quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Assembléia Estadual dos trabalhadores da Epagri e Cidasc rejeita proposta do governo. Trabalhadores realizam “Caravana pelo respeito aos Servidores Públicos”.


 Negociação salarial na Epagri e Cidasc não avança


Mobilizações, pressão constante nas Secretarias da Agricultura e Fazenda. Várias rodadas de negociação, passeatas pelos municípios, audiências com secretários regionais, conversas com o governador. Nada afetou a intransigência do governo do Estado em relação à pauta de reivindicações dos trabalhadores da Epagri e Cidasc. Passados cinco meses da Data Base da categoria, o governo estadual simplesmente ignorou os trabalhadores e, numa postura autoritária, tenta impor a sua proposta, que não traz avanços e retira direitos históricos dos trabalhadores, negando-se a negociar com a categoria.

Os trabalhadores representados pela INTERSA (composta pelo Sindaspi, Sintagri, Saesc e Sintec) que somam mais de 85% dos funcionários da Epagri e Cidasc, após inúmeras conversas na secretaria da Agricultura, com o diretor geral da Secretaria de Estado da Agricultura Airton Spies, o Secretário da Agricultura Enori Barbieri, o Secretário da fazenda Cleverson Siewert e o próprio governador do estado, reiteraram a necessidade de avanços (especialmente – o cumprimento do PCS e o reajuste no vale alimentação). Entretanto estes itens não foram considerados como solicitação dos trabalhadores pelo governo estadual, que apenas oferece a reposição da inflação. A categoria, que atua na defesa sanitária animal e vegetal, no apoio à pesquisa agropecuária e na Extensão rural já vem acumulando perdas que somam mais de 25% nos últimos 12 anos.

No dia 22 de Setembro, cerca de 370 trabalhadores reunidos em assembléia rejeitaram a contra-proposta do governo estadual, por entender que a mesma não atende minimamente as reivindicações da categoria. Foram mais de 360 votos contrários à proposta.
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 Em seguida os mesmos se manifestaram pelas ruas de Lages, dando continuidade à Caravana pelo Respeito ao Trabalhador que, segundo decisão da assembléia, terá continuidade pelo estado até que o governo acene com uma proposta mais favorável. Outras formas de mobilização como paralizações nas barreiras sanitárias e se necessário greve, foram indicadas pela assembléia. A INTERSA aguarda manifestação do governo para que haja avanço nas negociações evitando desgastes desnecessários e garantindo a normalidade no desempenho das atividades laborais.




 Por:Adriano Scariot


Populismo e luta de classes no século XXI

No prefácio do Capital, Marx já refletia que o desenvolvimento das forças produtivas obriga necessariamente a um reajustamento de toda a superestrutura. É desta forma que os próprios intelectuais marxistas, inseridos no campo de ação deste nível da realidade, têm necessariamente que atualizar os seus conceitos em relação às novas demandas que a realidade objetiva impõe no contexto das transformações infra-estruturais. Uma questão desconcertante no momento é a forma de conduzir o Estado brasileiro no governo Lula, onde se pode notar uma fusão de elementos característicos da política brasileira e latino-americana tradicionais do século XX a elementos característicos das novas conjunturas do início do século XXI, de modo que as ações do governo já não se encaixam mais dentro das categorias de análise usuais.
A facilidade com que este governo desmobilizou os movimentos sociais sem que suas demandas tenham deixado de existir, continuando a ser pressionados pelas condições objetivas a tomar atitudes que, surpreendentemente, não são tomadas, é de impressionar. A grande questão que se coloca para mim, enquanto historiador marxista, é a imobilidade a que puderam chegar as classes exploradas e oprimidas em um contexto absurdo. A simples análise das estratégias políticas do governo Lula não me parece ser suficiente para gerar qualquer explicação plausível. Considero mais útil analisar como essas estratégias, de modo geral, se relacionam com o nível de desenvolvimento das forças produtivas, sem a qual nossas categorias de análise dificilmente conseguirão dar respostas consistentes às atuais demandas de ação política revolucionária no nível dos movimentos sociais.

Marx defendia que as sociedades não se colocam questões que não possam responder. Tendo passado parte da tormenta que nos pegou relativamente de surpresa nas últimas décadas, já com a vista a partir do início da segunda década do século XXI, creio ser possível começar a ver algum horizonte de análise teórica marxista sobre o mundo do terceiro milênio que se avoluma à nossa frente.

A luta de classes ainda é para mim uma categoria de análise de fundamental importância para compreender a realidade. A precipitação sem pé nem cabeça de alguns "pensadores" pós-modernistas de que esta não existe se dá devido a uma incompreensão da realidade decorrente de uma vertiginosa aceleração das transformações característica da vida moderna em meio a uma revolução tecnológica em processo. Quer dizer, o resultado da aceleração das transformações características da modernidade em meio à revolução tecnológica do final do século XX é a confusão teórica assumida pelos pós-modernistas como a condição intelectual última da raça humana. No entanto, não é. Trata-se apenas de uma fase de transição conjuntural.

Na verdade, esta ilusão em alguns de que a luta de classes teria sido abolida se dá pela inadequação dos conceitos clássicos de luta de classes dos séculos XIX e XX aplicados anacronicamente à análise das condições objetivas do século XXI. A contradição que serve de sustentação para a luta de classes me parece ainda muito sólida: a riqueza das sociedades ainda é produzida por uma grande maioria enquanto a sua apropriação se dá por uma pequena minoria de proprietários burgueses. A automatização da produção não mudou a essência deste fato econômico básico. A grande questão é que estávamos acostumados a ver este processo no nível das economias nacionais, o que tem que ser repensado diante da economia globalizada deste novo século.

Neste contexto, temos alguns fatores de fundamental importância para serem pensados. A abertura das economias nacionais com as políticas neoliberais fez com que a produção das multinacionais fosse realizada em países subdesenvolvidos e periféricos como a China, visando não exatamente a conquista de seu mercado interno e sim a conquista do mercado internacional, com a exploração da mão-de-obra sob um regime de trabalho que poderíamos dizer praticamente de semi-escravidão, onde as taxas de lucro são maximizadas como não se via há várias décadas no capitalismo. Este é somente um exemplo breve. O que é importante refletir daí é que, se a produção industrial é globalizada, a apropriação é ainda não somente concentrada nas mãos das mesmas velhas burguesias nacionais, como também centralizada nos mesmos velhos países imperialistas, numa rede global de exploração que une classes dominantes e governos de vários países. Quer dizer, não somente as bases econômicas e políticas, mas também a hierarquia da estrutura social, estão, de certa forma, globalizadas e têm necessariamente que ser pensadas em conjunto.

Nas conjunturas econômicas e políticas do novo século, cuja análise marxista já adquiriu há algum tempo um bom nível de maturidade, o importante é considerar que a abertura das economias nacionais também fez com que a democracia burguesa, já extremamente limitada, perdesse quase todo o seu já pouco sentido. As economias nacionais passam a ser cada vez mais reguladas por Instituições Financeiras Internacionais como o Banco Mundial, o FMI e outras como a OMC, aumentado a submissão e a impotência dos governos nacionais com a desregulamentação dos mercados, onde os governos dos países "em desenvolvimento", dependentes dos investimentos do capital estrangeiro, se sujeitam a todos os ditames dos especuladores das bolsas de valores, assim como às imposições dos países desenvolvidos, que controlam direta ou indiretamente essas instituições. Isso sem falar que, com as privatizações que conduziram ao Estado mínimo, tem-se parte dos serviços públicos que antes eram direitos garantidos por lei controlados por ONG’s que, por sua vez, são controladas por seus financiadores internacionais.

Sobre as conseqüências sociais desta base econômica, analisadas a partir de uma perspectiva dialética, o importante é que a visão sobre a luta de classes – e, consequentemente, as formas de organização e ação da classe trabalhadora – ainda está ligada ao contexto histórico do nacionalismo do século XX já em muitos sentidos superado. Se a exploração e a opressão se organizam e atuam em nível global, a resistência deve também se organizar e atuar em nível global.

Nesta perspectiva, é de fundamental importância que se leve em consideração que as novas formas de organização e atuação em nível global vão exigir que as classes exploradas e oprimidas se relacionem com diferentes culturas, diferentemente da visão do século XIX, que pressupunha muito ingenuamente que toda a classe trabalhadora pudesse de alguma forma ser homogênea. Para a formulação de estratégias de organização e atuação de nível global das classes exploradas e oprimidas, é indispensável que se vençam as barreiras culturais, como o preconceito e a incompreensão de línguas estrangeiras, assim como é necessário que se vença o corporativismo. Mais do que nunca, o conceito da dialética materialista de unidade da diversidade deve ser explorado em todas as suas possibilidades críticas revolucionárias na construção das novas estratégias.

Da mesma forma que novas formulações realistas exigem a análise das interações dialéticas entre infra e superestrutura, entre os níveis econômico, social e político da realidade numa perspectiva global, exigem também uma análise das interações entre as novas formas que assumem os Estados-Nação em relação ao mundo globalizado. É bom nunca perder de vista que uma análise dialética deve necessariamente transitar entre o nível concreto e abstrato, objetivo e subjetivo, geral e específico, desvendando os tipos de interações estabelecidas entre as partes que compõem a realidade enquanto um todo, pois grande parte das ilusões da visão pós-modernista vem justamente da insistência na ilusão de que a realidade é composta puramente por fragmentos inexoravelmente dispersos sem qualquer conexão entre si.

Desta forma, no que se refere ao contexto político nacional, Lula é uma espécie de Bernstein brasileiro do século XXI. No entanto, se o alemão do início do século XX propõe uma conciliação social-democrata com a sociedade burguesa, contribuindo fortemente para a desmobilização do potencial revolucionário internacional da classe operária, Lula, que tem um papel semelhante no século XXI, não é apenas uma atualização do entreguista que o precede. O petismo/lulismo pode ser visto como a expressão mais acabada de um projeto social-democrata de conciliação de classes brasileiro que, ao se utilizar das práticas e concepções desenvolvidas tradicionalmente neste país para conseguir se adequar às exigências dos especuladores financeiros e aos receituários das instituições financeiras internacionais, envereda inevitavelmente para um tipo de reinvenção do populismo.

Em outras palavras, o projeto petista acaba se configurando como a reinvenção do populismo, adequando-o ao contexto econômico, social e político do século XXI, abrindo mão do caráter nacionalista característico do populismo do século XX, em meio às novas conjunturas decorrentes do atual nível de desenvolvimento das forças produtivas. Serve de base de sustentação para a centralização geográfica e a concentração social do processo de acumulação global de capital, amenizando, com diferentes formas de atualização das velhas práticas políticas populistas, qualquer possível ímpeto revolucionário da maior parte de uma massa explorada, oprimida e confusa. Ou ainda, o neopopulismo petista/lulista se configura como uma atualização das práticas populistas tradicionais de uma conjuntura nacionalista ao desenvolvimento das forças produtivas que conduziram a um novo nível de integração global das estruturas econômicas, sociais e políticas.

Estas são idéias que buscam contribuir para uma análise marxista mais profunda e ampla das demandas revolucionárias e das condições objetivas em que se dão as lutas de classes no século XXI. Antes como hoje, e enquanto as sociedades humanas forem divididas entre explorados e exploradores, oprimidos e opressores, ecoam os postulados de grandes marxistas como Lênin, sobre "O que fazer". Como Engels dizia, as sociedades humanas têm apenas duas opções: "socialismo ou barbárie".


*Armando Pompermaier é professor de História.

domingo, 26 de setembro de 2010

Cidade-ponto

não escrevi um livro em miniatura sob uma lupa falsa.

não pedi qualidade aos clássicos.

não pretendi reparar a eficácia de qualquer sistema humano.

não endossei poemas porque os poemas não são cartas.

não tenho um cativeiro de poetas.

não visitei cidades-poema.

não segui preceitos que se vejam.

não azuleci por pertencer ao céu.

não tive ilusão e coragem para crer na desistência.

não escrevi que o fingimento pode ser um ódio com casca.

não tenho maneiras puramente estéticas.

não tenho processos literários.

não tenho dois corações.

não li masaoka shiki ou matsuo bashō.

não li a crítica para não perder a liberdade e o meu
dom impreparado.

não peguei no tempo e o atirei para dentro do corpo
como células estaminais.

não escrevi sobre a revolução industrial.

não respeitei o meu passado enquanto índice temático.

não estimulei diagnósticos de subtileza grosseira.

não recuperei emoções com a cabeça.

não coloquei questões delicadas no campo da poesia suprema.

não transferi permissões de mim para mim.

não imaginei versos paralelos para prender significados.

Por Sylvia Beirute

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Oposição Sindical que venceu o ( SITRACARNES) de Chapecó é destaque no site do BRASIL DE FATO



 “Estamos trabalhando há 18 dias sem acidentes com afastamento. Nosso recorde é de 115 dias”, diz o aviso na frente da entrada da maior unidade de corte de carne da Sadia, no bairro Efapi, município de Chapecó, na região Oeste de Santa Catarina. A placa ainda diz pouco. Em frente à fábrica, os olhares são duros. Atrás das grades da empresa, um ou outro operário surge, observa a movimentação de fora e retorna à produção intensiva. Lá dentro, oito horas diárias vão ser ultrapassadas. Como descrevem os operários, não há alívio, janelas e nem tempo para se distrair.

Em outra conjuntura, a exploração seguiria invisível. Mas o dia primeiro de setembro foi incomum na vida desses trabalhadores, a maioria deles jovens, mulheres, indígenas e antigos agricultores da região, quem às vezes gasta três horas para chegar à fábrica. Pela primeira vez em vinte e dois anos, eles acompanharam uma eleição para a disputa do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados (Sitracarnes), filiado à Força Sindical. No dia 31 de agosto, às vésperas da votação, os panfletos entregues na frente da Sadia reforçavam promessas de assistencialismo da atual direção. Mas, desta vez, outros também falavam de independência e direito dos trabalhadores.

Para acontecer o pleito, foi preciso a ação do Ministério Público do Trabalho (MPT). A atual direção do sindicato foi processada pelo órgão, devido a acordos coletivos em prejuízo dos trabalhadores e fraude nas eleições. No dia primeiro, as duas chapas ficaram de cada lado do quarteirão, separadas por cordões de isolamento da Polícia Militar, há cinqüenta metros do sindicato, onde foram instaladas duas urnas. Os órgãos de imprensa surgiram apenas à noite no local, após um dia inteiro de apreensão e temor de fraudes ou repressão. Às vinte e três horas, um dos lados começou a se dispersar e os trabalhadores tiveram a notícia da vitória da Chapa 2 que conquistou mais do dobro dos votos (489 ao total, contra 216 da situação).

Ao longo dos 22 anos, o sindicato controlou e restringiu a sua base, fracionando-se em duas agremiações, criando um outro sindicato para os trabalhadores da empresa Aurora. Outra parte dos trabalhadores havia se desfiliado, afinal havia controle e regras, tais como votar com dois anos de filiação. Durante as eleições, houve um embate em torno de possível fraude da lista de votantes, apresentada com 950 filiados, mas definida com cerca de 748 entre as partes e o MPT.

O MPT havia garantido que, se o trabalho da Chapa de Oposição fosse criminalizado, a direção da Sadia seria acusada de formação de quadrilha, por estar vinculada à direção atual do sindicato. O que permitiu o trabalho de conscientização na porta da fábrica, no dia 31 de agosto, um dia antes da votação, apesar da presença de inúmeros “leões-de-chácara”, vestindo a camisa da Chapa 1, como forma de intimidação.

Tensão exposta

A disputa colocou em evidência as condições de trabalho desta empresa do agronegócio que, no ano passado, operou uma fusão com a Perdigão, tornando-se Brasil Foods. De um total de 6 mil operários da unidade de Chapecó, a maioria mulheres, cerca de 1.100 estão afastados pelo INSS, como decorrência de doenças ou lesões ocupacionais. Cerca de 200 mil frangos são abatidos diariamente, com a finalidade da exportação. Desde a entrada na empresa, em um prazo muito curto de tempo, dores nos braços são inevitáveis. Os relatos apontam que, em média, os trabalhadores fazem seis mil movimentos na linha de produção, onde um frango, por exemplo, deve ser desossado a cada oito segundos.

Esta é a história da operária Cida, que há três anos está afastada devido à tendinopatia -- lesões nos tendões causadas por traumas ou por esforços repetitivos --. Ela se queixa dos quatro atendimentos médicos que têm direito por ano, ainda assim tendo que pagar a metade do serviço. No dia primeiro de setembro, Cida foi um dos inúmeros trabalhadores afastados que se deslocaram da periferia da cidade, para dar o seu voto na urna instalada no sindicato.

Organização de base

A organização paciente dos trabalhadores foi construída ao longo de três anos. A atual forma de luta é considerada pelas organizações apoiadoras uma referência para outros sindicatos e pode ter um efeito dominó.

Membro da futura direção colegiada, o operário Jenir de Paula recorda que, ainda em 1988, a oposição já havia triunfado, mas foi impedida de assumir o sindicato. Mais tarde, diz ele, tentativas de organização levaram a dez companheiros demitidos. À época, para não ser demitido, Jenir passou a trabalhar no terceiro turno, afastado de qualquer forma de organização. Há três anos começou a reorganização com a meta de tomar o sindicato, a partir do trabalho do movimento social de Chapecó.

“Desde 1988, não haviam feito nova eleição, sequer assembleias para consultar a base. Entramos com pedido de eleição e o Ministério Público confirmou. Há dois meses demitiram colegas nossos. Tentaram me mandar embora quando quebrei o rosto da face. Voltei pela Justiça e registramos a chapa”, descreve. E complementa: “Aqui existia uma ditadura sindical”.

A unidade entre diferentes centrais sindicais na construção da Chapa 2 é outro ponto sinalizado pelos militantes que acompanharam a vitória da oposição. Estiveram presentes nesse processo organizações como Sindicato dos Bancários de Blumenau, Intersindical da região de Campinas (SP), Consulta Popular, MST, Conlutas, além do apoio de CUT entre outros. “A vitória aqui envolveu elementos importantes, como a derrota de uma estrutura sindical ligada à empresa, um campo amplo de unidade entre as forças do movimento sindical e popular, e também o elemento de organização no interior da fábrica”, analisa Antônio Goulart, da Coordenação Nacional da Consulta Popular.

Retrato de uma operária

Integrante da Chapa 2 do Sitracarnes, Neucira Terezinha Enderle passou 14 anos na luta pela terra, entre acampamentos e ações de despejo. Há cerca de três anos voltou ao Oeste de Santa Catarina em busca de melhores condições. “Um melhor salário”, como diz. Ela se afirma ainda agricultora, por isso teve tantas dificuldades com a forma de trabalho na Sadia. A operadora de produção do setor Hamburger, na unidade de produção da Sadia, topou com a mesma trajetória de tantos outros operários. “Tomava o café às três da madrugada, antes de sair. Na fábrica é proibido o lanche, então tomava água para saciar a fome, quando dava a tremedeira”, narra Neucira.

A lesão nos braços a impediu de fazer atividades básicas como varrer a casa, descascar uma mandioca ou esfregar uma meia. Neucira teve tendinopatia nos braços, inflamação que se espalha a outras partes do corpo, e que nela já se encontra desde 2007. “Perguntaram, em tom de ameaça, se queria ir embora ou continuar. Mas eu tinha filha, pagava aluguel, tinha metas para cumprir mesmo com dores no braço”, afirma.

Conta que teve problemas para que o atestado fosse aceito pelo departamento médico da empresa, numa tentativa de negar a condição de doença do trabalho. “Há companheiros machucados fazendo serviços mais leves. Outro com 27 anos de trabalho na fábrica e os dedos torcidos. Mas há gente que acha que a empresa está no prejuízo e temos que ajudá-la. Eu mesma queria dar lucro para ela, quando senti a dor no braço é que fui ver a realidade”, narra.

*Pedro Carrano - Chapecó



 http://www.brasildefato.com.br/node/284 

sábado, 18 de setembro de 2010

NÃO VOTE! LUTE!

NÃO VOTE! LUTE!


 A democracia burguesa é uma farsa, só a luta popular trará vitórias!

Direcionamos este comunicado ao bravo povo brasileiro, trabalhadores do campo e da cidade, que lutam diariamente para sobreviver nesse sistema capitalista moedor de vidas, que aprofunda a super-exploração e a repressão contra a as massas proletárias, jogando em cima dos trabalhadores do mundo inteiro o peso de mais uma crise do capital, buscando, através da intensificação do trabalho, das demissões, das operações de guerra policial contra o povo nas periferias, das terceirizações e retirada de direitos (trabalhistas, sindicais, etc) iniciar um novo processo de acumulação de capital, enchendo ?o bolso? dos grandes capitalistas e dos ultra-monopólios.

- O Estado burguês é um instrumento da classe dominante para a opressão dos trabalhadores!

O fundamental a ser pontuado é que a ?tática eleitoral? subordina o proletariado e suas organizações à política burguesa, jogando-o nas trincheiras do inimigo. O papel histórico desempenhado pelo reformismo do PT/PCdoB foi garantir a transição pacífica do movimento sindical-popular para os interesses do Estado e do capitalismo, seu papel foi de contenção da luta de classes e de colaboração com o governo e a burguesia. Os posicionamentos políticos governistas e pelegos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Neoliberal dos Estudantes (UNE) e a transformação de tais organizações em porta-vozes do governo e da patronal são uma prova disso.

O exemplo da ?traição? do PT é a forma mais desenvolvida e atual de explicar o caminho da conciliação de classe a partir da ?tática eleitoral? de tomada do Estado burguês. Porém, o aspecto da ?traição? do PT, não é um fenômeno senão muito secundário, o que realmente importa para tal análise são as opções políticas reformistas escolhidas pelo PT e o movimento sindical-popular na década de 80, que agora se manifestam em sua total incorporação dentro da estrutura burguesa do Estado e nos ataques neoliberais desferidos pelo Governo Lula/PT, conjuntamente com a burguesia nacional e internacional, contra a classe trabalhadora.

O sistema político Estatista possui em sua estrutura os mecanismos de defesa e desenvolvimento da exploração e da opressão capitalista sobre os trabalhadores, reproduzindo em sua estrutura as tendências gerais de centralização de poder nos partidos mais ricos, monopolização de recursos e propaganda, burocratização, etc. Na verdade o dito sistema democrático brasileiro não é nada mais que uma farsa para a classe trabalhadora e o povo pobre, não servindo em nada aos seus interesses imediatos e históricos enquanto classe. A desigualdade econômica, expressa na exploração cotidiana dos trabalhadores, impede a realização de uma igualdade política verdadeira. As ?modificações políticas? dentro da atual estrutura do sistema capitalista, tal como as propostas da ?direita? (PSDB, PMDB, PV, etc) e da ?esquerda? (PT, PCdoB, PSOL, PSTU, etc) de diminuição de gastos públicos, fechamento do senado, etc. será sempre uma farsa, uma forma de se fazer perpetuar a desigualdade econômica, social e, portanto política, sob o manto retórico da ?mudança?. As ?eleições? na democracia burguesa, acorrentadas pelas forças econômicas do capitalismo e pelo próprio caráter da organização do Estado, produz necessariamente ?Governos? que servirão ao interesses da burguesia e do Imperialismo. Eleições não mudam nada! NÃO VOTE! LUTE!

- Só a organização e a luta classista podem traçar um caminho vitorioso!

Como estudantes-proletários, afirmamos que o único caminho real para a vitória das demandas imediatas e históricas da classe trabalhadora é a organização e a luta sem trégua contra a Burguesia, seu Estado e seus diferentes Governos. Devemos separar as organizações proletárias (Sindicatos, movimentos populares, entidades estudantis, etc.) das organizações da burguesia (Estado, entidades patronais, ONGs, etc.), assim como compreender seus interesses divergentes, pois, só com independência de classe e a luta popular combativa (sem conciliação!) é possível construir uma força capaz de conquistar nossos direitos hoje e um futuro melhor para o nosso povo amanhã.

É importante no atual momento da luta de classes, combater o governismo e o reformismo no movimento de massas brasileiro (denunciando o papel eleitoreiro da CUT, da UNE e da CMS). Paralelamente a isso, devemos traçar como estratégia a construção de um movimento nacional de oposições sindicais, populares e estudantis, com um caráter combativo e anti-governista, que possa reorganizar a luta de nossa classe e construir a greve geral contra as reformas neoliberais!

Por Militante Popular 06/09/2010

Sementes livres por uma vida sustentável

 Preste atenção nos pratos deliciosos da sua mesa de almoço. Pense quantos deles você poderia comer caso os seres humanos não tivessem desenvolvido a agricultura. Esta atividade, além de permitir a sobrevivência da nossa espécie, forma a nossa cultura.

Os agricultores aprenderam sobre as plantas através de uma longa história de relação com a natureza, na qual acumularam saberes e respeito. Isto permitiu que eles pudessem melhorar os produtos cultivados, compreendendo as características do solo, do clima e das estações do ano. Todo este aprendizado está sintetizado no cultivo de sementes, que são o símbolo da continuidade da agricultura.

Mas o crescente controle da agricultura pelo mercado capitalista (o agronegócio, já ouviu falar?) menosprezou os saberes sagrados dos agricultores tradicionais. Além disso, nas últimas décadas, os direitos de propriedade intelectual agravaram ainda mais essa situação. De que maneira?

Ora, em primeiro lugar, através das patentes de invenção. Aqui estamos falando das sementes transgênicas, nas quais são introduzidos genes de outras espécies, inclusive de animais e humanos, com o intuito de produzir super-plantas super-lucrativas. As patentes, portanto, protegem um tipo bastante polêmico de semente, pois há muitas incertezas quanto aos seus efeitos no meio ambiente e na saúde humana e animal. Outro ponto de debate, pouco levantado pela mídia e pelos governos, é o monopólio de produção que as empresas de sementes vêm obtendo.

Outra forma de se patentear sementes é através do direito de melhorista. Aqui estamos falando de sementes melhoradas em laboratório com o cruzamento entre plantas da mesma espécie, sem a intradução de genes diferentes, como no caso das transgênicas.

Com isso, o agricultor é impedido legalmente de guardar sementes, e é obrigado a comprá-las de grandes empresas produtoras. Pior ainda, muitas dessas sementes usam uma tecnologia que se chama “terminator”, o que quer dizer que as plantas produzidas são estéreis, ou seja, não produzem novas sementes. (Adivinha de quem o agricultor vai ter que comprar novas sementes toda safra?)

O Brasil já começa a sentir os efeitos dessas ações. No Rio Grande do Sul, praticamente já não existe mais soja que não seja transgênica. Você já pensou no poder que terá uma empresa que detiver a produção de todas as sementes de arroz, por exemplo?

A propriedade intelectual faz com que a pesquisa em alimentos seja unicamente orientada pela produtividade para o mercado. Ou dá lucro, ou está banida da mesa. Caso a produção de uma determinada semente seja baixa, ou caso ela não desperte interesse comercial, simplesmente não será mais produzida. Isso põe em risco a biodiversidade agrícola e a segurança alimentar. Com isso, todos os outros usos da planta são descartados.

 O arroz, por exemplo, se pensado em termos de mercado, deve produzir muitos grãos. Mas não podemos esquecer que, para algumas populações, como em localidades da Índia, o resto da planta é tão importante quanto o grão. Nesses lugares se usa a palha para os tetos das casas de sapé, para a fabricação de esteiras e como forragem para o gado. O farelo é usado para os tanques de peixes e como matéria-prima de combustíveis.

Apesar desse cenário, nem tudo está dominado. Fora do grande mercado, a resistência está se organizando. Pequenos agricultores e comunidades tradicionais vêm produzindo com respeito ao meio-ambiente, através da chamada agrobiodiversidade, trabalhando com suas sementes tradicionais, que ainda não foram apropridas por ninguém e que são melhor adaptadas a situações específicas de solo e clima, e, principalmente, são fruto do conhecimento da humanidade, de domíno público.

A luta pela manutenção da agricultura familiar e pela proteção das sementes tradicionais e livres, que carregam o conhecimento acumulado por milhares de anos, é a defesa da biodiversidade, de alimentos de qualidade e de condições de vida dignas para as populações rurais. A luta pelo conhecimento livre é a luta pela continuidade vida do homem e da natureza

*Epidemia

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os desafios das juventudes

O retrato da juventude brasileira evidencia além dos projetos de classe, as intenções manifestas por cada corrente tanto na concepção, quanto no que fazer apresentado a este grupo social pertencente à classe trabalhadora.

Façamos um breve exercício de entender a situação concreta deste grupo na educação, para depois, imersos nos principais elementos reflexivos, pensarmos o inédito viável deste grupo.


1.Os dados sobre juventude e educação brasileira

Segundo o documento de IPEA de 2008, Juventude e Políticas Sociais no Brasil, a população de 15 a 29 anos corresponde a 27,4% da população total. Existem 51 milhões de brasileiras(os) nesta faixa etária.

Com relação à educação tanto em termos de acesso quanto de permanência, os dados são alarmantes para se pensar o futuro da Nação.

34% da população dos 15 aos 17 anos ainda não concluíram o ensino fundamental; apenas 12,7% dos jovens de 18 a 24 anos têm acesso ao curso superior.

Além disto, 83% dos jovens de 25 a 29 anos e 66% de 15 a 17 anos deixaram de estudar. O número de idas e vindas aos bancos escolares também chamam a atenção: os que pararam somente 1 vez representam 61,6%; 2 vezes 20,1% e 3vezes ou mais 16,7%.

Quase 70% destes jovens pensam ser possível retornar à escola, assim que as condições objetivas de sobrevivência o permitir.

Outro foco importante sobre a diversidade da juventude se refere à situação do jovem do campo e da cidade.

Enquanto nas cidades vivem 84,9% dos 51 milhões de jovens do País, no campo residem 15,1%.

Para o campo se amplia a precarização das condições de vida e os elementos como acesso, permanência e pertença jogam outros olhares sobre o debate do ser e sentir-se jovem.

A questão agrária, a posse da terra, o crédito, a agricultura familiar, o campesinato como classe e o uso da tecnologia subordinada à concepção de terra e de humano, são alguns dos temas a serem debatidos por estes jovens no seu contexto de vida específico.

O nível de escolaridade do jovem do campo é 50% inferior ao da cidade e o grau de analfabetismo chega a 9% nesta população.


2.O debate teórico sobre o tema

Em uma perspectiva crítica, falar em juventude é retomar ao menos 4 aspectos centrais que se entrelaçam.

1.A juventude como protagonista da formação de consciência. Se por um lado, são fundados valores, memórias, representações a partir do ora vivido, por outro lado, são abertas perspectivas sobre como ler o que se vive, para além do que até então se tem.

2.A juventude como historicidade. Está referido ao movimento ininterrupto de refazer-se a partir daquilo com que se encontra e para além. A historicidade demarca o terreno da ação dos sujeitos a partir da correlação de forças manifesta no cotidiano. Vai além, quando o permite superar o vivido rumo a outro processo de vida a ser encarnado por ela.

3.A juventude como ser social. Aqui o centro é a disputa na produção de símbolos, códigos, imagens, de uma juventude que é formada ou para reproduzir o que já está posto na engrenagem instituída pelo modo de dominação real, ou para, questionando-o, permitir verificar o que pode ser feito para superar dito modelo.

Este conceito põe em evidêcia o individualismo apregoado como única forma possível de produção de vida, na concorrência, frente as possibilidades de relações para além do processo mercantil.

4.A juventude como consciência sobre o sentido do trabalho. Neste tema, a juventude vive outras dimensões da tensão. Ou é tomada como uma mercadoria cujo preço é estipulado por quem paga, a partir da precarização intensiva de uma formação técnica para o trabalho subutilizado. Ou é tida como possibilidade de recomposição do sentido de trabalho a partir da realização e pertença do mesmo ao grupo ao qual pertence: os trabalhadores.


3.A relação entre os dados e a teoria

Com base nos dados e nos temas centrais da discussão sobre juventude podemos ver como esta categoria é complexa, heterogênea e diversificada, fazendo uma alusão à construção de Antunes sobre o sentido do trabalho.

Complexa pela relação direta entre educação e trabalho que vai promovendo a divisão social e internacional e alocando os jovens a partir do melhor uso pelo capital do saber acumulado e apreendido deste grupo.

Jovens com carteira de trabalho e sem carteira de trabalho; jovens no trabalho informal legítimo e legal; jovens no trabalho informal ilegítimo e ilegal, entre outros.
Heterogênea pela forma e o conteúdo do ser jovem a partir do recorte étnico-racial, de gênero, de regiões e de nacionalidades.

Diversificada pela explícita diferença na concepção de cultura, do sentido do trabalho, do aspecto ético-moral e da religião. Diferenças que demarcam contextualizações distintas sobre o mesmo tema dentro deste grupo.


4.A juventude e o inédito viável

O mais viável é nos referirmos à unidade do diverso da juventude, ou seja, juventudes em movimento. O inédito neste viável é a intenção de vinculá-las na disputa pelo poder a partir da construção do sentido protagonista a ser dado a este grupo dentro de um projeto popular.

As diferenças cedem espaço à diversidade em unidade e as experiências conformam um quadro comum neste mosaico de cores, flores, pedras, territórios específicos dentro de m modelo de desenvolvimento geral.

O popular vira palco da territorialidade do poder, cujo protagonismo compartilhado vai, pouco a pouco, superando as classificações e criando um novo arranjo de sociedade em cujo poder popular dê unidade ao diverso, harmonize as particularidades no todo do projeto de classe, efetive a inclusão real deste grupo na tomada de decisão rumo à implementação da sociedade que se quer.

Roberta Traspadini é economista, educadora popular e integrante da Consulta Popular/ES.

sábado, 4 de setembro de 2010

@ = ASSIM NASCEU O PODER...!!!

Homo Sapins, os primitivos,

Pré historia, “inicio” da sociedade,

Nômades, o fogo e instrumentos,

Viver em tribos, “comunidades”.

Povos criando seus próprios “estilos”,

Surgem “culturas” e necessidades,

O “Intelecto” e observação “humana”,

“Descobre” o cultivo e a diversidades.



Domesticar animais, suprir o necessário

“Agricultura”, “sobrevivência”, criação,

Sistema de “troca”, “equivalência”.

“Moeda”, “mercadoria”, evolução,

A “civilização”, “conhecimento apropriado”

“Mercado” polis e “exploração”,

Dominação feudos, burguesia,

Império, capitalismo, industrialização.



“Proteger seus interesses”,

O “estado” foi criado,

“Legitimados” pelas “leis”,

“Justificar” os seus pecados,

Começam a “controlar”,

Todos os “recursos naturais”,

Aquilo que “...seria de todos”,

“Está na lei! Foi privado! É capital!”



Uns concentram demais,

Muitos sem ter o que comer,

Reprimem os descontentes,

É legal impor o “PODER”.

São quatro as esferas do “poder”,

Pro povo eles dominar,

O “PODER BÉLICO” origina as guerras,

Não é “crime” eles matar.



O “PODER ECONÔMICO” é concentrado,

Acúmulo e controle financeiro,

Recursos naturais, estruturas,

Meios de produção e o dinheiro.

O “PODER POLÍTICO” legisla as leis,

Executa e judicía no martelo,

Nos plenários e gabinetes,

Tribunais, reprime os flagelos.



O “PODER IDEOLOGICO” é o mais importante,

O qual forma nossa razão,

Criam seitas, controlam as escolas,

E os meios de comunicação.

O “político” é planejado,

Pro “econômico” ser garantido,

O “ideológico” manipula, aliena,

Acomoda com fetiche é iludido,



O “bélico”, chacinas legalizadas,

Se o das “idéias” perder o controle,

Das “leis” que amparam e garantem,

Os “privilégios” dos senhores.

A “escola” prepara as pessoas,

Pra servir o seu ”patrão”,

“Anestesia” as consciências,

Pra “competir” com o irmão.



O “inimigo” é o pobre colega,

No posto de trabalho “competir”,

“Puxa saco” de seu patrão,

Querer ser melhor em “produzir”.

Em cada ano de “eleição”,

A “mais-valia” da força de trabalho extraída,

“Compram” votos nas campanhas,

Pra roda do poder ser “garantida.



Se o povo se “revoltar”,

Usam a “lei” pra calar,

Se “persistirem” exigir os direitos,

Vem o “outro...” pra dizimar.

O “político” quando desmoralizado,

Ameaça o “econômico” desabar,

Fragiliza, coroe o “ideológico”,

O “bélico” é o desespero... e eles vão usar!



Este labirinto, parece sem saída,

É a atual estrutura do “estado”,

Até quando andaremos em circulo,

Igual cão correndo atrás do rabo.

O gigante dos “QUATRO PODERES”.

Acreditem! Está fragilizado!

Existe um “poder” ainda mais forte!

Que é o “PODER do POVO ORGANIZADO”.



Clairton Buffon, Chapecó, 06 de Agosto de 2010.

 http://poetadaterra.blogspot.com/

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Viória da Chapa 2 no (SITRACARNES) é demonstração de força da Classe Trabalhadora


Longos 22 anos se passaram para  que uma eleição acontecesse no Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Carnes (SITRACARNES) Durante este tempo o sindicato pelego se burocratizou e desta forma, ao invés de ser um instrumento de luta da classe trabalhadora, passou a se tornar um meio de vida de uns poucos previligiados, que por intermédio de sua efectiva permanência na instituição, não mais atendeu a classe  (trabalhador(a)) e passou a defender os interesses do capitalista ( Patrão). Por esse e outros motivos, nos últimos 3 anos, sindicalistas e integrantes de movimentos sociais comprometidos com a luta de classe, sendo o trabalhador, o foco principal, passou a promover uma serie de  encontros, com a classe operária da fabrica, até chegarem ao consenso, que deveriam tomar partido da situação, para juntos,  lutarem contra toda forma de opressão, que vinham sofrendo, por parte da empresa e do próprio sindicato. Derrubar o pelego era questão de ordem dentro da Chapa 2. O lema era "Oposição  sindical  pra valer". Neste último  mês, membros das duas chapas distribuíram panfletos e pediam votos, em frente à fábrica da Sadia, no bairro Efapi,  onde se concentravam  a maior parte dos trabalhadores.
Por fim no dia 01/09  é chegada a hora, da eleição tão esperada, 22 anos se passaram, o dia era longo, as horas não passavam, os ânimos por parte dos pelego era alterado, um cordão de isolamento havia sido feito pela Polícia Militar, para não haver confronto. As 19:30 horas, chega a sede do sindicato, as urnas que estavam na fábrica, escoltadas pela Polícia Militar, na chegada, uma recepção calorosa, por parte dos integrantes da  Chapa 2, sob palavras de ordem e salva de palmas.... Chega  a hora da verdade, no olhar dos companheiros de luta, estampada a satisfação da missão cumprida, até mesmo, pelo simples fato, das urnas terem  chegado a seu destino, já era uma vitória, inicia a contagem dos votos, por volta das  22:30 horas, sai o resultado: por 489 votos a 216, a  Chapa 2 vence o pleito.  A vitória da Classe Trabalhadora é finalmente efectivada, inicia um novo ciclo na relação social entre capital  x trabalho, o sindicato agora é da classe operaria, está nas mãos do  trabalhador..... Os pelegos finalmente estão derrotados....Os gritos são de "Pátria Livre, Venceremos.......

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