quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cuba não teme a mentira

Companheiras e companheiros, delegados e convidados:

Tivemos um bom Congresso, que realmente começou no mês de Outubro do ano passado com as reuniões abertas nas quais participaram centenas de milhares de jovens, continuou com as assembleias de balanço das organizações de base e dos comités municipais e provinciais, onde se foram conformando os acordos adoptados nestas sessões finais.
Se alguma coisa abundou nos pouco mais de cinco anos transcorridos desde que Fidel proferiu o discurso de encerramento do VIII Congresso da UJC, no dia 5 de Dezembro de 2004, foi o trabalho e os desafios.
Realizamos este Congresso no meio de uma das mais ferozes e concertadas campanhas mediáticas contra a Revolução Cubana nos seus 50 anos de existência, tema ao qual terei que fazer referência mais para frente.
Apesar de que não poder participar nas assembleias prévias ao Congresso, fiquei a par de todas elas de maneira resumida. Sei que se falou pouco de resultados para se concentrarem nos problemas, olhando para dentro e sem utilizar mais tempo do que verdadeiramente é necessário para avaliar os factores externos. É o estilo que deve sempre caracterizar o trabalho da UJC, perante aqueles que se dedicam a procurar a palha no olho do vizinho em vez de empregarem esse esforço em fazer o que lhes corresponde.
Foi gratificante escutar muitos jovens dedicados à produção que explicaram, com orgulho e palavras simples, o trabalho que realizam sem mencionar dificuldades materiais e os obstáculos burocráticos que os afectam.
Muitas das deficiências analisadas não são novas, acompanham a organização há muito tempo, sobre elas os congressos anteriores aprovaram as decisões correspondentes e contudo reiteram-se em maior ou menor medida, o que demonstra a insuficiente sistematização e rigor no controlo do seu cumprimento.
Neste sentido é justo e necessário repetir algo no qual insistiram os companheiros Machado e Lazo, que presidiram numerosas assembleias: o Partido também se sente responsável por cada deficiência do trabalho da UJC, muito especialmente nos problemas e na política de quadros.
Não devemos permitir que, mais uma vez, os documentos aprovados se tornem letra morta e sejam engavetados, como se fossem uma recordação. Devem constituir o guia para a acção quotidiana no nível do Bureau Nacional e de cada militante. O fundamental já foi por vós acordado, agora resta trabalhar.
Alguns são muito críticos quando se referem à juventude de hoje e esquecem que eles também foram jovens. Seria ilusório pretender que as novas gerações fossem iguais às de épocas passadas, um sábio provérbio diz: os homens têm mais a ver com seu tempo do que com os seus pais.
Os jovens cubanos estão sempre dispostos a enfrentarem os desafios, como o demonstraram na recuperação dos danos causados pelos furacões, no enfrentar as provocações do inimigo e nas tarefas da defesa, e poderia mencionar muito mais.
A idade média dos delegados ao Congresso é de 28 anos, portanto, todos cresceram nestes duros anos do período especial e foram participantes dos esforços de nosso povo para manter as conquistas principais do socialismo no meio de uma situação económica muito complexa.
Precisamente pela importância de que a vanguarda da juventude esteja a par da nossa realidade económica, a Comissão do Bureau Político, tendo em consideração a positiva experiência da análise realizada a esse respeito com os Deputados da Assembleia Nacional, aprovou dar às assembleias municipais da UJC uma informação que descreve, sem disfarce, a situação actual e as perspectivas nesta matéria, que foi recebida por mais de 30 mil jovens militantes, bem como aos principais dirigentes partidários, às organizações populares e aos governos nos seus diferentes níveis.
A batalha económica constitui hoje, mais do que nunca, a tarefa principal e o centro do trabalho ideológico dos quadros, porque dela depende a sustentação e preservação do nosso sistema social.
Sem uma economia sólida e dinâmica, se não são eliminados os gastos supérfluos e o esbanjamento, não se poderá avançar na elevação do nível de vida da população, nem será possível manter e melhorar os elevados níveis já atingidos na educação e na saúde, garantidos gratuitamente a todos os cidadãos.
Sem uma agricultura forte e eficiente, que podemos desenvolver com os recursos que temos sem sonhar com as grandes verbas de outros tempos, não podemos aspirar a sustentar e elevar a alimentação da população, que ainda depende muito da importação de produtos que podem ser cultivados em Cuba.
Enquanto as pessoas não sentirem a necessidade de trabalhar para viver, amparadas nas regulamentações estatais excessivamente paternalistas e irracionais jamais estimularemos o amor pelo trabalho, nem daremos solução à falta crónica de construtores, operários agrícolas e industriais, professores, policias e outras profissões indispensáveis que vão desaparecendo aos poucos.
Sem a firme e sistemática rejeição social das ilegalidades e diversas manifestações de corrupção, não poucos continuarão a enriquecer a custa do suor da maioria, disseminando atitudes que atacam directamente a essência do socialismo.
Se mantemos vagas exageradas em quase todos os âmbitos dos afazeres nacionais e pagamos salários que não se correspondem com os resultados, elevando o volume de dinheiro em circulação, não podemos esperar que os preços detenham o seu aumento constante, deteriorando a capacidade aquisitiva do povo. Sabemos que há centenas de milhares de trabalhadores a mais nos sectores orçamentado e empresarial, alguns analistas calculam que o excesso de vagas ultrapassa o milhão de pessoas, mas este é um assunto muito sensível que temos o dever de enfrentar com firmeza e sentido político.
A Revolução não deixará ninguém desamparado, lutará por criar as condições para que todos os cubanos tenham empregos dignos, mas não se trata de o Estado se encarregar de colocar cada um depois nas várias ofertas de trabalho. Os primeiros interessados em encontrar um trabalho socialmente útil devem ser os próprios cidadãos.
Resumindo, continuar a gastar por cima das receitas significa simplesmente comermos o futuro e pôr em risco a própria sobrevivência da Revolução.
Enfrentamo-nos perante realidades nada agradáveis, mas não fechamos os olhos perante elas. Estamos certos que há que romper dogmas e assumirmos com firmeza e confiança a actualização, já em curso, do nosso modelo económico, com o propósito de criar as bases da irreversibilidade e o desenvolvimento do socialismo cubano, que sabemos constitui a garantia da independência e da soberania nacional.
Não ignoro que alguns companheiros às vezes desesperam, desejando mudanças imediatas em múltiplas esferas. Naturalmente refiro-me agora àqueles que o fazem sem a intenção de fazer o jogo do inimigo. Compreendemos essas inquietações que na generalidade têm a sua origem no desconhecimento da magnitude da tarefa que temos pela frente, da profundidade e da complexidade das inter-relações entre os diferentes factores do funcionamento da sociedade que deverão ser modificadas.
Aqueles que pedem para se avançar mais rápido, devem ter em conta o rosário de assuntos que estamos a estudar, dos quais hoje só lhes mencionei alguns. Devemos evitar que por ter pressa ou por improvisar, tentando solucionar um problema, provoquemos um outro ainda maior. Em assuntos de envergadura estratégica para a vida de toda a nação não podemos deixar-nos levar por emoções e actuar sem a integralidade necessária. Essa é, como já explicámos, a única razão pela qual decidimos adiar por mais alguns meses a realização do Congresso do Partido e a Conferência Nacional que o precederá.
Este é o maior e mais importante desafio que temos para garantir a continuidade da obra construída nestes 50 anos, que a nossa juventude assumiu com total responsabilidade e convicção. A palavra de ordem que preside este Congresso é: “Tudo pela Revolução” e isso significa, em primeiro lugar, fortalecer e consolidar a economia nacional.
Cabe à juventude cubana assumir o lugar da geração fundadora da Revolução e para conduzir a grande força das grandes maiorias precisa de uma vanguarda que convença e mobilize, a partir da autoridade que emana do exemplo pessoal, encabeçada por dirigentes firmes, capazes e prestigiados, verdadeiros líderes, não improvisados, que tenham passado pela insubstituível forja da classe operária, em cujo seio são cultivados os valores mais genuínos de um revolucionário. A vida tem-nos demonstrado com eloquência como é perigoso de violar esse princípio.
Fidel expressou-o claramente no encerramento do Segundo Congresso da UJC, no dia 4 de Abril de 1972: cito:
“Ninguém aprenderá a nadar em terra, e ninguém caminhará sobre o mar. O homem é feito pelo seu meio ambiente, o homem é feito pela sua própria vida, pela sua própria actividade”. E concluiu:
“Aprenderemos a respeitar o que é criado pelo trabalho, criando. Ensinaremos a respeitar esses bens, ensinando a criar esses bens.”
Esta ideia, proferida há 38 anos e que certamente foi aclamada naquele congresso, é mais um exemplo evidente dos assuntos que decidimos e que depois não cumprimos.
Hoje, mais do que nunca precisam-se quadros capazes de levar a cabo um trabalho ideológico efectivo, que não pode ser diálogo de surdos nem a repetição mecânica de palavras de ordem; dirigentes que raciocinem com argumentos sólidos, sem se julgarem os donos absolutos da verdade; que saibam escutar, embora não agrade o que alguns digam; que avaliem com mente aberta os critérios dos outros, o que não exclui rebater com fundamentos e energia os que forem inaceitáveis.
Fomentar a discussão franca e não ver na discordância um problema, mas sim uma fonte de melhores soluções. A unanimidade absoluta geralmente é fictícia e por conseguinte daninha. A contradição, quando não for antagónica como é o nosso caso, é motor do desenvolvimento. Devemos suprimir, com toda a intencionalidade, tudo o que alimente a simulação e o oportunismo. Aprender a uniformizar as opiniões, estimular a unidade e fortalecer a direcção colectiva, são características que devem identificar os futuros dirigentes da Revolução.
Em todo o país existem jovens com atitude e capacidade necessárias para assumirem tarefas de direcção. O desafio é descobri-los, prepará-los e dar-lhes vagarosamente maiores responsabilidades. As grandes maiorias encarregar-se-ão de confirmar que a selecção foi correcta.
Apreciamos que se continua a avançar na composição étnica e de género. É uma direcção na qual não podemos permitir retrocessos nem superficialidades e na qual a UJC deve trabalhar de maneira permanente. A propósito, sublinho que é outra das decisões que aprovámos, neste caso há 35 anos, no Primeiro Congresso do Partido, e cujo cumprimento deixámos à geração espontânea e não controlámos como deviamos, sendo este, além disso, um dos primeiros pronunciamentos de Fidel em reiteradas ocasiões, desde o triunfo da Revolução.
Como lhes dizia no início, a realização deste Congresso coincidiu com uma descomunal campanha de descrédito contra Cuba, organizada, dirigida e financiada a partir dos centros do poder imperial nos Estados Unidos da América e na Europa, desfraldando hipocritamente as bandeiras dos direitos humanos.
Manipulou-se, com cinismo e desfaçatez, a morte de um indivíduo condenado à privação de liberdade em 14 julgamentos de delito comum, transformado por obra e graça da mentira repetida e do afã de receber apoio económico do exterior em “dissidente político”, que foi incentivado a manter uma greve de fome com exigências absurdas.
Apesar dos esforços de nossos médicos morreu, o que também lamentámos na altura, e denunciámos os únicos beneficiários deste facto, os mesmos que hoje incentivam outro indivíduo a que continue uma atitude idêntica de chantagem inaceitável. Este último, apesar de tanta calúnia, não está preso, é uma pessoa em liberdade que cumpriu condenações por delitos comuns, especificamente por ter agredido e ferido uma mulher, médica e directora de um hospital, a quem também ameaçou de morte, e depois a uma outra pessoa, uma idosa de quase 70 anos, a quem tiveram que cortar o baço. Tal como no caso anterior, estão a fazer-se tudo o que á possível por lhe salvar a vida, porém se não muda sua atitude de autodestruição, será responsável, juntamente com seus patrocinadores, pelo desenlace que também não desejamos.
É repugnante a dupla moral dos que na Europa guardam um silêncio cúmplice perante as torturas na chamada guerra contra o terrorismo, permitiram voos clandestinos da CIA que trasladavam prisioneiros e até cederam os seus territórios para a criação de prisões secretas.
O que é que diriam se tal como eles, tivéssemos violado as normas éticas e alimentássemos pela força estas pessoas, como se tem feito habitualmente, entre muitos outros centros de tortura, na Base Naval de Guantánamo. E certamente, são os mesmos que nos seus próprios países, como é mostrado pela televisão quase diariamente, usam as forças policiais montadas a cavalo contra manifestantes, espancando-os e disparando contra eles gases lacrimogéneos, e até balas. O que dizer dos frequentes maus-tratos e humilhações aos quais são submetidos os imigrantes?
A grande imprensa ocidental não só ataca Cuba, como também estreou uma nova modalidade de implacável terror mediático contra os líderes políticos, intelectuais, artistas e outras personalidades que em todo o planeta levantam sua voz contra a falácia e a hipocrisia e simplesmente avaliam os acontecimentos de maneira objectiva.
Enquanto isso, poderia parecer que os porta-bandeiras da cacarejada liberdade de imprensa esqueceram que o bloqueio económico e comercial contra Cuba e todos seus inumanos efeitos sobre o nosso povo, mantêm plena vigência e recrudescem; que a actual administração dos Estados Unidos da América não cessa o apoio à subversão; que a injusta, discriminatória e ingerencista posição comum da União Europeia, patrocinada na altura pelo governo norte-americano e pela extrema-direita espanhola, continua a reclamar uma mudança de regime em nosso país, ou dito de outra maneira, a destruição da Revolução.
Mais de meio século de combate permanente ensinou o nosso povo que a hesitação é sinónimo de derrota.
Custe o que custar, jamais cederemos à chantagem de nenhum país ou conjunto de nações por mais poderosas que sejam. Temos o direito a nos defender.
Saibam que se pretendem encurralar-nos, saberemos resguardar-nos na verdade e nos princípios. Mais uma vez seremos firmes, calmos e pacientes. Sobram os exemplos na nossa história!
Foi assim que lutaram nossos heróicos mambises nas guerras pela independência no século XIX.
Foi assim que derrotámos a última ofensiva de dez mil soldados da tirania fortemente armados, enfrentados inicialmente por apenas 200 combatentes rebeldes que sob o comando directo do Comandante-em-Chefe Fidel Castro Ruz, durante 75 dias, de 24 de Maio a 6 de Agosto de 1958, levaram a cabo mais de 100 acções combativas, incluíndo quatro batalhas num pequeno território, entre 650 e 700 quilómetros quadrados, isto é, uma área menor do que a ocupada pela Cidade de Havana. Esta grande Operação decidiu o curso da guerra e após pouco mais de quatro meses triunfou a Revolução, o que motivou o Comandante Ernesto Che Guevara a escrever em seu diário de campanha: “O exército batistiano saiu com sua espinha dorsal quebrada desta última ofensiva sobre a Sierra Maestra”.
Tampouco nos amedrontou a frota ianque em frente das costas da Baia dos Porcos, em 1961. Nos seus próprios narizes aniquilámos o seu exército mercenário, no que constituiu a primeira derrota de uma aventura militar dos Estados Unidos da América neste continente.
Fizemo-lo novamente em 1962 durante a Crise de Outubro. Não cedemos nem um milímetro perante as brutais ameaças de um inimigo que nos apontava com as suas armas nucleares e se dispunha a invadir a ilha, nem sequer o fizemos quando, negociadas às nossas costas as condições para solucionar a crise, os dirigentes da União Soviética, o principal aliado em tão difícil conjuntura e de cujo apoio dependia a sorte da Revolução, de maneira respeitosa tentaram convencer-nos para que aceitássemos a inspecção no solo pátrio da retirada do seu armamento nuclear e lhes respondemos que em qualquer o caso ela seria feito a bordo dos seus navios em águas internacionais, mas jamais em Cuba.
Estamos certos que circunstâncias piores do que aquelas dificilmente possam ser repetidas.
Já mais recentemente, o povo cubano deu uma amostra inesquecível da sua capacidade de resistência e confiança em si próprio quando, em consequência do desaparecimento do campo socialista e da desintegração da União Soviética, Cuba sofreu uma baixa de 35 por cento do seu Produto Interno Bruto; uma redução do comércio externo de 85 por cento; a perda dos mercados das suas principais exportações como o açúcar, o níquel, os citrinos e outros, cujos preços desceram para metade; o desaparecimento de créditos em condições favoráveis com a consequente interrupção de numerosos investimentos vitais como a primeira Central nuclear e a Refinaria de Cienfuegos, o colapso dos transportes, das construções e da agricultura ao desaparecer subitamente o fornecimento de peças de reposição para a técnica, os fertilizantes, as rações e as matérias-primas das indústrias, provocando a paragem de centenas e centenas de fábricas e a abrupta deterioração quantitativa e qualitativa da alimentação do nosso povo até níveis abaixo da nutrição recomendada. Todos sofremos aqueles calorosos Verões da primeira metade da década de 90 do século passado com faltas de energia superiores a 12 horas diárias por falta de combustível para gerar electricidade, e enquanto tudo isso acontecia, dezenas de agências de imprensa ocidentais, algumas delas sem dissimular a sua euforia, enviavam correspondentes a Cuba com a intenção de serem as primeiras em reportarem a derrota definitiva da Revolução.
No meio desta dramática situação, ninguém ficou abandonado a sua sorte e ficou evidenciado a força que emana da unidade do povo quando são defendidas ideias justas e uma obra construída com tanto sacrifício. Só um regime socialista, apesar das suas deficiências, é capaz de superar tamanha prova.
Portanto não nos tiram o sono as actuais escaramuças da ofensiva da reacção internacional, coordenada como sempre por aqueles que não se resignam a compreenderem que este país jamais será subjugado por uma via ou por outra, antes prefere desaparecer como o demonstramos em 1962.
Há apenas 142 anos, no dia 10 de Outubro de 1868, começou esta Revolução, nessa altura lutava-se contra um colonialismo europeu decadente, sempre sob o boicote do nascente imperialismo norte-americano que não desejava nossa independência, mas esperava que a “fruta madura” caísse por “gravidade geográfica” nas suas mãos. Desse modo aconteceu após mais de 30 anos de guerras e enormes sacrifícios do povo cubano.
Agora os actores externos trocaram os seus papéis. Há mais de meio século que nos agride e assedia constantemente o já moderno e mais poderoso império do planeta, valendo-se no boicote que entranha a ultrajante Posição Comum, que se mantém intacta graças às agressões de alguns países e das forças políticas reaccionárias da União Europeia com diversos e inaceitáveis condicionamentos.
Perguntamo-nos, porquê? E consideramos que simplesmente porque na essência os actores continuam a ser os mesmos e não renunciam às suas velhas aspirações de dominação.
Os jovens revolucionários cubanos compreendem perfeitamente que para preservar a Revolução e o socialismo e continuar a ser dignos e livres têm daqui em diante muitos anos mais de luta e de sacrifícios.
Ao mesmo tempo, pairam sobre a humanidade colossais desafios e cabe, em primeiro lugar, aos jovens enfrentá-los. Trata-se de defender a própria sobrevivência da espécie humana, ameaçada como nunca perante a mudança climática, que se acelera pelos padrões irracionais de produção e consumo que engendra o capitalismo.
Hoje, somos sete mil milhões de habitantes no planeta. Metade deles são pobres, mil e vinte milhões têm fome. Cabe perguntar-se que acontecerá no ano 2050, quando a população mundial atinjir os nove mil milhões e as condições de existência na Terra se tenham deteriorado ainda mais.
A farsa em que concluiu a última cimeira na capital de Dinamarca, em Dezembro do ano passado, demonstra que o capitalismo com as suas cegas leis de mercado jamais resolverá esse e muitos outros problemas. Só a consciência e a mobilização dos povos, a vontade política dos governos e o avanço do conhecimento científico e tecnológico poderão impedir a extinção do homem.
Para finalizar gostaria de referir que no mês de Abril do próximo ano completar-se-á meio século da proclamação do carácter socialista da Revolução e da vitória esmagadora sobre a invasão mercenária na Baia dos Porcos. Celebraremos estes transcendentais acontecimentos em todos os cantos do país, de Baracoa onde tentaram desembarcar um batalhão, até ao extremo ocidental da nação, e na capital realizaremos um grande desfile popular e uma revista militar, actividades nas quais trabalhadores, intelectuais e jovens serão os principais protagonistas.
Daqui a poucos dias, no Primeiro de Maio, nosso povo revolucionário, em todo o país, nas ruas e praças públicas que por direito lhe pertencem, dará mais outra contundente resposta a esta nova escalada internacional de agressões.
Cuba não teme à mentira nem se ajoelha perante pressões, condicionamentos ou imposições, venham donde vierem, defende-se com a verdade, que sempre, mais cedo do que tarde, se impõe.
Um dia como hoje, há 48 anos, nasceu a União de Jovens Comunistas. Naquele histórico 4 de Abril de 1962 Fidel asseverou:
“Acreditar nos jovens é ver neles além do entusiasmo, capacidade; além da energia, responsabilidade; além da juventude, pureza, heroísmo, carácter, vontade, amor à pátria, fé na pátria!, amor à Revolução!, fé na Revolução, confiança em si próprios!, convicção profunda de que a juventude pode, de que a juventude é capaz, convicção profunda de que sobre os ombros da juventude podem ser depositadas grandes tarefas”, concluiu.
Assim foi ontem, é hoje e continuará a ser no futuro.
Muito obrigado.

* Discurso proferido por Raúl Castro Ruz, Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros e Segundo Secretário do Partido Comunista de Cuba, no encerramento do Congresso da União de Jovens Comunistas (UJC), em 4 de Abril de 2010

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