segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Acirra-se a velha rapina na 'Nova' Líbia



A "nova" Líbia após a agressão da OTAN
A reestruturação da rapina imperialista na Líbia, a "Nova Líbia", segue a todo vapor, com os monopólios internacionais de vários setores da economia capitalista, sobretudo os das potências que intervieram na derrubada de Muammar Khadafi, enviando seus representantes a Trípoli e Benghazi para ratificar acordos prévios com o Conselho Nacional de Transição ou para requisitar novas vantagens na exploração do território e das riquezas do povo líbio.
O espaço aéreo líbio nunca esteve tão movimentado, com um sem fim de chegadas e partidas e partidas e chegadas de representantes do imperialismo, sejam os executivos das grandes corporações, sejam os enviados dos chefes políticos das potências imperialistas, como abutres sobrevoando e dando rasantes sobre a carniça.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, já esteve em Trípoli para inaugurar um escritório da UE na capital líbia. Na visita "para conhecer os novos dirigentes do país", Ashton anunciou que o bloco irá dar mais 10 milhões de euros (a juntar-se aos 155 milhões já rapassados àqueles que renderam a velha raposa do deserto na gestão do capitalismo burocrático local) a título de "ajuda aos esforços do povo líbio para construir uma nova Líbia, baseada no Estado de direito, na democracia e nos direitos humanos".
A despeito desta empulhação de sempre, à qual se junta ainda alegados esforços em prol da liberdade das mulheres líbias, na prática o dinheiro da UE se destina a engordar o pagamento aos ex-"rebeldes", agora gerentes dos interesses estrangeiros na Líbia, por privilégios na distribuição do butim no esteio do escorraçamento e assassinato de Khadafi.
O próprio noticiário do monopólio internacional da imprensa informa sobre a reestruturação da rapina na Líbia, ainda que as notícias sobre a corrida dos monopólios ao país sejam amenizadas por estratagemas noticiosos que fazem a roubalheira parecer normal e legal, com manchetes como "Ocidente aproveita oportunidades de negócios na Líbia".

Novo gerente foi 'consultor' de transnacionais

Pois a "Nova Líbia", dita democrática, tem um novo primeiro-ministro "eleito" por 51 integrantes do Conselho Nacional de Transição a fim de dispor do tempo que for necessário (por isso é chamado de "interino") para administrar a farra do fechamento dos novos contratos com os monopólios estrangeiros, ou seja, amarar juridicamente a entrega das riquezas do povo líbio às transnacionais das potências interventoras antes que o enraizamento desta nova fase de partilha da pátria líbia possa sofrer qualquer influência negativa do jogo eleitoreiro.
Não por acaso, o novo primeiro-ministro "interino" líbio, Abdel Rahim al-Kib, antes de se apresentar para azeitar os negócios dos monopólios na Líbia trabalhou como "consultor" em várias empresas transnacionais, como a ianque Alabama Power Company. Além disso ele também lecionou na faculdade Charjah, instituição que funciona nos Emirados Árabes Unidos mas que é financiada pelo USA.
Assim, pavimentado o terreno para que a invasão dos monopólios se suceda à invasão militar da Líbia, nada menos que 80 transnacionais francesas negociavam com o Conselho Nacional de Transição antes mesmo de Khadafi ser capturado e morto. O ministro da Defesa do Reino Unido, Philip Hammond, com conhecimento de causa, encorajou as transnacionais britânicas a "fazerem as malas" e seguirem para Trípoli.
O presidente e diretor executivo da Câmara Nacional de Comércio dos Estados Unidos-Árabes mal conteve o entusiasmo ao definir o ambiente de negócios para as transnacionais na Líbia: "Há uma espécie de corrida do ouro ocorrendo agora".
A bem da verdade, o CNT apenas azeita ainda mais o que já vinha sendo promovido por Khadafi. O total do investimento estrangeiro na Líbia cresceu de US$ 145 milhões em 2002 para US$ 3,8 bilhões em 2010, em números que atestam a servidão do coronel morto aos monopólios. É a "Nova Líbia" dando sequencia à velha rapina avalizada por Khadafi, que exigia alto demais para vender sua pátria ao imperialismo e por isso cedeu o lugar e a vida a polidos gerentes disfarçados de democratas.

Números da mobilização militar imperialista na Líbia

O jornal britânico The Guardian fez um levantamento sobre o número de soldados, aviões de combate e navios de guerra, mobilizados por cada país que participou da agressão à Líbia. Veja abaixo os números referentes às potências imperialistas que encabeçaram a agressão, uma agressão que elevou o número de mortos na Líbia dos 2 mil da repressão de Khadafi para mais de 50 mil depois que a Otan começou a bombardear Trípoli, Benghazi e outras cidades. Os números são referentes à mobilização até o assassinato de Khadafi.

USA
Número de soldados: 8.507
Aviões de combate: 153
Navios de guerra: 12

Grã-Bretanha
Número de soldados: 1.300
Aviões de combate: 280
Navios de guerra: 3

França
Número de soldados: 800
Aviões de combate: 29
Navios de guerra: 6

Por: Hugo R C Souza

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