sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Cidades gaúchas querem 10º FSM no RS


As cidades gaúchas de Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo e Novo Hamburgo estão fazendo um lobby do bem junto aos membros do Conselho Internacional. A intenção é fazer com que a região do entorno de Porto Alegre, onde várias governos se encontram no campo popular, organizem o 10º FSM. A recepção de quem foi até o momento procurado, teria sido boa. A questão é que há uma preocupação de que o governo de Porto Alegre seja envolvido nessa ação. Afinal, o FSM nasceu lá. De volta para o Rio Grande do Sul, os articuladores da proposta devem procurar o prefeito da capital, José Fogaça, para buscar uma proposta unificada.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A crise mundial vista pelo PSB



Retirei este texto do site:http://www.rollemberg.com.br/Ao qual se encaixa bem com minha forma de pensar, e dela retirar e repassar para outras pessoas, que somente com uma visão ampla da sociedade, ao qual se abaterá a crise, que a política neoliberal está fadada ao insucesso, e tão somente com apontamentos claros poderemos vencer está crise. Políticas claras como as que o PSB defende, pode sim dizer que estaremos no caminho certo, e é dessa forma que deveremos agir e repensar o mundo e um Brasil possível.




Crise mundial
Em nota, diretório nacional do PSB aponta alternativas para vencer crise econômica mundial
Reunido no Recife, capital do estado de Pernambuco, em 11 de dezembro de 2008, o Diretório Nacional do Partido Socialista (PSB) torna pública, pela presente nota, sua posição sobre a crise econômica mundial e seus desdobramentos no País:



1. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá acima de 5% (cinco por cento) em 2008, em prosseguimento à série de avanços registrados nos últimos anos. Ainda assim, 2009 se apresenta com uma interrogação: o Brasil terá como manter taxas positivas frente à crise presente do capitalismo? Trata-se de um enorme desafio, que deve ser enfrentado não apenas pelas vias convencionais das formulações econômicas. Ele demanda o aprofundamento do debate político, em torno da superação dos obstáculos, que vá além de arranjos que apenas tentem remediar o novo impasse do capitalismo.



2. Crises cíclicas são inerentes ao capitalismo, de modo especial em economias desregulamentadas. Na crise atual, fruto do modo de acumulação capitalista, as saídas que estão sendo trabalhadas buscam apoio na ação dos governos e nos benefícios e empréstimos dos bancos públicos, contrariando o fundamentalismo neo-liberal. O Brasil precisa refletir profundamente sobre essa lição. Neste País, por décadas, se assistiu ao desmonte planejado do Estado e à imposição de um “pensamento único” que depositava, nas mãos do mercado, a solução para os problemas nacionais. O resultado foi concentração de renda, fragilidade financeira e incapacidade de o Estado atuar soberanamente em contextos de riscos.



3. Deixar evidente, como toda clareza, a falência do modelo neo-liberal é a primeira oportunidade política que a crise oferece às forças populares e progressistas. A segunda oportunidade é avançar em soluções que tenham por objetivo não salvar apenas banqueiros e grandes empresários que apostaram no entesouramento e na especulação. Mas sim investir naquelas que se orientem pelas necessidades concretas da imensa maioria de trabalhadores do campo e das cidades, assalariados, profissionais liberais, pequenos e médios empresários brasileiros, maiores vítimas de um processo de retração econômica.



4. Dessa forma, defende o Diretório Nacional do PSB:
a) o fortalecimento do mercado interno, mediante políticas que garantam a oferta de crédito para as famílias e as empresas e o poder de compra dos salários;b) a manutenção e ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), notadamente no que concerne a obras de infra-estrutura e em setores estratégicos; c) a ampliação dos programas de proteção social, especialmente os direcionados para as famílias mais pobres, os desempregados e os jovens;d) a adoção de uma nova política de juros, que faça crescer os investimentos e responda à retração econômica imposta pela crise financeira mundial; bem como ter atenção especial aos ataques especulativos da nossa moeda;e) a implantação de medidas tributárias capazes de estimular a geração de empregos nas zonas urbana e rural; f) políticas mais ativas de combate aos desequilíbrios regionais.



5. Entende o Diretório Nacional do PSB que o Brasil, pela solidez de suas reservas, dimensão de seu mercado interno, diversidade e riqueza de seus recursos naturais, tem as condições necessárias para enfrentar os efeitos da crise e dela sair ainda maior nos campos econômico, social e político. Mas para tanto é essencial que, em nenhum momento, se perca, na busca de soluções, o foco dos interesses dos trabalhadores e dos excluídos. Nesse sentido, o PSB exercerá, por dever, a crítica política, com firmeza e lealdade, em nome do País soberano, justo e democrático que estamos construindo, com a força e a unidade de todos os brasileiros.


Recife – PE, 11 de dezembro de 2008


Governador Eduardo CamposPresidente Nacional do PSB

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Momento mais importante do FSM


Para aqueles que não acreditavam ou talvez não queriam que o FSM de 2009 se tornasse um dos maiores ou mais importantes encontros de Presidentes Latino americanos. Indo na contra mão de tudo que até aqui foi feito pelo neoliberalismo, mostrando para o mundo todo, novas vias alternativas de modelos ecônomicos viáveis. Agora eu coloco na íntegra uma matéria de Emir Sader, ao qual ele mesmo diz "Um outro mundo possível".

O momento mais importante do Fórum Social Mundial (FSM) de Belém do Pará terminará sendo o ato do dia 29 de janeiro, no Hangar, que contará com a presença de Evo Morales, Fernando Lugo, Rafael Correa, Hugo Chavez e Lula – presidentes latinoamericanos que constroem, de distintas maneiras, modelos alternativos ao neoliberalismo. É uma presença inevitável, que marca como a América Latina se transformou, de "paraíso do neoliberalismo" a seu elo mais fraco, onde se começou a construir, efetivamente, o "outro mundo possível" pelo que luta o Fórum Social Mundial.No seu inicio, o FSM se delimitava expressamente em relação a governantes – assim como a partidos. A presença de presidentes como Lula e Hugo Chavez, por exemplo, era feita mediante atividades paralelas. Era ainda o momento de protagonismo dos movimentos sociais na luta de resistência ao neoliberalismo. O primeiro FSM se realizou em janeiro de 2001, em Porto Alegre. O primeiro governo progressista latinoamericano, o de Hugo Chavez, tinha sido eleito em 1998 e sobrevivia, solitariamente, sob forte ofensiva direitista. Foi ao longo desta década que foram eleitos Lula, Tabaré, Kirchner, Evo, Rafael Correa, Lugo – que representaram a passagem da luta antineoliberal a seu período atual, de luta por uma hegemonia alternativa, pela construção de modelos de superação do neoliberalismo.A fundação do Movimento ao Socialismo (MAS) boliviano foi um momento determinante na luta por "um outro mundo possível", porque revelava, de forma explícita, a compreensão de que somente rearticulando a luta social com a luta política, seria possível dar inicio à construção de alternativas ao neoliberalismo. As forças sociais que tiveram essa compreensão, cada uma à sua maneira, puderam passar à fase atual, enquanto as outras perderam peso, se isolaram, ao permanecer numa atitude apenas de resistência.Desde o último FSM realizado no Brasil, em 2005, os processos de integração regional avançaram, surgiram novos governos progressistas, enquanto o FSM foi ficando reduzido à realização dos Foros mundiais e regionais, sem propostas diante da crise neoliberal, diante das guerras imperiais, sem vincular-se aos processos – como os latinoamericanos – que efetivamente começaram a construção de alternativas ao neoliberalismo.A presença dos cinco presidentes em Belém expressa o estágio atual de luta antineoliberal e é um chamado ao FSM, para que volte a articular forças de resistência social à esfera política, aquela da disputa hegemônica, que se torna central partir da crise contemporânea, do fim do governo Bush e dos avanços – concentrados hoje na América Latina – do pós-neoliberalismo.O ato do dia 29 expressa a força atual da luta por "um outro mundo possível" no plano político, que junto à luta dos movimentos sociais e das outras forças políticas e culturais, são chamadas a desempenhar um papel permanente e decisivo na luta antineoliberal. Coloca-se para o FSM e as forças que o compõem um dilema essencial: permanecer na intranscendência do intercâmbio de experiências a cada ano ou dois anos ou avançar na construção de alternativas. A luta antineoliberal seguirá adiante e será tanto mais forte, quanto mais o FSM se acoplar às formas realmente existentes de construção do "outro mundo possível".
Emir Sader é filósofo e cientista político

PRÊMIO


Agradeço ao Blog do Professor Carlão pelo prêmio recebido. Desde de já agradeço a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuem para o funcionamento deste humilde blog, de maneira salutar e parcial para que cheguem informações de boa qualidade até os leitores.

FSM- Fórum de Mídia Livre começa hoje



Fórum de Mídia Livre se reúne em Belém


Coletivos, blogueiros, movimentos sociais, acadêmicos, ONGs e ativistas de várias partes do mundo se reúnem nos dias 26 e 27 no Fórum Mundial de Mídia Livre, que acontece junto ao Fórum Social Mundial (FSM), em Belém do Pará. Sob a identidade do "midialivrismo" e evocando a militância contra-hegemônica, o evento pretende debater e, ao mesmo tempo, praticar formas de comunicação alternativa.
O primeiro Fórum de Mídia Livre ocorreu no Rio de Janeiro em junho de 2008 e contou com a participação de cerca de 500 ativistas, exaltando a pluralidade de experiências e de propostas. Desta vez, a integração ao FSM fomenta a expectativa de que participantes do Brasil e de outros países reflitam sobre a garantia do direito à comunicação através da colaboração entre os diversos veículos alternativos e à luz das novas tecnologias.
"Vamos tentar dar um caráter mundial para o evento, pois contaremos com mais de uma centena de países", conta Renato Rovai, editor da revista Fórum e um dos impulsionadores do Fórum de Mídia Livre. Diante da necessidade de enfrentar uma das maiores concentrações de propriedade de mídia do mundo, diz Rovai, torna-se imperativo construir novas redes de produção e troca de conteúdos. "O evento é promovido por veículos de comunicação que não se reconhecem na mídia tradicional."
Entre eles há várias definições, como descreve Rita Freire, editora da Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada e integrante do GT de comunicação do FSM. "São as mídias alternativa, comunitária, popular, independente, enfim, que estão fora do mercado. Elas vão discutir como defender o direito à comunicação, discutir políticas públicas, marcos regulatórios."
De fato, é a heterogeneidade a principal característica tanto do FSM quanto do Fórum de Mídia Livre. É a idéia de construir novos canais de disputa da hegemonia da informação, no entanto, que reúne uma diversidade rara de militantes e organizações. "Muitas pessoas estão se reconhecendo como fazedores de mídia", conta Ivana Bentes, professora da Escola de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Desafios da mídia livre
Como resultado desse esforço, o Fórum de Mídia Livre promoverá duas mesas de debate e um seminário, tentando abranger os desafios da mídia livre, como a ampliação da comunicação compartilhada e de formas de aumentar a capacidade e abrangência destas redes de informação. Rovai acredita que o movimento atual já é um "ponto crítico da mídia tradicional". Significa, para ele, que a grande mídia não consegue mais ignorar a profusão de informações por diferentes atores.
Ivana concorda e acredita que é necessário fortalecer a mídia livre apontando para um novo contexto nas comunicações. "Temos muitas iniciativas, mas que ainda não se comunicam entre si." Nesse caso, impõe-se como desafio "articular-se mantendo a singularidade de cada um".
Para o Fórum de Mídia Livre, é o momento para reconhecer outras redes para além do Brasil e da América Latina. A crise econômica é o pano de fundo para estas e outras discussões que se darão em Belém. Em um dos debates, é a própria atuação da mídia corporativa diante do caos sócio-econômico, do qual também é cúmplice, que estará no foco das atenções.
Colaborativo
Durante o Fórum Social Mundial, será através de uma rede aberta de cobertura conjunta entre as mídias não-comerciais que o evento se comunicará com o mundo. Esta experiência de comunicação colaborativa vem se aperfeiçoando com a seqüência de FSMs e será tema de um seminário no Fórum de Mídia Livre.
"Estamos discutindo a construção de modelos alternativos num contexto de destruição dos recursos do planeta e, por outro lado, buscando valorizar as diferentes culturas", conta Rita. Exercício que sugere a superação do modelo mercadológico e que pretende "eliminar o recorte da competição entre os meios de comunicação". Para a militante da Ciranda, a colaboração é o caminho para o embate com a mídia comercial. "Sem competição e lucro, o mercado não vive."
Perpectivas
Após o I Fórum de Mídia Livre, em 2008, e desta sua edição mundial, é inevitável imaginar quais serão os resultados e as perspectivas em relação à afirmação da mídia livre resultantes da ação de um conjunto tão amplo de atores e diante da urgência pela democratização da comunicação no país. Alguns sites e blogs brasileiros têm sido bem sucedidos na iniciativa de expor algumas pautas e publicizar opiniões sobre temas polêmicos de maneira mais democrática do que o olhar enviesado da mídia comercial.
Com efeito, Renato Rovai sugere que esta seria uma "conquista subjetiva" da mídia livre. "Economia solidária e software livre, por exemplo, não se discutia na mídia tradicional", lembra. Mas esta sensibilização é, naturalmente, difícil de ser medida e não é, necessariamente, resultado de uma articulação coletiva, de modo que é possível destacar outros resultados concretos.
Por exemplo, em Belém será apresentado aos participantes do Fórum Social Mundial o edital para os Pontos de Mídia Livre, nos mesmos moldes dos Pontos de Cultura criados pelo Ministério da Cultura, idéia que foi delineada pelos participantes do FML no Rio. Com o edital, o MinC premiará 60 iniciativas de comunicação compartilhada, incluindo sites, rádios, fanzines, blogs, TVs, estúdios de produção de áudio e vídeo e outras mídias.
"É o reconhecimento de quem está fazendo mídia fora do campo corporativo", opina Ivana Bentes sobre o edital. A professora, porém, acredita que deve haver mais políticas públicas permanentes que dêem sustentabilidade a esta mídia não-comercial.
Este passo, para Ivana, seria dado com a realização da Conferência Nacional de Comunicação, reivindicação permanente das organizações da sociedade civil. "O Fórum de Mídia Livre é um bom momento para pressionar para sua realização", concorda Rita Freire. A conferência seria, no caso, a condição para uma transformação estrutural da realidade das comunicações no Brasil através de novos marcos regulatórios.
Verbas para todos
Outra questão que envolve diretamente o governo federal e que incidiria sobre os veículos de comunicação não-comerciais é a destinação de verbas para publicidade estatal. É consenso entre os participantes do evento que o dinheiro público não pode ser monopolizado pelas grandes empresas em detrimento de veículos "que não aceitam dinheiro de corporações", como destaca Rita em relação à mídia livre. Rovai acredita que os grandes veículos "não informam mais sozinhos" e que é hora de os midialivristas terem seu valor finalmente reconhecido.
* Observatório da imprensa

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

João Rodrigues na mira do Ministério Público Catarinense


Boa noite!
Hoje gostaria de falar pra vcs de coisas boas a respeito de nossa cidade e de sua imprensa local, mas mais uma vez, tenho que aqui mostrar pra vcs moradores ( eleitores) como é corrompida a nossa imprensa local, regional e nacional. Aqui em nosso municipio a imprensa não da uma nota se quer para um assunto de enorme importância. No dia 16 de dezembro 2008 o MP-SC traz 04 extratos de inquéritos criminais contra a administração João Rodrigues. Mas o quê me chama mais a atenção é que a imprensa local se omite de passar determinadas notícias a respeito do quê acontece com a administração e o nosso mandatário municipal , se não tivessem vereadores da oposição e blogueiros, dificilmente apareceriam estes extratos. Sendo assim, eles fiscalizam bem. Parabéns a eles. Mas o ponto negativo em toda essa história, são os vereadores da posição. Ou não estão aptos a fiscalizar as ações do governo, ou são verdadeiros marionetes na mão de João. Eu acredito na segunda hipótese, sem medo de me enganar. Pra aqueles que quiserem dar uma olhada nos IC basta acessar http://www.mp.sc.gov.br/portal/site/conteudo/0812160550.pdf mas mesmo assim vou escrever pra vcs os mesmos logo a baixo:

O primeiro Inquérito vai apurar "possíveis irregularidades no Contrato nº 127/03 entre o município de Chapecó e a empresa Planaterra e Pavimentação Ltda", que desde então vem sendo contínua e ininterruptamente prorrogado.

O segundo IC é para "apurar possíveis irregularidades na contratação de professores ACTs e estagiários, desvio de função de servidores, e cargos em comissão ocupando funções de funcionários efetivos".

O terceiro é para "apurar possíveis irregularidades na contratação da irmã do prefeito municipal para a função de professora substituta (caráter temporário), a qual vem sendo contratada desde 2005 pela municipalidade sem o devido processo seletivo e cedida à Udesc".

O quarto IC será para "apurar possíveis irregularidades na utilização de máquinas, equipamentos e servidores públicos municipais em benefício de obra ou serviço particular".______

Uma imprensa menos corrompida, e uma câmara de vereadores fiscalizadora é o quê queremos.
Seria pedir muito???????

Discurso de Obama ( traduzido em português)


“Meus caros cidadãos:
Eu me coloco aqui hoje humildemente diante da tarefa à nossa frente, grato pela confiança com que vocês me honraram, ciente dos sacrifícios realizados pelos nossos ancestrais. Eu agradeço ao presidente Bush pelo seu serviço à nossa nação, bem como pela generosidade e cooperação que ele mostrou ao longo da transição.
Quarenta e quatro americanos agora já fizeram o juramento presidencial. As palavras foram ditas durante crescentes marés de prosperidade e as águas calmas da paz. Mas, de tempos em tempos, o juramento é realizado entre nuvens que se formam e tempestades violentas. Nesses momentos, a América seguiu à frente não somente pela habilidade ou visão dos que estavam no alto escalão, mas porque Nós o Povo permanecemos confiantes nos ideais dos nossos ancestrais e fiéis aos nossos documentos fundadores.
Assim tem sido. Assim deve ser com essa geração de americanos.
Que nós estamos em meio a uma crise é agora bem sabido. Nossa nação está em guerra, contra uma rede de longo alcance de violência e ódio. Nossa economia está bastante enfraquecida, em consequência da ganância e irresponsabilidade por parte de alguns, mas também por nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e preparar a nação para uma nova era. Casas foram perdidas; empregos cortados; negócios fechados. Nosso sistema de saúde está muito dispendioso; nossas escolas fracassam com muitos; e cada dia traz novas evidências de que as formas como usamos a energia fortalecem nossos adversários e ameaçam nosso planeta.
Esses são os indicadores da crise, assunto de dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profundo, é o enfraquecimento da confiança ao longo de nossa terra - um medo repetido de que o declínio da América é inevitável, e que a próxima geração deve diminuir suas perspectivas.
Hoje eu digo a vocês que os desafios que nós enfrentamos são reais. Eles são sérios e são muitos. Eles não serão vencidos facilmente ou em um período curto de tempo. Mas saiba disso,
América: eles serão vencidos.
Nesse dia, nos reunimos porque nós escolhemos a esperança em vez do medo, a unidade de propósito em vez do conflito e da discórdia.
Nesse dia, nós viemos para proclamar o fim às queixas mesquinhas e falsas promessas, às recriminações e aos dogmas desgastados, que por muito tempo já têm enfraquecido nossa política.
Nós continuamos uma nação jovem, mas de acordo com as palavras da Escritura, chegou a hora de se deixar de lado as infantilidades. Chegou a hora para reafirmar nosso espírito tolerante; para escolher nossa melhor história; para prosseguir com esse precioso dom, essa nobre ideia, passada de geração a geração: a promessa dada por Deus de que todos somos iguais, todos somos livres e todos merecem uma chance de buscar sua completa medida de felicidade.
Ao reafirmar a grandiosidade de nossa nação, nós entendemos que a grandeza nunca é dada. Ela deve ser conquistada. Nossa jornada nunca foi de atalhos ou de aceitar menos. Não foi a trilha dos inseguros - daqueles que preferem o descanso ao trabalho, buscam apenas os prazeres das riquezas e da fama. Em vez disso, (nossa jornada) tem sido uma de tomadores de risco, atuantes, fazedores das coisas - alguns celebrados, mas muitos outros homens e mulheres obscuros em seu trabalho - que nos levaram pela longa e espinhosa rota rumo à prosperidade e à liberdade.
Para nós, eles empacotaram suas poucas posses e viajaram pelos oceanos em busca de uma nova vida.
Para nós, eles trabalharam duro em fábricas exploradoras e seguiram rumo a Oeste; suportaram o açoite do chicote e lavraram a terra dura.
Para nós, eles lutaram e morreram, em lugares como Concord e Gettysburg; Normandy e Khe Sahn.
Ao longo do tempo, esses homens e mulheres lutaram e se sacrificaram e trabalharam até suas mãos ficarem em carne viva, para que pudéssemos ter uma vida melhor. Eles viram a América maior do que a soma de suas ambições individuais; maior que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.
Essa é a jornada que nós continuamos hoje. Nós permanecemos a mais próspera e poderosa nação da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando essa crise começou. Nossas mentes não têm menos imaginação, nossas mercadorias e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada, no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade permanece a mesma. Mas nossa hora de proteger interesses estreitos e adiar decisões desagradáveis - esse tempo certamente passou. Começando hoje, nós precisamos nos levantar e começar de novo o trabalho de reconstruir a América.
Para todos os lugares que olhemos, existe trabalho a ser feito. A situação da nossa economia pede ação, ágil e rápida, e nós agiremos - não apenas para criar novos empregos, mas para lançar a fundação para o crescimento. Nós construiremos as estradas e pontes, as instalações elétricas e linhas digitais que alimentam nosso comércio e nos mantém juntos. Nós levaremos a ciência a seu lugar de merecimento e controlaremos as maravilhas da tecnologia para aumentar a qualidade do sistema de saúde e reduzir seu custo.
Nós usaremos o Sol e os ventos e o solo para abastecer nossos carros e movimentar nossas fábricas. Nós transformaremos nossas escolas, faculdades e universidades para suprir as demandas de uma nova era. Tudo isso nós podemos fazer. E tudo isso nós faremos.
Agora, existem alguns que questionam a escala das nossas ambições - que sugerem que nosso sistema não pode aguentar planos tão grandiosos. Eles têm memória curta. Porque eles se esqueceram de tudo o que nosso país fez; o que homens e mulheres livres podem conseguir quando a imaginação se junta para objetivos comuns e a necessidade para a coragem.
O que os cínicos não entendem é que o chão que eles pisam não é mais o mesmo - que as disputas políticas que nos envolveram por muito tempo não existem mais. A questão que perguntamos hoje não é se nosso governo é muito grande ou muito pequeno, mas se ele funciona - se ele ajuda as famílias a encontrarem empregos que pagam um salário decente, que tipo de seguridade eles dão, uma aposentadoria que seja digna. Onde a resposta é sim, nós queremos ir em frente. Onde a resposta é não, os programas acabarão. E aqueles de nós que manejam os dólares públicos terão que prestar contas - para gastar de maneira sábia, reformar maus hábitos, e fazer nossos negócios à luz do dia - porque apenas assim nós podemos restaurar a confiança vital entre o povo e o governo.
Também não á a questão que se apresenta a nós se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. Seu poder de gerar riquezas e expandir a liberdade é ilimitado, mas esta crise nos fez lembrar que sem vigilância, o mercado pode sair do controle - e uma nação não pode prosperar por muito tempo quando favorece apenas os mais ricos. O sucesso da nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho do nosso Produto Interno Bruto (PIB), mas do poder da nossa prosperidade; na nossa habilidade de estendê-la a cada um, não por caridade, mas porque esse é o caminho mais seguro para o bem comum.
Quanto à nossa defesa comum, rejeitamos a falsa escolha entre nossa segurança e nossos ideais. Os fundadores do país, que enfrentaram perigos que sequer imaginamos, redigiram uma carta para assegurar o primado da lei e dos direitos do homem, uma carta expandida pelo sangue de gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e nós não vamos abandoná-los por conveniência. E, então, para todos os povos e governos que estão assistindo hoje, das grandes capitais ao pequeno vilarejo onde meu pai nasceu: Saibam que a América é amiga de cada nação e de cada homem, mulher ou criança que procure um futuro de paz e dignidade, e que nós estamos prontos para liderar uma vez mais.
Lembrem-se que gerações anteriores enfrentaram o fascismo e o comunismo não apenas com mísseis e tanques, mas com alianças robustas e convicções duradouras. Eles entenderam que nosso poder sozinho não pode nos proteger, nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Em vez disso, eles entenderam que nosso poder cresce com seu uso prudente; nossa segurança emana da Justiça de nossa causa, da força de nosso exemplo, da têmpera das qualidades de humildade e moderação.
Nós somos os guardiães desse legado. Guiados por esses princípios uma vez mais, podemos enfrentar novas ameaças que exigem um esforço maior - maior cooperação e compreensão entre as nações. Começaremos por sair do Iraque com responsabilidade e por criar um esforço de paz no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos adversários vamos trabalhar incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear, e reduzir o espectro do aquecimento global. Não vamos pedir desculpas por nosso modo de vida, nem vamos vacilar em sua defesa, e, para aqueles que procurarem avançar em seus objetivos produzindo terror e matando inocentes, diremos a eles que nosso espírito é mais forte e não pode ser quebrado; eles não poderão prevalecer e nós os derrotaremos.
Sabemos que nossa herança multicultural é uma força, não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus - e ateus. Somos moldados por cada língua e cultura, de cada parte desta Terra; e por causa disso provamos o sabor mais amargo da guerra civil e da segregação e emergimos desse capítulo mais fortes e mais unidos; não podemos senão acreditar que os velhos ódios passarão um dia; que as linhas das tribos vão se dissolver rapidamente; que o mundo ficará menor, nossa humanidade comum deve revelar-se; e que a América vai desempenhar o seu papel em uma nova era de paz.
Para o mundo muçulmano, buscamos um novo caminho a seguir, baseado em interesse e respeito mútuo. Para aqueles líderes pelo mundo que buscam semear o conflito, ou culpam o Ocidente pelos
males de suas sociedades: Saibam que seus povos irão julgá-los a partir do que vocês podem construir, e não destruir. Para aqueles que se agarram ao poder por meio da fraude e da corrupção, saibam que estão no lado errado da História; mas nós estenderemos a mão se vocês estiverem dispostos a cooperar.
Às pessoas das nações pobres, nós queremos trabalhar a seu lado para fazer suas fazendas florescerem e deixar os cursos de água limpa fluírem; para nutrir corpos famintos e alimentar mentes ávidas. E para aquelas nações como a nossa, que vivem em relativa riqueza, queremos dizer que não podemos mais suportar a indiferença quanto ao sofrimento daqueles que sofrem fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem nos importar com as consequências. Nós devemos acompanhar as mudanças do mundo.
À medida que entendemos o caminho que se desdobra diante de nós, recordamos com humilde gratidão aqueles bravos americanos que, a esta mesma hora, patrulham longínquos desertos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos dizer hoje, como aqueles heróis caídos que jazem em Arlington murmuram através dos tempos. Nós os honramos não apenas porque eles não os guardiães de nossa liberdade, mas porque eles representam o espírito de servir ao país; a disposição de encontrar um significado maior que si mesmos. E ainda, neste momento - um momento que vai definir uma geração - é precisamente esse espírito que todos nós devemos viver.
Porque, por mais que o governo possa fazer e precise fazer, em última instância é da fé e da determinação do povo americano que esta nação depende. É a bondade de receber um estranho quando os diques se rompem, é o desprendimento de trabalhadores que preferem reduzir suas horas a ver um companheiro perder o emprego o que nos auxilia em nossas horas mais sombrias. É a coragem do bombeiro de subir uma escada cheia de fumaça, mas também a disposição de pais de criar uma criança o que, no fim das contas, decide o nosso destino.
Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais nós os enfrentamos podem ser novos. Mas aqueles valores dos quais nosso sucesso depende - trabalho duro e honestidade, coragem e justiça, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo - essas coisas são antigas. Essas coisas são verdadeiras. Elas têm sido a força quieta do progresso ao longo de nossa história. O que se exige, então, é uma volta a essas verdades. O que se exige de nós agora é uma nova era de responsabilidade - um reconhecimento, por parte de todo americano, de que nós temos deveres para conosco, nossa nação e o mundo; deveres que nós não aceitamos a contragosto, mas com alegria, firmes no conhecimento de que não há nada tão satisfatório para o espírito, tão definidor de nosso caráter, do que dar tudo o que podemos numa tarefa difícil.
Este é o preço e a promessa da cidadania.
Esta é a fonte de nossa confiança - o conhecimento de que Deus nos convoca a dar forma a um destino incerto.
Este é o significado de nossa liberdade e de nosso credo - por que homens e mulheres e crianças de toda raça e de toda fé podem se unir numa celebração neste magnífico Mall, e por que um homem cujo pai, menos de 60 anos atrás, poderia não ser servido num restaurante local, agora pode estar diante de vocês para fazer um juramento sagrado.
Por isso, vamos marcar esse dia com a lembrança de quem somos e quão longe viajamos. No ano do nascimento da América, no mais frio dos meses, um pequeno grupo de patriotas se encolhia em torno de fogueiras que se apagavam, às margens de um rio gelado. A capital estava abandonada. O inimigo estava avançando. A neve estava manchada de sangue. Num momento em que nossa revolução estava em dúvida, o pai de nossa nação ordenou que essas palavras fossem lidas para o povo:
“Que seja dito ao mundo futuro que, na profundidade do inverno, quando nada além da esperança e da virtude poderia sobreviver, a cidade e o país, alarmados diante de um perigo comum, saiu para enfrentá-lo.”
América. Em face de nossos perigos comuns, neste inverno de nossas dificuldades, vamos lembrar essas palavras eternas. Com esperança e virtude, vamos enfrentar uma vez mais as correntes geladas e resistir quaisquer tempestades que possam vir. Que seja dito pelos filhos de nossos filhos que, quando fomos testados, nós nos recusamos a deixar esta jornada terminar, que nós não viramos as costas, que nós não vacilamos; e, com os olhos fixos no horizonte e a graça de Deus sobre nós, levamos adiante o grande dom da liberdade e o entregamos com segurança paras as gerações futuras.”

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

E agora?


Washington, EUA. Entre as várias correções de curso que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, vem fazendo figura a questão racial. Conforme se aproximava o momento da posse, perto das 12h locais de Washington de hoje (15h de Brasília), o democrata se tornava mais negro e menos pós-racial, epíteto com o qual sua campanha acalmou a maioria branca do eleitorado norte-americano. Na semana passada, em encontro com o comando editorial do jornal "Washington Post", o presidente eleito falou pela primeira vez de maneira tão clara sobre o significado de os Estados Unidos estarem a momentos de terem seu primeiro presidente negro - não pós-racial ou birracial, ambos rótulos legítimos, já que ele é filho de um queniano negro com uma norte-americana branca. "Há uma geração inteira que vai crescer achando normal que o posto mais elevado do planeta está ocupado por um afroamericano", disse ele."É uma coisa radical. Muda como as crianças negras olham para elas mesmas. Também muda como crianças brancas olham para crianças negras. E eu não subestimaria a força disso". A tomada de posição tardia de Obama, 47, chega num dia historicamente relevante e num momento histórico único. Ontem, data da publicação da entrevista, foi também o Dia de Martin Luther King, um dos três feriados nacionais norte-americanos dedicados a uma pessoa - os outros são a Cristóvão Colombo e ao primeiro presidente do país, George Washington. "Amanhã (hoje), nós vamos nos unir como uma pessoa no mesmo local em que o sonho de dr. King ainda ecoa", disse Obama, referindo-se ao discurso "Eu tenho um sonho", de 1963. Pela manhã, o casal visitou um hospital para feridos de guerra e realizou trabalhos voluntários em um abrigo para sem-teto.Brasileiros de Harvard foram convidadosWashington, EUA. Os gêmeos Max e Marcus Fontes, 35, são os únicos brasileiros que receberam convites para os eventos da posse de Barack Obama, além do embaixador Antônio Patriota, é claro. Os dois participaram ontem de um café da manhã com Obama e Michelle e ainda garantiram lugar nas arquibancadas do Congresso durante a cerimônia de juramento, assim como no concorrido baile oficial, o Baile das Lideranças Jovens, hoje. Como eles conseguiram entrar nesta seleta lista de convidados? Ambos foram alunos da Harvard Law School, a faculdade que o casal Obama se graduou.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Mais do mesmo


Carne sangra e pede mais daquilo que já viveu.Vem a meu ser cheio de lembranças,dúvidas cruéis do que ocorreu.Vem a mim, vem ao labirinto!Me deixa faminto, com sede por mim.Do que viveu o gozo mórbido das coisas leves,sorriu gritou, amou chorou, tudo breve.A consciencia branda, num suspiro escreve,o saudosismo alegre que a memória esquece.Deixo lá e busco além, vou atrás de onde ninguém.Viver o vivido, já sabido que esqueço ou que relembro,vou a passeio, feito um louco, me esquecendo...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tudo que o PIG chapecoense não fala.


A pergunta não é exercício de retórica.
LHS, por incrível que pareça, apesar de aguardar o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral pra breve, tem mais chances de permanecer no poder até o fim de 2009 que os aliados Dário Berger e João Rodrigues, prefeitos em Florianópolis e Chapecó, respectivamente.
É que os alcaides caíram na vala da itinerância, os dois são prefeitos pula-pula.
Experimentam a mesma situação vivida pelos vereadores manezinhos Gean Loureiro e Deglaber Goulart e pela chapecoense Uda Baldissera. Os três foram cassados por infidelidade partidária, na carona de uma decisão do TSE, interpretando a Constituição.
Como era manifesto que os edis praticaram a infidelidade, a cassação foi uma questão de tempo. Menos de seis meses.
Os prefeitos itinerantes encontram-se numa situação análoga.
O TSE, sempre ele, também interpretando a Constituição - os §§ 5º e 6º do art. 14 - decidiu que "somente é possível eleger-se para o cargo de prefeito municipal por duas vezes consecutivas" (Acórdão do Recurso Especial 32.507, classe 32, Porto de Pedras, AL).
Dário foi eleito prefeito de São José em 1996, na esteira do "golpe" desferido contra Germano Vieira. Reelegeu-se em 2000 pelo PFL. Renunciou em 2003, mudou o domicílio eleitoral para a capital, concorreu pelo PSDB contra o PP e levou a eleição.
Em 2008, já no PMDB, disputou novamente e ganhou de Amin com facilidade. Vai para o quarto mandato consecutivo.
João Rodrigues construiu uma trajetória parecida. Em 1996, pelo PDT, foi eleito vice-prefeito de Pinhalzinho, compondo a chapa de Darci Fiorini, chefe político do então PPB e exemplar administrador público desse município do Oeste.
Em 2000, já no PFL, Rodrigues foi eleito prefeito. Em 2002 renunciou para concorrer a uma cadeira na Assembléia e mudou o domicílio eleitoral para Chapecó. Elegeu-se deputado com mais de 50 mil votos.
Em 2004 disputou a prefeitura de Chapecó e venceu, derrotando o atual deputado federal Cláudio Vignatti, do PT, e o candidato do PMDB, o ex-deputado Milton Sander, que havia sido duas vezes prefeito do município.
Em 2008 concorreu à "reeleição", dessa vez ganhando facilmente de José Fritsch, do PT. Em 2009 assumirá o terceiro mandato consecutivo.
E é justamente na mudança do domicílio que o bicho pegou.
O TSE decidiu que é "fraude consumada … transferir-se domicílio eleitoral de um município para outro, de modo a elidir-se a incidência do preceito legal disposto no § 5º do art. 14 da Constituição do Brasil".
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No caso dos vereadores, deputados estaduais e federais, a infidelidade podia ser justificada.
O deputado Gervásio Silva trocou o PFL pelo PSDB fora do prazo estipulado pelo TSE, mas manteve o mandato porque convenceu os ministros daquela Corte que foi perseguido pela direção pefelista.
Já para os prefeitos itinerantes não há janela aberta, ainda.
No caso de Porto de Pedras e análogos, caberá aos ministros do STF, como ocorreu com a fidelidade partidária, decidir a favor ou contrariamente à interpretação do TSE sobre o fim da itinerância.____________
O blog apurou que a coligação Amo Florianópolis vai entrar com recurso contra a expedição do diploma do alcaide manezinho nos primeiros dias de janeiro.
Quanto ao Chefe do Executivo de Chapecó, o blog não apurou iniciativa da coligação encabeçada pelo ex-prefeito José Fritsch de cassar-lhe o mandato.
Mas permanece o fato que Rodrigues disputou e ganhou três eleições consecutivas.
Os julgamentos dos recursos contra os itinerantes devem correr céleres. Não há prova a produzir, investigação a ser levada a cabo, nem oitiva de testemunhas, como ocorreu com os vereadores infiéis.___________
O prefeito de Florianópolis trabalha com a certeza de que será cassado. E para seu futuro político, um ano exercendo o cargo na capital lhe basta.
Deve renunciar em 2010 para concorrer a governador pelo PMDB ou por outro partido, na hipótese hoje pouco provável dos peemedebistas, até meados de setembro de 2009, permanecerem fiéis a Eduardo Moreira.
Por isso está pouco ligando para a cassação, desde que o processo se prolongue até o fim de 2009, começo de 2010. A articulação para levar ao secretariado uma série de notáveis faz parte de uma estratégia montada para explorar à exaustão 2009 e se projetar ainda mais estadualmente.
Com um ingrediente adicional, em 2010 vai se apresentar como vítima das oligarquias ao eleitorado catarina.
O único que perde de fato com a possível cassação de Dário é o vice, João Batista, que aguarda herdar dois anos do Executivo mané, como aconteceu com o ex-prefeito e saudoso carnavalesco, Bulcão Vianna, em 1988, que assumiu a prefeitura com a renúncia de Amin para concorrer a uma vaga ao senado.
A espera, pelo visto, pode virar um sonho de uma noite de verão.
Quanto ao futuro de João Rodrigues, este é mais incerto. Mas, mesmo se o PT entrar na Justiça, pedindo e obtendo sua cassação, pode vir a ser vice do Dário, não importando por qual partido, haja vista a liderança inconteste que exerce no Oeste. Apesar de nós mostrarmos as suas brincadeiras com os eleitores.
E a história está aí para lembrar e ensinar: Gean Loureiro e Deglaber foram cassados por infidelidade, mas reelegeram-se muito bem, sendo que o primeiro foi o mais votado de Florianópolis.
Por que a história não se repetiria com Dário, João Rodrigues e LHS, se eventualmente forem cassados pela Justiça?
Como Santa Catarina se parece cada vez mais com Alagoas, não seria surpresa vê-los eleitos governador, vice e senador.

*A política como ela é

VELHO CHICO


Ciro Gomes uma vez disse, em entrevista à CartaCapital, que a imprensa brasileira é ruim porque, justamente, preocupa-se em demasia em fazer o que ele chama de “novelização escandolosa” da política. É um conceito generalista, mas de bom estilo, além de pertinente – aliás, pré-condição de qualquer bom conceito. Encaixa-se no recente noticiário, cheio de quadrinhos de alegria, sobre as inusitadas compras feitas com cartões corporativos, tornado uma brincadeira razoavelmente de mau gosto. Principalmente depois de a Marinha de Guerra do Brasil, acusada de comprar ursinhos de pelúcia, revelar ter adquirido, na verdade, uma ruma de panos para forrar o suporte de madeira onde se acondicionam as medalhas oferecidas a visitantes ilustres e outros tantos homenageados da força naval. A tese de Ciro se comprova com assustadora freqüência, mas às vezes a vida imita a mídia, como ocorreu em recorrente ribalta da comédia nacional, o Senado Federal, onde o grande ator Osmar Prado chorou, dias atrás. Falo “grande” sem ironia, antes que haja um infeliz mal entendido, porque Osmar Prado é um ator de primeira linha, da safra formadora de várias gerações de atores e atrizes da TV Globo. Osmar Prado é parte indissociável de um tempo de novelas feitas para mexer com o imaginário e o espírito das pessoas, ao contrário das de hoje, escritas em tom priápico, como se toda a fantasia possível estivesse encerrada em homens sem camisa e mulheres com furor uterino entretidos em enredos constrangedoramente primários. Então, como eu dizia, Osmar Prado chorou, em frente a Ciro Gomes, porque lhe assaltou a alma a dor dos sertanejos nordestinos ameaçados pela transposição do rio São Francisco. Calou-se, diante dele, uma platéia de contritos senadores, uma comoção inusitada nascida da triste inspiração da possível desgraça futura do Velho Chico. Ainda assim, é possível haver um gesto ensaiado nisso tudo. A transposição do São Francisco é um desses assuntos em que todo mundo tende a ter uma posição, ainda que baseada em fragmentos de notícias e opiniões difusas de políticos e especialistas, quando não em preconceitos. Para uns, será a morte do rio. Para outros, a salvação da lavoura. Virou, como tudo no Brasil, um jogo de futebol, uma disputa de torcidas. Terá, no fim das contas, um perdedor a ser humilhado, ainda que sejamos todos nós. Por isso que, além de ver Osmar Prado chorar, Ciro Gomes também bateu boca com a atriz Letícia Sabatella, indefectível musa da transposição. O instantâneo da cena, reproduzido em sites e jornais, revela a atriz de semblante crispado, em plena congestão espiritual, metida em um jaquetão quadriculado, bela e desafiadora ante o dedo meio em riste do deputado cearense, este, com certo jeito de quem dá um aviso. Ao contrário da maioria dos envolvidos no debate, Ciro parece saber do que fala, se não sabe, finge muito bem. “Há vazão suficiente no rio para se retirar os 26 metros cúbicos por segundo (de água, claro) previstos para a transposição”. É água para atender 12 milhões de pessoas, em quatro estados. Mas não irá redimir o Nordeste, avisa o deputado. Letícia Sabatella, como se sabe, está com o bispo Dom Luiz Cappio, de Barra do Rio Grande, um antigo e culturalmente curioso município ribeirinho da Bahia. Na Guerra do Paraguai, de lá saíram cem voluntários para lutar pelo imperador Pedro II. Voltaram todos vivos. Em homenagem a eles, as festas juninas do lugar incluem representações teatrais de batalhas travadas contra os guaranis. Talvez por isso, por pisar em solo consagrado a sobreviventes, Dom Cappio tenha fracassado nas duas tentativas que fez de morrer, ambas por inanição, em chantagens mal disfarçadas de greve de fome. Em certo momento, ficou claro ao bispo que o governo Lula iria deixá-lo perecer, para desespero das beatas e certa satisfação do público em geral, sedento por um grande drama nacional. Por ter sobrevivido, contudo, o padre perdeu a credibilidade, tanto, e de tal modo, que nem a belezura de Letícia Sabatella há de lhe redimir esse passado de mau pecador.


Por tudo isso, Osmar Prado, o inesquecível Tião Galinha da novela “Renascer”, chorou em plenário.
*Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor, autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Também mantém um blog chamado Brasília, eu vi

sábado, 10 de janeiro de 2009

O FUNK NO CONTEXTO DA CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA


O funk no contexto da criminalização da pobreza


A cultura emerge como arena da luta de classes, como um espaço de disputa por hegemonia e de formulação de visões de mundo contra-hegemônicas. E se hoje há um lugar de onde é possível pensar construções culturais contra-hegemônicas esse lugar é a periferia


Publicado no Brasil de Fato, em 1º/01/2009

Adriana Facina* e MC Leonardo**


A produção cultural é hoje uma área da atividade humana que atualmente experimenta, em níveis inéditos, o avanço do capital. O termo indústria cultural aponta para esse vínculo entre cultura e produção capitalista e para a necessidade de fomentar uma práxis que se contraponha a esse poderoso instrumento do capital para garantir sua hegemonia. Assim, longe de se apresentar como uma esfera neutra e distante dos conflitos sociais, a cultura emerge como arena da luta de classes, como um espaço de disputa por hegemonia e de formulação de visões de mundo contra-hegemônicas.A tarefa de criticar a indústria cultural torna-se, nesse cenário, fundamental para projetos políticos que se definam como anticapitalistas. No entanto, ela não deve se limitar a uma negação dessa indústria, mas também incluir a formulação de propostas e iniciativas que possam apresentar alternativas à cultura hegemônica ditada hoje pelo capitalismo. E se hoje há um lugar de onde é possível pensar construções culturais contra-hegemônicas esse lugar é a periferia.Das artes que hoje emergem das periferias brasileiras, existe um fenômeno de massas que já deixou de ser somente carioca e se tornou nacional. Grito da favela, voz do morro cantando a liberdade, som da massa, o funk é um dos ritmos mais malditos da cultura popular brasileira. Seus detratores afirmam que o funk não é música, que seus cantores são desafinados, suas letras e melodias são pobres e simples cópias mal feitas de canções pop ou mesmo de cantigas tradicionais populares. Há ainda os que demonizam o batidão, associando-o à criminalidade, à violência urbana ou à dissolução moral. Ao criminalizarem o funk, e o estilo de vida daqueles que se identificam como funkeiros, os que hoje defendem sua proibição são os herdeiros históricos daqueles que perseguiam os batuques nas senzalas, nos fazendo ver, de modo contraditório, as potencialidades rebeldes do ritmo que vem das favelas.A história do funk carioca tem origem na junção de tradições musicais afrodescendentes brasileiras e estadunidenses. Não se trata, portanto, de uma importação de um ritmo estrangeiro, mas sim de uma releitura de um tipo de música ligado à diáspora africana. Desde seu início, mesmo cantado em inglês, o funk foi lido entre nós como música negra, mais próxima ao samba e aos batuques nacionais do que a um fenômeno musical alienígena.Fenômeno massivo desconhecido da classe média zona sul e da mídia corporativa, a notoriedade midiática do funk veio nos anos 1990 e ocupou não as páginas dos elitizados cadernos culturais dos jornais cariocas, mas sim o noticiário policial. Num início de década tristemente identificado com as chacinas de da Candelária e de Vigário Geral, foram os arrastões ocorridos no Arpoador e em outras praias da Zona Sul que deram visibilidade aos funkeiros. Criação midiática, os arrastões foram apresentados ao amedrontado público como assaltos realizados por bandos de funkeiros favelados. Na verdade, se tratavam de embates entre galeras oriundas de bairros como Vigário Geral, encenando na parte “nobre” da cidade os rituais já bastante conhecidos nos territórios além túnel.


A poesia da favela


Enquanto os bailes de corredor organizados por algumas equipes oficializavam os confrontos entre galeras, dividindo os bailes em lado A e lado B, fazendo da violência uma mercadoria lucrativa, fruto de uma sociedade profundamente desigual e opressora com os de baixo, um outro movimento surgia no meio do funk. Em meados dos anos 1990, donos de equipes e DJs começaram a organizar festivais de galeras, buscando canalizar em outras direções não violentas as rivalidades territoriais. Entre suas várias etapas que se assemelhavam às gincanas, os festivais passaram a incluir a etapa dos raps, músicas que deveriam falar sobre as comunidades de origem das galeras e também pedir paz nos bailes. O que surgiu daí foi mais um passo no processo de nacionalização do funk, que agora passava a contar com a poesia da favela, feita por aqueles que curtiam o ritmo e se identificavam com seus estilos de vida.Não há um pai ou mãe do funk nacional. Ele foi produto dos próprios funkeiros, veio diretamente do chão dos bailes. Em cima das batidas vindas dos EUA, como o voltmix e o hassan, juntando melodias de samba, cantigas de roda ou outras oriundas da música pop nacional ou internacional, os raps valorizavam as favelas e também denunciavam os problemas sociais e políticos do Brasil. Muitos deles vão também falar de amor e do próprio baile, da importância deste principal local da sociabilidade funkeira no processo de conquista da mulher amada.


Devastação neoliberal


A criminalização do funk, que resulta no fechamento da maioria dos bailes dos clubes no final da década, gerando dificuldades econômicas para seus artistas e o desaparecimento de grande parte das centenas de equipes de som que balançavam os funkeiros em todos os cantos da cidade, é parte de um processo histórico mais amplo. É o período de imposição da devastação neoliberal, que tem como uma de suas faces mais perversas a substituição do Estado de Bem Estar Social pelo Estado Penal, destinando aos pobres a força policial ou a cadeia. Abandonados os sonhos de uma incorporação à sociedade de consumo via emprego, restou à classe trabalhadora o lugar de humanidade supérflua e, portanto, menos humana do que aqueles que são considerados a “boa sociedade”. Quanto maior a desigualdade social, mais perigo para a ordem essa humanidade supérflua representa. A criminalização da pobreza e o Estado Penal são respostas a isso. Mas, criminalizar a pobreza requer que se convença a sociedade como um todo que o pobre é ameaça, revivendo o mito das classes perigosas que caracterizou os primórdios do capitalismo. E isso envolve não somente legitimar o envio de caveirões para deixar corpos no chão nas favelas, mas também criminalizar seus modos de vida, seus valores, sua cultura. O funk está no centro desse processo.Empurrado de volta para as favelas e condenado à ilegalidade, no final da década de 1990 e no início dos anos 2000, o funk se dedicou a cantar o cotidiano neurótico de seus moradores, seja fazendo das facções criminosas sua inspiração, seja cantando o sexo num estilo papo reto, sem romantismo nem meias palavras. Mais uma vez, de volta a polêmica. Cunhado de probidão, rótulo que mistura desde a apologia ao crime até músicas que simplesmente relatam uma realidade indigesta de forma nua e crua, esse tipo de funk rendeu inquéritos policiais, reportagens e muita polêmica.No tempo presente, se a paz reina nos bailes e os chamados “corredores da morte” são coisa do passado, o funk está distante de ser um movimento cultural aceito e respeitado, sobretudo pelo poder público. Hoje, a determinação legal de que a realização dos bailes funk depende da aprovação dos comandantes de batalhões da polícia militar responsáveis pela área faz com que seja praticamente impossível a organização desses eventos, com exceção dos espaços favelados nos quais essas regras não se aplicam.


Monopólio


Além desses fatores que poderíamos chamar de externos, dentro do próprio mundo do funk há elementos que impedem a expressão e a veiculação da cultura funk em toda a sua riqueza e diversidade. A indústria funkeira é um mercado fortemente monopolizado por poucos empresários, que dominam gravadoras, produtoras de DVDs, programas de TV e rádio na grande mídia. São eles que ditam a moda, usando do seu poder para não respeitar leis de direitos autorais, estabelecer contratos lesivos aos artistas (que, em sua maioria, iniciam suas carreiras quando são muito jovens e com pouco estudo) e descartando artistas que, ao construírem carreiras mais sólidas, se negam a se submeter a essas regras. Com isso, esse mercado passa a se pautar por uma lógica do descartável e da mesmice, evitando a construção de uma tradição musical funkeira mais sólida e, portanto, mais forte política e culturalmente.


Cultura popular


Apesar desse cenário, novos horizontes surgem no funk. Movimentos reivindicando leis que assegurem o funk como expressão cultural de caráter popular, impedindo sua criminalização; associações profissionais de MCs e DJs buscando assegurar os direitos desses artistas; discussões sobre raízes que tornem o funk menos refém do mercado e mais autônomo nos seus circuitos de criação e divulgação musical; organização de rodas de funk que, à semelhança do samba, busquem unir gerações, criando espaços de trocas de experiências e de sociabilidade entre os artistas; criação de circuitos alternativos de festivais, sobretudo nas favelas, buscando estimular a criação musical e fortalecimento do diálogo com outras tradições musicais populares como o samba e o hip hop. Todas essas e muitas outras não mencionadas aqui são algumas das iniciativas que estão postas na cena funk e que apontam para um futuro no qual o potencial de comunicação popular do batidão possa se expressar livremente.É preciso fazer aqui uma referência a Walter Benjamin em suas “Teses sobre o conceito de História”: “nunca houve um monumento da cultura que não fosse também um monumento da barbárie. E, assim como a cultura não é isenta de barbárie, não o é, tampouco, o processo de transmissão da cultura. Por isso, na medida do possível, o materialismo histórico se desvia dela. Considera sua tarefa escovar a história a contrapelo”. Essa tarefa requer reviver no presente a tradição dos vencidos, daqueles que foram derrotados no processo histórico, mas que deixaram como herança suas lutas para os oprimidos de hoje.


Trazer a cultura que vem das favelas eperiferias para o centro da reflexão e da práxis militante é ir na contracorrente da história dos vencedores e não acredito em movimentos políticos realmente revolucionários que apostem numa visão elitista da cultura, compartilhando valores com a classe dominante e se recusando ao diálogo com essas formas contraditórias e potentes de expressão artística da classe trabalhadora.


"Diga sim ao movimento da música, na sua plenitude e realidade, mesmo que está esteja longe de seu mundo real"


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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Gaza e os vestígios de um deus rancoroso e feroz


A sigla ONU, toda a gente o sabe, significa Organização das Nações Unidas, isto é, à luz da realidade, nada ou muito pouco. Que o digam os palestinos de Gaza a quem se lhes estão esgotando os alimentos, ou que se esgotaram já, porque assim o impôs o bloqueio israelense, decidido, pelos vistos, a condenar à fome as 750 mil pessoas ali registadas como refugiados. Nem pão têm já, a farinha acabou, e o azeite, as lentilhas e o açúcar vão pelo mesmo caminho.Desde o dia 9 de dezembro os caminhões da agência das Nações Unidas, carregados de alimentos, aguardam que o exército israelense lhes permita a entrada na faixa de Gaza, uma autorização uma vez mais negada ou que será retardada até ao último desespero e à última exasperação dos palestinos famintos. Nações Unidas? Unidas? Contando com a cumplicidade ou a co´vardia internacional, Israel ri-se de recomendações, decisões e protestos, faz o que entende, quando o entende e como o entende.Vai ao ponto de impedir a entrada de livros e instrumentos musicais como se se tratasse de produtos que iriam pôr em risco a segurança de Israel. Se o ridículo matasse não restaria de pé um único político ou um único soldado israelense, esses especialistas em crueldade, esses doutorados em desprezo que olham o mundo do alto da insolência que é a base da sua educação. Compreendemos melhor o deus bíblico quando conhecemos os seus seguidores. Jeová, ou Javé, ou como se lhe chame, é um deus rancoroso e feroz que os israelitas mantêm permanentemente atualizado.
*josé Saramago

Governo quer alterar lei do menor aprendiz para incluir 650 mil jovens até 2010


Brasília - O governo estuda mudanças na Lei de Aprendizagem para alcançar a meta de 800 mil aprendizes no mercado de trabalho até 2010. Atualmente os dados do Ministério do Trabalho indicam que cerca de 150 mil jovens entre 14 e 24 anos estejam contratados de acordo com a lei que prevê regras diferenciadas.
Uma das principais alterações, segundo o secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Ezequiel Nascimento, seria a ampliação para toda a administração pública da obrigatoriedade de contratar aprendizes. Atualmente a lei determina que apenas as estatais e empresas públicas de médio e grande porte estão obrigadas e contratar os jovens entre 14 e 24 anos.
“Estamos falando de uma base da administração direta, União, estados e municípios, falando de uma base em torno de 8 milhões de servidores. Se calcularmos sobre isso, seja 5% ou 10% da cota estabelecida pela lei, dá uma quantidade grande”, avalia, Nascimento.
A cota de contratação de aprendizes equivale a no mínimo 5% e no máximo 15% do total de trabalhadores existentes na empresa. Ficam excluídos dessa base de cálculo cargos de nível superior, técnico e de chefia.
Alterar esses percentuais é outra possibilidade que será discutida, de acordo com Ezequiel Nascimento. Ele disse não ser possível prever novos índices, mas avalia que pode haver uma redução da cota máxima.
Seria necessário contratar 650 mil jovens em apenas dois anos para se alcançar a meta de 800 mil aprendizes até 2010. As alterações podem não ser suficientes para esse avanço, na avaliação de Ezequiel Nascimento. Para ele, é necessário também divulgar mais a lei e fiscalizar o cumprimento.
“Certamente haverá a necessidade de uma ampla campanha, seja dentro do governo, nas três esferas, e também com o empresariado brasileiro. Seria necessário também o cumprimento da lei com ações de fiscalização mais rigorosas. Num primeiro momento, uma ação mais orientadora e num segundo momento uma ação rigorosa de fazer cumprir a lei”, diz o secretário.
Segundo ele, essa estimativa de apenas 150 mil aprendizes contratados atualmente se deve em boa parte à desinformação do empresariado. “É desconhecimento de como proceder [com a lei]”.
As alterações na Lei de Aprendizagem serão debatidas e decididas por um fórum que se reúne a partir de março com participação de representantes do governo, de empregadores e empregados. Caso o caminho escolhido seja uma mudança na lei, fica sujeita a aprovação pelo Congresso Nacional, de acordo com o secretário.
A aprendizagem é regida por um contrato especial com prazo de duração máximo de dois anos e que deve ser complementado com cursos de formação profissional. A jornada máxima de trabalho é de 6 horas diárias podendo chegar ao limite de 8 horas, desde que o aprendiz tenha completado o ensino fundamental, e se forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.
* Agência Brasil

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

MP Federal patrocina ação inédita contra RBS que faz parte do PIG catarinense

No dia 10 de dezembro, o Ministério Público Federal de Santa Catarina entrou com uma Ação Civil Pública (processo nº. 2008.72.00.014043-5) contra o oligopólio da empresa Rede Brasil Sul (RBS) no Sul do Brasil.O MPF requer, entre outras providências, a diminuição do número de emissoras da empresa em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, de acordo com a lei; e a anulação da compra do jornal A Notícia, de Joinville, consumada em 2006 – que resultou no virtual monopólio da empresa em jornais de relevância no estado de Santa Catarina.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Desligue a TV urgentemente.


Apagai a vossa TV (ainda é tempo do vírus dos teledependentes não vos contaminar) Não perdeis tempo com nenhuma televisão. Olhai antes o mundo à vossa volta, olhai as pessoas, escutai-as... ...a maior parte delas falar-vos-ão do que viram ontem na TV... ...ao passo que vós podereis explicar-lhes como deverão deixar de ver a TV, e como esta lhes formata o pensamento, lhes transmite incessantemente as palavras-de-ordem do poder... Nenhum canal escapa...



Não vale a pena procurar sequer num programa de TV a falar sobre a realidade. O endoutrinamento, o condicionamento, e a servidão mental impõem-se de forma inelutável... Trata-se no fundo de um problema de higiene mental, mas também, e sobretudo, de uma questão de sobrevivência... Portanto, apagai urgentemente as vossas televisões! Se quiseres ser feliz e autónomo

sábado, 3 de janeiro de 2009

Viva a sociedade capitalista.


OS NÚMEROS


Faz tudo para expandir-se. Fica de pé quando todos estão sentados, bota o casaco, usa o celular, sai da sala, entra na sala, abre a agenda. Ansiedade cortando a razão com navalha fria. Já sentiu isso? Começa a riscar algo em um papel, traços fortes, que fazem barulho. Tudo para esconder a dimensão de seu descontentamento. Uma vontade imensa de fugir de si mesmo. Já sentiu isso?Tentando esconder mostra para as oito pessoas do vagão o que lhe atormenta. Um dia, confundiu a loucura criativa e a solidão sagrada com obsessão por sucesso. Sucesso financeiro. Mas o vagão é ainda um quadrado verde.Desce amargando o corpo. Não existem dores boas.


DOIS ATOS TOLOS


Na piração pelo sucesso e pelo poder a Maria esqueceu quem ela era e perdeu a própria identidade. Virou um zumbi. E aí, não havia mais Arte, nem Gênio, nem Idéia. Mas o pior de tudo: acabou também o prazer de viver, a sensação deliciosa de perceber o vento brincando com os fios do cabelo, a alegria de ir para o curso de artes de manhã cedinho, de tomar uma cerveja no boteco, de beijar o (gostoso-maluco-genial) Murilo.Virou tudo dinheiro, tudo passou a ser contabilizado em moeda: vento no cabelo? Eu deveria estar me esforçando para aprender algo que me traga dinheiro. Ir para o curso de manhã? Só estou indo porque minha conta bancária é uma piada, se eu tivesse dinheiro estaria fazendo algo melhor... eu, tomar cerveja nesse boteco de quinta?? O quêêê....beijar o Murilo, aquele pé rapado que precisa dar aulas de física para manter-se no curso de engenharia?A fonte de prazer virou um lamaçal nos olhos imundos da Mary.



TRÊS PÁSSAROS NA BEIRA DO ABISMO


Um conselho para você: não pira igual à Mary. Ela ficou anos nessa bad trip e perdeu tudo o que ela mais amava na vida sem nem perceber, de tão doida que estava. Depois de um certo tempo ela conseguiu emprego estável e até comprar um carro da moda. Mas havia perdido todos os amigos . Ela perdeu os amigos, as festas, a alegria , a genialidade e a paz. Ela virou uma coisa, como as coisas que ela queria obter para mostrar para as pessoas.No fundo, tudo o que queremos é ser feliz. E cada um tem um jeito diferente de ser feliz.O problema é quando a sociedade te diz que felicidade é ter o carro da moda, a roupa da moda e o sofá da moda... piração. Massificação. Massificação de atitudes, de comportamentos, de sensações.Jogar minha vida na lixeira para manter o sistema funcionando.A minha alma, o combustível do jogo.Uma alma perdida entre tantas demandas por etiquetas coladas ao meu corpoE todas as horas da minha vida que gasto com expressão séria no trabalhoPara garantir esse espetáculo:Um sofá que combina com o tapetee com a cadeira do designer.Isso é pouco para mim.Mas ás vezes parece que é tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou.Uma bolsa de couro não pode ser o sentido da vida de ninguém.


* Mary Dangoc

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Debate sobre regras de fidelidade partidária prossegue na Câmara

Polêmicas envolvendo a fidelidade partidária dominaram as discussões em torno da reforma política em 2008, e o tema continuará em pauta em 2009, já que há diversas propostas em discussão na Câmara sobre o assunto.Neste ano, pela primeira vez um deputado perdeu o mandato por ter trocado de partido sem justa causa. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a cassação do deputado Walter Brito Neto, da Paraíba, que deixou o DEM para ingressar no PRB. No dia 18 de dezembro, a decisão foi referendada pela Mesa Diretora da Câmara.O STF já havia determinado, em 2007, que os mandatos pertencem aos partidos. Em seguida, a Justiça Eleitoral definiu regras e prazos para a efetivação da fidelidade partidária. Desde então, a troca de partido só pode ser feita se houver mudança substancial no programa partidário, se ocorrer discriminação pessoal contra o político e se o partido sofrer fusão ou for incorporado por outro.O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), avalia que a decisão fortalece os partidos políticos no Brasil. "Daqui para a frente, com essa decisão tomada, todos terão a certeza de que a fidelidade valerá para aqueles que resolverem trocar de partido, o que é um direito. Todos podem trocar de legenda, mas o mandato é do partido, porque só pode haver eleição através dele. Então, o fortalecimento dos partidos vai gerar agora um novo momento para a política brasileira para os próximos anos", ressalta.Janela para trocaA opinião, no entanto, não é unânime. O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) concorda com a necessidade de fortalecimento dos partidos, mas avalia que a decisão do Supremo e da Justiça Eleitoral engessa a atividade política.Flávio Dino apresentou o Projeto de Lei Complementar 124/07, que flexibiliza a regra da fidelidade partidária e está pronto para votação pelo Plenário. A proposta abre uma janela de 30 dias a cada mandato para que o político eleito possa mudar de partido antes de candidatar-se a novo cargo eletivo, na mesma circunscrição. "Nós abrimos a possibilidade de o político previamente apresentar à Justiça Eleitoral uma justificativa de motivos que o levariam a sair daquela agremiação pela qual ele foi eleito. Não havendo a aceitação dessa justificativa, não tenho dúvida de que a punição deve ser a perda do mandato. Apenas sustento que, além dessas exceções previstas em lei, deve haver uma janela de tempo no fim do mandato em que seja possível a troca de partido visando a eleição seguinte, uma vez que não podemos congelar o quadro partidário de modo eterno", afirma.Mudanças nos partidosO deputado Regis de Oliveira (PSC-SP) acredita que a solução definitiva para o impasse só virá com a aprovação de uma reforma política que também altere a atual estrutura de poder dos partidos. "Os partidos hoje no País são administrados como uma monarquia, quer dizer, há um rei que sobre tudo e sobre todos dispõe da forma que quer. Então, realmente temos que disciplinar isso numa futura reforma política, e acho que o ano de 2009 é excepcional para que a façamos, uma vez que não há eleição e os parlamentares estarão todos envolvidos nesse processo. Nós devemos isso ao País."Para Regis de Oliveira, também é preciso limitar o exercício do mandato de toda a executiva partidária a um determinado período, para que haja uma renovação, com eleição nominal e secreta, a fim de evitar qualquer tipo de pressão, permitindo a mudança dos quadros diretivos e dos quadros partidários.Em 2009, a fidelidade partidária também deve ser debatida no âmbito da Comissão Especial da Reforma Eleitoral. O colegiado vai consolidar várias propostas que tramitam na Câmara, como, por exemplo, as que tratam de reeleição e do tamanho dos mandatos políticos.

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