domingo, 19 de julho de 2009

Gripe suína na mira de detetives


Grupo investiga o avanço de moléstias que desafiam a medicina, como a nova gripe

Casos que desafiam a medicina, como o vírus influenza A H1N1, a gripe suína, são a especialidade de alguns paulistanos. O grupo formado por 11 profissionais, sendo seis deles funcionários da Secretária Municipal de Saúde, e cinco, da pasta estadual, é conhecido como ‘detetives da saúde’. Eles trabalham para evitar que doenças respiratórias, como a nova gripe, se espalhem. Sem o trabalho deles, os contágios poderiam sair do controle. Esses detetives convivem com doentes, tentam descobrir as causas das doenças e elaboram estratégias para barrar seu avanço.

Um médico, um enfermeiro e dois veterinários são os cinco ‘investigadores’ do Episus paulista - programa de treinamento de profissionais, supervisionado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde(leia mais ao lado). Só este ano o Episus fez 70 investigações. Eles investigam também outros tipos de doenças. O programa foi criado pelo Ministério da Saúde em 2000 e existe em 40 países.

Cada informação é preciosa para elucidar o porquê do avanço da doença. A investigação começa com a análise das notificações das moléstias, passa pelo estudo sobre onde os casos ocorreram e termina em salas de reuniões com o Centro de Controle de Doenças (CCD) da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde. O Episus também vai a campo em outras cidades do Estado, onde o aumento de casos seja verificado.

O objetivo é elaborar ações de controle das doenças. No caso da gripe suína, os detetives conversaram com os infectados, com vizinhos e com pessoas que tiveram contato com os pacientes.

Pistas

São os doentes que fornecem as principais pistas da origem de um surto. Agilidade dos detetives é fundamental no processo.“Precisamos identificar rapidamente e controlar a situação para evitar novos casos”, diz a coordenadora do Episus, a veterinária Beatriz Kitagawa.

O contato direto com infectados deixa os investigadores expostos aos vírus e bactérias. Para evitar que sejam contaminados, eles vão a campo protegidos. No caso da nova gripe, a máscara nunca é tirada do rosto.

Após desvendar o mistério de como a doença se espalhou, os detetives do Episus se reúnem com os investigadores dos municípios. No caso da capital, há 80 funcionários, seis deles apenas para doenças respiratórias, como a gripe suína. É obrigação de cada município desenvolver as ações de controle de vírus e bactérias. Também deve capacitar profissionais, informar resultados de exames e fazer estudos para identificar o que provocou o aumento da doença.

Para evitar o rápido aumento do números de vítimas da doença, as duas equipes trabalham em conjunto. “Se não fizéssemos isso, poderíamos ter mais gente adoecendo. Existimos para evitar que a doença se espalhe”, explica a coordenadora do grupo da capital, Rachel Maria Borelli.

Rotina

A rotina dos detetives não tem hora para começar nem para terminar. Disponíveis em período integral, eles podem ser acionados a qualquer momento. Tudo para descobrir o que fez uma população adoecer e também procurar as causas de uma morte suspeita.

Eles afirmam, contudo, que o trabalho é gratificante. “É muito bom conseguir resolver o problema. É o resultado do nosso trabalho que faz com que uma cidade toda fique mais sadia”,

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