A necessidade da militância e da luta sindical
Sem dúvida alguma a participação das coordenações regionais em uma campanha salarial é tão, ou até mais importante que a coordenação que está na mesa negociando com a, “equipe de dizer não do governo.” O trabalho desses dirigentes sindicais de base é que garante tranquilidade para quem está a frente das negociações poder enfrentar os representantes do governo de igual para igual, já que tendo segurança que sua base está articulada e junto com o sindicato na luta, ele pode usar a mobilização para pressionar politicamente o estado.
Mas isso acima citado não faz diminuir a responsabilidade dos coordenadores liberados. Esses sim têm que estar se atualizando a cada momento para manter a coordenação regional informada sobre todos os fatos e andamentos da negociação para que essa última possa fazer um trabalho de base eficiente. Ferramentas como o celular e a internet através dos blogs, redes sociais, e-mails e sites de sindicatos e movimentos sociais são essenciais para termos uma comunicação eficaz.
Outro fator que é essencial para quem é representante da classe trabalhadora lograr êxito nas tratativas de um Acordo Coletivo de Trabalho é a formação. Se o coordenador de um sindicato não tiver conhecimento de teoria política e de alguns princípios da economia, não irá conseguir evoluir nas conquistas de direitos para sua base. Um dos principais motivos da crise do movimento sindical é devido á falta de formação por parte dos quadros sindicais. A retomada de investimentos em formação, uso repetidas vezes essa palavra para reiterar sua importância, é uma necessidade imediata do movimento sindical.
Lembrando que sindicato não é só para fazer campanha salarial, ele também tem o dever e compromisso de lutar por uma sociedade livre, justa, sem preconceitos e diferenciações de status. Vários desafios estão postos para a classe trabalhadora e consequentemente para o movimento sindical. Estamos em meio a uma crise estrutural da economia mundial que mais cedo ou mais tarde irá nos atingir com força igual ou até maior que como está na Europa hoje, onde os trabalhadores é que estão sendo as maiores vítimas. Estão, os trabalhadores, pagando por uma crise que não foram eles que criaram.
Quem sabe o maior dos desafios seja reestruturar o próprio movimento sindical que possui uma legislação totalmente ultrapassada que não o permite autonomia total, pois está atrelado ao Estado. Além disso, traz consequências graves como divisões na base, interesses eleitorais, corrupção, burocratização e institucionalização da luta de classes. Estimula preconceitos e valoriza o conservadorismo com não raras demonstrações de machismo, homofobia e preconceito com etnias e culturas diferentes.
Por: Marcelo Cadore coordenador do Sindaspi
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