram rivais.
  Vem comunismo em tudo,defendem o anticomunismo,são contra as cotas nas universidades, a lei Maria da Penha,ECA, Estatuto do Idoso, reforma agrária e urbana,preservação da natureza,ampliação dos direitos humanos e sociais( PNDH),pois para eles isso é comunismo e chavismo.
  A extrema direita quer chegar ao governo do Brasil a todo custo,fazer do Brasil uma base para desestabilizar  a democracia do continente e dominar a América. A extrema direita está causando um grande mal a democracia brasileira e até a própria direita.

Júlio Lázaro Torma

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