domingo, 28 de junho de 2009

Florestan Fernandes


Considerações acerca do desenvolvimento da Sociologia no Brasil e da importância de Florestan Fernandes


A história do desenvolvimento do pensamento sociológico no Brasil, que passou por diversos momentos e foi abordada sob diversos enfoques, tem sua origem no período chamado de “pré-científico” onde a produção de obras que objetivavam analisar a sociedade eram feitas por pessoas sem especialização acadêmica na área, e sem método, que são mais de abordagem histórica e literária que sociológica, o que de forma alguma deve ser fator de pormenorização da importância e do pioneirismo das mesmas. Nesse período ressalta-se a obra “Os Sertões” de Euclides da Cunha, cujo tema é o conflito na região de Canudos. Todavia, tão importante quanto a análise do conflito, é a busca da compreensão do sertão e do sertanejo.


A partir das obras de Oliveira Viana, “Populações Meridionais no Brasil” e “Evolução do Povo Brasileiro” e, principalmente, do clássico de Gilberto Freyre “Casa Grande e Senzala” que o viés sociológico torna-se preponderante nas análises, esta última obra é especialmente voltada para um estudo otimista das relações inter-raciais no Brasil.


No momento seguinte, no começo da década de 1930, com a criação da escola de sociologia da Universidade de São Paulo, inicia-se o momento da expansão da chamada “sociologia cientifica” onde se encontra a proliferação de ensaios e estudos altamente embasados e munidos do objetivo de se compreender o Brasil. Nessa escola encontram-se os principais autores da Sociologia no país, e dentre eles destaca-se Florestan Fernandes, ingresso já no começo da década seguinte.


Florestan Fernandes, nascido em São Paulo na década de 1920, vindo das classes operárias, cuja mãe trabalhava de lavadeira, optou pelas Ciências Sociais devido ao curso ser noturno, o que o possibilitava trabalhar para alcançar o seu sustento. Bacharelou-se em Ciências Sociais no ano de 1943 e, acadêmico brilhante que era, com 10 anos já havia percorrido toda a carreira na USP.


Em um primeiro momento de sua carreira, dedica seus estudos a um viés mais antropológico buscando, com sua tese de mestrado, compreender, através de dados secundários e terciários, a “organização social dos Tupinambás”, com uma dissertação de mestrado de mesmo nome, e com a tese de doutorado batizada de “A função social da Guerra na sociedade Tupinambá”. Todavia, não seria com estudos dessa natureza que ele iria se consagrar como um dos maiores sociólogos do “terceiro mundo”, como o qualificou Willian P. Morris no International Journal of Sociology (1981).


Florestan, a partir de 1952 quando assume a cadeira de Sociologia 1 na USP, subordina o seu labor intelectual à compreensão dos estudos sociais dentro dos padrões científicos, dando início a organização de um grupo de colaboradores, dentre eles, Otavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso, originando a “Escola de Sociologia da USP” ou “Escola de Sociologia Florestan Fernandes”, que tinha como finalidade o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de relações no Brasil, desenvolvimento da empresa industrial em São Paulo e na análise sociológica do desenvolvimento do Brasil.


Outro tema que em um determinado momento domina as preocupações intelectuais de Florestan é o desenvolvimento da revolução burguesa no Brasil, que ele afirma que em condições de subdesenvolvimento se caracteriza por ser antidemocrática e antipopular.


Após o seu retorno do período de exílio, fruto do momento ditatorial vigente no Brasil, Florestan se dedica a colaboração com os movimentos sociais emergentes, o que influencia sobremaneira o seu trabalho acadêmico, especialmente com o trabalho “Em busca de uma sociologia critica e militante” onde explicita a crítica permanente da dominação burguesa no Brasil e renova suas esperanças no socialismo. A partir de então a crítica ao caráter elitista e antipopular da transição política no país alcança papel central em suas obras.


E intensifica-se principalmente a partir de 1986, quando aceita o convite do Partido dos Trabalhadores para concorrer a uma cadeira no parlamento brasileiro, sendo eleito deputado federal constituinte e tendo uma atuação voltada à construção das condições de emancipação da classe trabalhadora, tendo como eixo central de sua atuação parlamentar a construção de uma educação verdadeiramente popular e democrática.


Florestan Fernandes deixou a vida em 10 de agosto de 1995, deixando também uma extensa obra, fundamental para a compreensão da sociedade brasileira e, mais do que isso, deixando um legado através de seus exemplos que nos demonstra a justeza da 11 ª tese de Marx sobre Feuerbach: “os filósofos tem apenas interpretado o mundo de diversas maneiras; a questão porém é transformá-lo”.


*por Danniel Coelho

sábado, 27 de junho de 2009

Mentiu pro Tio

Vejam com os próprios olhos o quê o José Serra faz pra se eleger.....Mente muito, esperem pra vcs verem o que ele vai fazer com o Brasil, se ele se eleger



Boa Sorte

segunda-feira, 22 de junho de 2009


"Os filósofos já analizaram demais o mundo;

trata-se agora de transformá-lo"



Karl Marx,

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Chapecoenses são 'POCA VOIA"



Me engana que eu gosto.....Presidente de Cooperativa,Presidente de Sindicato Operário....Comungarem da mesma forma de pensar?????? Ou eu devo estar vendo bichinho,ou somos todos nós, trabalhadores, alçados ao maior desprestígio possível, por parte de uma minoria, que tenta de todas as formas, mostrar o poder dominante, falam, pensam, sem ao menos observarem a classe de trabalhadores mal remunerados , ou melhor dizendo, escravizados..... Trabalhadores ou mesmo desempregados, não devem e nem podem se submeter ao sistema sub-servientarista ao qual eles.....Os donos da verdade, como assim se intitulam, nos querem ver com....."POCA VOIA"

Povo instruído é povo liberto, livre pra pensar e trilhar seu próprio caminho.

* vídeo e imagens "X" da questão

terça-feira, 16 de junho de 2009

A palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro.


Preciso ser mais suave com as palavras, pra que elas não cortem tão fundo a ponto de fazer sangrar. Porque nem todas as verdades precisam ser ditas por completo, algumas devem ficar sempre subentendidas. E quando as pessoas perguntam, elas querem ouvir o que precisam ouvir; e nem sempre será a verdade. Preciso aprender a ficar calado,já diz o velho ditado, a palavra é de prata, mas o silêncio é de ouro. E calar não é só consentir, calar é permitir... permitir que os outros vivam seus pequenos grandes momentos, sem o balde de água fria que traz de volta à realidade, que faz parar pra pensar. Calar é deixar que o outro descubra por si só o caminho das pedras, por mais que você já tenha ido e voltado várias vezes, e saiba que no começo as pedras machucarão seus pés, pra depois entender que isso serviu pra lhe dar os calos que hoje lhe impedem de sentir novamente todas as dores. Preciso mesmo. E preciso, mais que qualquer coisa, arranjar assunto pra escrever, pra ninguém pensar que isso aqui é um blog de auto-ajuda.

domingo, 14 de junho de 2009

Produto da Mente no Twitter


Este blog passa a partir de hoje integrar uma das redes sociais de maior sucesso de todos os tempos, também passa a ser um embrião para projetos futuros, que farão parte uma gama de novos estudos que pretendo desencadear em minha comunidade: Renovar é preciso, em assim, estou agora inserido em um projeto chamado twitter. Espero vcs por lá também.
As redes sociais, devem ter um fator favorável no meio comunitário. E assim sendo devemos promover novos relacionamentos, mesmo estes sendo on line, estarmos preparados para novas técnicas de comunicação, elevarmos o nível de conhecimento ao patamar de abrirmos mercado de dialogo, conhecimento e até negócios são para muitas comunidades ainda desconhecidas. Por isso hoje abro nova ferramenta de comunicação, agregação de valor e conhecimento.
Esta é e será o objeto principal para podermos nos aproximar mais e mais da tão difundida rede social

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Desencanto



Todos os dias desaparecem espécies animais e vegetais, idiomas, ofícios. Os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Cada dia há uma minoria que sabe mais e uma minoria que sabe menos. A ignorância expande-se de forma aterradora. Temos um gravíssimo problema na redistribuição da riqueza. A exploração chegou a requintes diabólicos. As multinacionais dominam o mundo. Não sei se são as sombras ou as imagens que nos ocultam a realidade. Podemos discutir sobre o tema infinitamente, o certo é que perdemos capacidade crítica para analisar o que se passa no mundo. Daí que pareça que estamos encerrados na caverna de Platão. Abandonamos a nossa responsabilidade de pensar, de actuar. Convertemo-nos em seres inertes sem a capacidade de indignação, de inconformismo e de protesto que nos caracterizou durante muitos anos. Estamos a chegar ao fim de uma civilização e não gosto da que se anuncia. O neo-liberalismo, em minha opinião, é um novo totalitarismo disfarçado de democracia, da qual não mantém mais que as aparências. O centro comercial é o símbolo desse novo mundo. Mas há outro pequeno mundo que desaparece, o das pequenas indústrias e do artesanato. Está claro que tudo tem de morrer, mas há gente que, enquanto vive, tem a construir a sua própria felicidade, e esses são eliminados. Perdem a batalha pela sobrevivência, não suportaram viver segundo as regras do sistema. Vão-se como vencidos, mas com a dignidade intacta, simplesmente dizendo que se retiram porque não querem este mundo.


*José Saramago

terça-feira, 9 de junho de 2009

Festa junina e inauguração da nova sede do PT de Chapecó

click na imagem para ler


Cai....Cai.... Balão.....

O balão vai subindo.


A estrela vai subindo.


Vai caindo a garoa.


O céu é tão lindo.


A noite é tão boa....


São João....São João


Acenda a fogueira e o
brilho da Estrela
em nosso coração !!!



Recebi convite para Festa junina e inauguração da nova sede do PT de Chapecó.
E ao mesmo tempo pedido para estender o mesmo convite a todos os leitores do blog e simpatizantes do PT Chapecó, por isso coloquei o convite para vcs poderem ler na integra.
Obs:
O versinho fui eu que escrevi

domingo, 7 de junho de 2009

Autônomos receberão incentivos para sair da informalidade


O governo vai criar um novo modelo de contribuição para tirar da informalidade os trabalhadores autônomos que faturam até R$ 36 mil por ano e têm apenas um funcionário.
Construída a dezenas de mãos, a proposta se arrastava no Congresso desde a época em que o Ministério da Fazenda era comandado pelo deputado federal Antônio Palocci (PT-SP). Começou como “Pró-emprego”, nessa período, e acabou rebatizado com um nome mais chique: “Microempreendedor Individual”, ou simplesmente MEI.
Resgatado do limbo pela Comissão de Finanças da Câmara, o projeto entra em vigor no dia 1º de julho. Na avaliação do ministro da Previdência, José Pimentel, o MEI é importante porque vai permitir que microempresários informais legalizem seu trabalho.
A informalidade é uma praga que, segundo estimativas da Comissão de Finanças, atinge 11 milhões de brasileiros. Ao fim do primeiro ano, o governo espera que pelo menos um milhão de autônomos já tenham ingressado no sistema.
Para ilustrar o lado positivo da matéria, o governo argumenta que, aderindo ao MEI, o trabalhador vai deixar de depender de agiotas para obter linhas de crédito. Além disso, segundo o projeto, com a entrada da medida em vigor, são imediatos o auxílio reclusão e os benefícios de pensão por morte.
O trabalhador também vai ser automaticamente segurado contra acidentes de trabalho e, ao completar um ano de contribuição, poderá obter auxílio doença e aposentadoria por invalidez. Após 180 meses de contribuição, todos se tornam elegíveis para a aposentadoria por idade. No caso das mulheres, após 10 meses de contribuição, as trabalhadoras também ganharão direito à licença-maternidade.
Pelas diretrizes do MEI, o empreendedor fará parte do Simples Nacional e vai gastar R$ 57,15 por mês para pagar a Previdência, o ICMS e o ISS. Uma das razões para a demora da aprovação do projeto foi a discordância de alguns Estado com relação a essa tributação.
“Demorou um pouco para convencer os governadores, mas esse é um projeto que só tem pontos positivos”, afirma o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, Cláudio Vignatti (PT-SC). Para o petista, além de garantir direitos a trabalhadores autônomos, a matéria vai influenciar na diminuição da pirataria, já que mais brasileiros passarão ao regime de pessoa jurídica. “E, tendo um CNPJ, o trabalhador também vai poder participar das linhas de crédito do governo”, acrescenta Vignatti.
Como toda nova medida adotada pelo governo, o MEI não é unanimidade. Na visão de economistas, a proposta pode levar a um desequilíbrio na oferta de mão-de-obra de pessoas físicas, o que encareceria a contratação para as empresas e acabaria por diminuir o próprio rendimento do trabalhador. “A contratação do profissional perderia o atrativo”, argumenta o economista Roberto Piscitelli.
A quem interessar possa, a partir de julho, os interessados já poderão entra em contato com o Ministério da Previdência para aderir ao sistema.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Agronegócio e transnacionais são inimigos do meio ambiente

A questão ambiental tem hoje a dimensão da humanidade. Os problemas provocados pela elevação da temperatura da Terra estão apenas começando e os dramas humanos e sociais que se seguem às mudanças climáticas bruscas, cujas causas estão no referido aquecimento global, são cada dia mais comuns.

O Brasil já está sendo atingido em cheio pelas conseqüências da mudança climática. Basta elencar alguns fatos ocorridos nos últimos anos: seca na Amazônia e no Sul do país, enchentes no Nordeste, destruições por chuvas torrenciais em Santa Catarina e Minas Gerais, avanço da desertificação, riachos desaparecendo. A alteração do regime de chuvas é a primeira conseqüência que atinge todo o território nacional.

Em uma situação como essa, era de se esperar uma grande mobilização da sociedade para diminuir e controlar as emissões dos gases de efeito estufa e ao mesmo tempo aumentar a cobertura florestal, de modo a contribuir com a descarbonização do planeta.

Não é o que se vê da parte do agronegócio brasileiro e das transnacionais que o sustentam. Até hoje, apenas devastaram. Só para se ter idéia, o setor pecuário na Amazônia é responsável por quase 14% do desmatamento anual global – 1,72 milhão de hectares são desmatados na floresta todos os anos e 12,57 milhões de hectares por ano são desmatados globalmente.

Destruíram nossos principais biomas (Mata Atlântica, Pinheirais, Cerrado) e agora avançam celeremente para acabar com o que resta dos biomas Amazônia, Pantanal e Pampa. A pecuária brasileira é hoje o maior vetor de desmatamento no mundo e a principal fonte de emissões de gases do efeito-estufa do Brasil, segundo um estudo do Greenpeace. Em seu relatório “A farra do boi na Amazônia”, sobre a indústria da pecuária brasileira, a ONG revela que transnacionais de marcas de fama mundial como Nike, Adidas, BMW, Gucci, Timberland, Honda, WalMart e Carrefour, têm contribuído para o desmatamento da Amazônia.

Um outro levantamento, feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mostra que empresas da cadeia da pecuária contribuem para a devastação na Amazônia, comercializando bois criados em áreas desmatadas ilegalmente. O MPF iniciou 21 processos judiciais contra fazendas e frigoríficos, pedindo o pagamento de R$ 2,1 bilhões em indenizações pelos danos ambientais à sociedade brasileira. Carrefour, WalMart, Bompreço e Pão de Açúcar estão entre as empresas notificadas.
Um dos frigoríficos processados é a Bertin S.A., que comprou gado de fazendas multadas pelo Ibama e de uma que fica dentro de uma reserva indígena. Dentre as fazendas irregulares, nove pertencem à agropecuária Santa Bárbara, da empresária Verônica Dantas Rodenburg.

Ora, o Estado brasileiro, que tem entre suas atribuições zelar pela conservação da Floresta Amazônica, tem sido aliado das transnacionais, dos pecuaristas, subsidiando-os e incentivando-os nessa criminosa destruição.

Como a sociedade lhes cobra estes crimes, querem agora destruir a legislação ambiental, de modo especial o Código Florestal, que nunca foi cumprido nem exigido, como uma licença para continuar devastando. Articulam-se no Congresso Nacional e nos Estados, com o argumento torto e falso de que cuidar do meio-ambiente impede a produção e trava o desenvolvimento econômico do país, para criar uma legislação ambiental permissiva que lhes dê carta branca para devastar o que resta e se apropriar dos recursos naturais do país. Quem perderá com isso, novamente, é o povo brasileiro.

Um outro exemplo, é a tentativa de aprovar a medida provisória 458, que legaliza terras griladas de até 2.500 hectares na Amazônia. Por isso, organizações e ambientalistas estão no Senado Federal acompanhando, entre os dias 2 e 3, a votação da MP. Como parte de uma Jornada de Luta pelo Meio Ambiente, que teve início no dia 1º e vai até o dia 6, os ativistas protestam em Brasília contra a desconstituição da legislação e da política nacional ambiental. Em maio, essa MP 458 foi aprovada com alterações pela Câmara dos Deputados. E, caso ela seja aprovada pelo Senado como está, a União poderá transferir, sem licitação, terras de até 2.500 hectares na Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão) para quem detinha sua posse antes de 1º de dezembro de 2004. Ou seja, o que hoje é feito de forma ilegal na Amazônia vai ser legalizado. Isso significa mais desmatamento, mais concentração das terras e aumento da violência no campo.

O fato é que, até hoje na história do Brasil, quem mais preservou foram os camponeses e os índios. A agricultura familiar produz e preserva. O Código Florestal precisa ser adequado e não alterado. Seus princípios básicos são sensatos e corretos. Práticas de manejo florestal e agroflorestal devem ser implementadas. Um amplo programa de educação ambiental deve ser feito e o Estado brasileiro precisa construir políticas de apoio aos sistemas de produção que preservem o meio ambiente e cuidem do patrimônio natural do povo.

Portanto, a sociedade brasileira precisa agarrar em suas mãos a luta coletiva para defender um ambiente saudável para esta e para as futuras gerações. E, para isso, precisa enfrentar e derrotar os destruidores de sempre que só agem em função do lucro fácil.

“Better dead than red”


“Better dead than red” – foi uma palavra de ordem que os anticomunistas americanos usaram no macartismo e na Guerra Fria: “melhor morto do que vermelho”, ou “comunista bom é comunista morto”.

. A propósito do Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, os senadores Tasso Jereissati e Katia Abreu ofereceram agora ao Brasil uma versão de jagunço para a famosa frase: “ambientalista bom é ambientalista morto”; ou “melhor morto do que ambientalista”.

. O ex-presidente do PSDB, Tasso Jereissati, disse o seguinte, da tribuna do Senado Federal da República:

“V. Exª (Kátia Abreu) disse uma frase muito importante: “Se dez Mincs desaparecessem da Terra hoje, nenhuma falta…” Não estou querendo que eles desapareçam, até porque eles são engraçados, são divertidos, apenas que não falem bobagem. Mas, se desaparecessem, não fariam a menor falta a nenhum brasileiro.”

. Antes a senadora Katia Abreu, do PFL e presidente da Confederação Nacional da Agricultura, tinha dito:

“Eu quero dizer a esse ecoxiita profissional, alienado da economia nacional, que o Brasil e o Governo podem viver sem o senhor, Ministro. O Brasil sem o senhor não sentirá nenhuma falta. Mas o Brasil sentirá muita falta se os produtores rurais perderem a sua posição. Com a ausência de V. Exª no Ministério, o Brasil não alterará uma vírgula, porque o senhor não conhece o que é trabalho, o senhor não conhece o que é produção, o senhor só trabalhou e conseguiu até hoje acumular um pequeno patrimônio político para ser Deputado Estadual. “

Veja aqui os discursos de ambos.

. Ou seja, a Oposição resolveu partir para a ameaça de morte.

*Blog Anselmo Raposo

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Minc joga última cartada para defender leis ambientais

RIO DE JANEIRO - Enquanto o mundo comemora a Semana do Meio Ambiente, o governo brasileiro entra em uma fase decisiva para a definição dos rumos de sua política ambiental. Realizada de forma permanente no Congresso, a ofensiva parlamentar contra a atual legislação traz como última novidade a apresentação de um projeto de lei que acaba com os atuais Código Florestal, Lei de Crimes Ambientais e Política Nacional de Meio Ambiente e reúne tudo em um único conjunto de normas, que se chamaria Código Ambiental.

De autoria do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), o projeto busca consolidar alguns avanços sobre as leis ambientais conquistados recentemente pelos ruralistas, como as Medidas Provisórias 452 (que acaba com a obrigatoriedade de concessão de licença ambiental para obras realizadas em rodovias federais já existentes) e 458 (que facilita a legalização de terras griladas na Amazônia). O texto de Colatto também prevê que a prerrogativa de fiscalizar o cumprimento das normas e resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) em projetos com impacto ambiental seja retirada do Ibama e transferida aos estados e municípios, o que enfraqueceria o órgão federal.

A ofensiva parlamentar conta com o apoio declarado de alguns ministros, a franca oposição do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) e o, até aqui, ensurdecedor silêncio do Palácio do Planalto. Há um ano no cargo e percebendo que seu espaço de manobra política se reduz a cada dia, Minc decidiu partir ele também para a ofensiva e fez uma visita pública ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual cobrou ajuda no Congresso e reclamou da atuação de outros ministros, como Reinhold Stephanes (Agricultura), Alfredo Nascimento (Transportes) e Mangabeira Unger (Secretaria de Assuntos Estratégicos).

Segundo o próprio Minc relatou à imprensa após o encontro com Lula, a bronca com Mangabeira se explica porque este último teria enviado ao Congresso, sem o conhecimento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), uma proposta de alteração das regras para o licenciamento ambiental no país. No caso de Stephanes, Minc reclamou do empenho do colega em apoiar projetos que buscam desfigurar o Código Florestal.

A disputa com Alfredo Nascimento se dá em torno da MP 452, pois sua aprovação interessa ao ministro dos Transportes. Nascimento é candidato ao governo do Amazonas em 2010 e tem como bandeira a conclusão das obras da BR-139 (Manaus-Porto Velho), que corta o coração da Amazônia: “O ministro Nascimento está com pressa e quer primeiro fazer a obra e só depois cumprir as exigências ambientais. Eu disse ao presidente Lula que estou moralmente impedido de concordar com isso. Seria a morte em vida”, disse Minc.

Machadinha
O ministro do Meio Ambiente teria reclamado muito com Lula sobre a aliança entre os parlamentares ruralistas e setores do governo: “Disse ao presidente que vários ministros combinavam uma coisa aqui e depois iam ao Congresso, cada um com sua machadinha, patrocinar emendas que esquartejavam e desfiguravam a legislação ambiental. O presidente me disse que isso não é aceitável”, contou Minc.

A firmeza do compromisso supostamente assumido entre Lula e Minc poderá ser verificada em breve. A MP 452, já aprovada na Câmara, não foi apreciada pelo Senado até a data limite desta segunda-feira (01), o que significa que terá de ser reeditada pelo governo. A intensa disputa travada em torno da CPI da Petrobras durante toda a semana passada fez com que os senadores da bancada ruralista não conseguissem emplacar a discussão sobre a MP, e agora a expectativa é de que o Planalto se posicione claramente contra a emenda que flexibiliza o licenciamento de obras em rodovias: “Queriam um licenciamento aprovado por decurso de prazo. Ainda bem que o que caiu por decurso de prazo foi a MP 452”, comemorou a senadora Marina Silva (PT-AC).

Aliança com agricultores
Em busca de sustentação política, Carlos Minc quer consolidar o apoio dos agricultores familiares às políticas desenvolvidas pelo MMA nestes últimos seis anos. Falando para quatro mil agricultores que participavam do Grito da Terra e marchavam na Esplanada dos Ministérios na última quarta-feira (27), o ministro afirmou que a lógica do agronegócio é a destruição do meio ambiente e acusou seus líderes de chantagear o governo: “Não podemos cair no canto da sereia. Eles encolheram os dentes de vampiro e o rabinho de capeta, mas não enganam o povo”.

A aliança do MMA com organizações representativas dos agricultores familiares, como a Contag, entre outras, já rendeu a elaboração conjunta de um documento que foi enviado a Lula e pede que o presidente impeça as tentativas em andamento de mudança na legislação ambiental. Segundo Minc, Lula teria concordado em receber, durante a Semana do Meio Ambiente, uma comissão formada por ambientalistas e agricultores familiares para discutir essa questão. A expectativa do ministro é que um aceno presidencial possa reverter a balança política que, até o momento, pende claramente para os ruralistas e os setores do governo que defendem o agronegócio.



*Carta Maior

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