Para o MAB, desalojados por barragem Tucuruí no Brasil têm sido abandonados
“Para nós isto não tem significado nenhum desenvolvimento”. Essa é a síntese que faz uma moradora do povo de Tucuruí, no estado brasileiro do Pará, depois de mais de 25 anos da barragem que foi batizada com o nome dessa comunidade, conforme um material de divulgação do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
Assim como outras mega-barragens do cone sul americano, o caso de Tucuruí está muito associado às ditaduras militares e as suas políticas energéticas.Os grupos opositores desse modelo, como o MAB, consideram que estas iniciativas hidrelétricas nasceram como uma resposta à crise do petróleo da década de 70, e que estiveram mais vinculadas a pressões exercidas pelo capital do que às necessidades energéticas da população.
No caso de Tucuruí, os maiores beneficiados foram os industriais do alumínio, sobretudo provenientes do Japão. Além de organismos multilaterais como o Banco Mundial, as obras nesta região, que foram formalmente inauguradas em 1984, foram financiadas por bancos japoneses. Conforme os dados oficiais, mais precisamente da Eletronorte, responsável pela obra, as inundações provocadas pelos reservatórios acabaram desalojando cerca de 32 mil famílias que viviam em comunidades ribeirinhas.
O MAB denuncia que muitas destas famílias atingidas, ainda não têm cobrado a indenização prometida pelo governo brasileiro. Há um outro dado que chama a atenção: muitas das famílias que vivem nos arredores da barragem não têm luz elétrica, conforme a organização brasileira.
“O povo menos favorecido é o do lugar onde está a hidrelétrica. Isso é inadmissível”, diz a médica cubana Aleida Guevara, no vídeo divulgado pelo MAB.
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